“O teto deverá ser cerca de R$ 150 mil. Tem gente que ganha R$ 1 milhão. Se quiser ficar com R$ 150 mil, ótimo. Agora, não queremos brigar, e sim mostrar que não há como contratar sem ter dinheiro. É uma realidade crua”.
Atualmente, grande parte do elenco do Cruzeiro está acima do limite de R$ 150 mil. Destaques para o goleiro Fábio, o lateral-direito Edilson, os zagueiros Dedé e Leo, o lateral-esquerdo Egídio, os volantes Ariel Cabral e Henrique, os meias Thiago Neves, Robinho e Rodriguinho, e o atacante Fred.
Quem não concordar com a política de “pés no chão” deverá ser negociado. Medioli revelou que a soma dos meses de salários, direitos de imagem e outras verbas trabalhistas em atraso correspondem a R$ 95 milhões, mais que todo o orçamento disponível em 2020, de R$ 80 milhões.
“Chamaremos os atletas e negociaremos quem já tenha propostas de outros clubes. A nossa realidade é de Série B. Foi discutido o salário máximo que podemos pagar. Se quem está aí gosta da camisa do Cruzeiro e rebaixa o salário ao máximo que podemos pagar, ótimo. Agora, não podemos pagar alguma coisa que não temos. Em dívidas, só a folha de atletas são R$ 95 milhões. Absurdo. R$ 95 milhões”.
Vittorio ainda se mostrou preocupado com os funcionários de remuneração mais baixa - inferior a R$ 2,5 mil. Esses terão prioridade para receber a totalidade. “Temos mais de 500 funcionários trabalhando aqui dentro e vamos honrar aquele de baixo salário, que está faltando comida dentro de casa. Vamos regularizar aqueles que estão em situação mais crítica até 7 ou 8 de janeiro”.
Por fim, o vice-presidente-executivo ressaltou a necessidade de diminuir gastos no presente para colher os frutos de recuperação administrativa no futuro. “Não tem como. Tem que cortar muita coisa. Quem vivia no palácio, tem que se mudar para a casa dos fundos. Mas podemos, com projeto, voltar a construir um palácio sustentável, com pessoas que possam garantir um time que dá orgulho”.
Uma das saídas encontradas por Medioli é transformar o Cruzeiro em clube-empresa - uma espécie de S/A (Sociedade Anônima) - e entrar em recuperação judicial. Desse modo, patrimônios da agremiação não utilizados para a prática esportiva poderiam ser negociados para abatimento da dívida de R$ 700 milhões. Estima-se que esses bens estejam avaliados em cerca de R$ 500 milhões.