Conforme apurou a reportagem, a demissão de Comoretto era para ter acontecido já na última semana. Ele, no entanto, apresentou atestado de um médico endocrinologista e solicitou 12 dias de afastamento em função de uma depressão. Gaúcho não atendeu aos telefonemas do Superesportes, que o procurou nesta quinta-feira.
Comoretto era uma das principais peças da estrutura de poder montada por Wagner e Itair no Cruzeiro. Ao lado de Vittorio Galinari, que também não seguirá no clube, ele coordenava a Sede Campestre e o Clube Social do Barro Preto. Na prática, porém, seu trabalho ia além: era ele o responsável por articular apoio a Wagner e Itair entre os membros da Família União, ala de apoio aos antigos mandatários no Conselho Deliberativo do Cruzeiro.
Além de Gaúcho, o clube definiu demissões de 82 profissionais nesta quinta-feira. Na lista, há funcionários de vários departamentos e que recebem diferentes remunerações - da mais baixa até a mais alta. O clima foi de total apreensão durante todo o dia na Sede Administrativa, no Barro Preto. Outro dirigente muito ligado aos antigos gestores e demitido nesta quinta foi Alexandre Lemos, ex-diretor de patrimônio, sobrinho do ex-vice-presidente Hermínio Lemos.
Essa é uma das primeiras etapas da reconstrução prevista pelo Conselho de Notáveis, que assumiu a administração do Cruzeiro depois das renúncias do presidente Wagner Pires de Sá e dos vices, Hermínio Lemos e Ronaldo Granata. Com dívida total na casa dos R$ 700 milhões, o grupo trabalha para enxugar a máquina e entregar um clube minimamente saneado ao próximo presidente, que assumirá em 1 de junho.