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Integrante do Conselho Gestor do Cruzeiro fala em 'rever' contrato com Adidas

Carlos Ferreira Rocha repercutiu declaração de CEO Vittorio Medioli

Redação
Camisa azul da Adidas foi elogiada por cruzeirenses nas redes sociais - Foto: WWW.FOOTYHEADLINES.COM


O Cruzeiro tentará rever cláusulas do contrato de fornecimento de material esportivo com a Adidas. Em entrevista à Rádio Itatiaia nesta sexta-feira, Carlos Ferreira Rocha, integrante do Conselho Gestor, concordou com as declarações do vice-presidente-executivo, Vittorio Medioli, sobre as desvantagens do acordo para o clube.

“O contrato com a Adidas realmente não foi muito bom para o Cruzeiro. Evidentemente, o Medioli falou isso com muita propriedade. Poderia ter sido muito melhor. Nós tratamos disso ontem na reunião, não tem nada definido, mas reitero que a Adidas deverá, sim, rever algumas cláusulas no contrato. Se não fica inviável mesmo”, disse.

“Hoje, com a marca própria, o Cruzeiro faturaria muito mais. A Adidas hoje só beneficiaria a ela. Até fazemos um apelo aos executivos da Adidas que sentem conosco e reveja algumas cláusulas. Esse contrato é deficitário para o Cruzeiro”, complementou.

Conforme publicou o Superesportes, o contrato com a Adidas prevê rescisão em caso de rebaixamento e falência do Cruzeiro
. Como a vigência é somente a partir de janeiro de 2020, o termo não seria aplicado pela presença do time na Série B. Outra cláusula é a de falência, no caso de se tratar de um clube-empresa (S/A). Por meio de e-mails, o departamento jurídico celeste alertou sobre o desequilíbrio do contrato. Responsável pelas negociações, o ex-vice de futebol Itair Machado pediu celeridade.

Nos moldes atuais, o Cruzeiro não receberá um valor fixo da Adidas, e sim um percentual da venda da empresa aos lojistas. O valor por peça para o comerciante seria de R$ 120. Além disso, há royalties de 7% das lojas oficiais do clube e da empresa de comércio eletrônico Netshoes.



Segundo números obtidos pela reportagem, o Cruzeiro embolsará, em 2020, 24% do dinheiro proveniente da negociação de peças de fábrica. Em 2021, ano do centenário do clube, a comissão sobe para 27%

Assim, em uma camisa com preço de custo de R$ 120, o Cruzeiro tem direito a 24% - ou seja, R$ 28,80. Já o uniforme vendido pelo lojista, por R$ 249,99, a participação seria de 7% - R$ 17,50. Na somatória, poderá faturar mais de R$ 46 por camisa.

O acordo com a Adidas é válido até dezembro de 2022, com opção de prorrogação para o fim de 2025. Em agosto, o clube antecipou royalties de R$ 2,5 milhões, a serem compensados por meio de comercialização de produtos. A projeção de arrecadação gira em torno de R$ 7 milhões no primeiro ano de contrato.



As vendas da nova coleção começam nas lojas oficiais em 2 de janeiro, dia do aniversário de 99 anos do Cruzeiro. As camisas custarão R$ 249,99, nas versões masculina e feminina, e R$ 229,99, no modelo infantil. O cruzeirense ainda contará com um amplo portfólio de produtos, como jaquetas, shorts, meias e mochilas.