“Pedimos paciência, porque assumimos agora. É necessário se aprofundar e, sobretudo, criar nova alternativa para o Cruzeiro. Tem o Cruzeiro que fará agora 99 anos. E tem o Cruzeiro que vamos preparar para mais 100 ou 200 anos. Profissionalizando o Cruzeiro, deixando o status de clube e montando uma empresa, uma S/A (sociedade anônima). Haverá ações, o torcedor poderá comprar, e num prazo curto, com todas as compliances cumpridas, abrimos o capital do Cruzeiro. Como os melhores clubes do mundo fizeram, dentro de regras de sustentabilidade e absoluta transparência”, afirmou.
“Uma empresa conduzida de maneira comercial nós podemos abrir até na bolsa. Pode virar em três ou quatro anos uma marca importante e ter um futuro garantido. Faço exemplo da Juventus. Estava há muitos anos nas mãos da família Agnelli, que são os donos da Fiat, da Chrysler, da Jeep. Não é que fizeram grande mágica, mas reconduziram em nível de sustentabilidade. Hoje é um time que dos últimos 10 Campeonatos Italianos, ganhou nove títulos. Por que? Conduziu dentro do profissionalismo. Quem tem amor à camisa, tem que entender que precisamos recuperar nossa história”, completou.
Se por um lado o Cruzeiro ganhou títulos importantes nos últimos anos, como duas edições do Campeonato Brasileiro (2013 e 2014) e duas da Copa do Brasil (2017 e 2018), por outro se afundou em salários fora de mercado e empréstimos bancários, alcançando um patamar financeiro praticamente insustentável. Com a visão empreendedora de quem teve acesso às contas do clube, Medioli criticou a falta de transparência de administrações anteriores e prometeu criar um plano de recuperação em dois a três anos.
“O que falta aqui é transparência. Se tivesse tido transparência nos últimos anos, a própria torcida teria tomado ciência das coisas que não são para serem feitas. Se você faz, quebra o clube. Agora, a demagogia, prometer aquilo que não existe, prometer muito mais do que é possível, não tem condição. O Cruzeiro está quebrado, tem que refundar o Cruzeiro. Essa refundação vai demorar de dois a três anos. Daqui três anos, o Cruzeiro vai ser uma empresa-modelo de gestão e de resultado”.
Conforme Vittorio, um dos caminhos a serem tomados é a negociação de patrimônios não utilizados para a prática esportiva - um exemplo, a sede administrativa do Barro Preto. “Numa liquidação judicial, os credores têm de se habilitar. Temos um patrimônio, e a maioria dele não serve para a finalidade esportiva. Portanto, tentaremos segurar o patrimônio que serve para a modalidade esportiva, e o resto pagar dívidas. E aí começar vida nova com aquilo que realmente presta e conta. Tem detalhes legais e jurídicos que vamos explicar e dar satisfação”.