Thiago Neves ainda pode recorrer da decisão. Ele tem contrato com o Cruzeiro até dezembro de 2020. Uma cláusula previa renovação automática para dezembro de 2021 em caso de 42 jogos do meia na próxima temporada. Contudo, o veterano de 34 anos foi afastado do grupo pelo então gestor de futebol, Zezé Perrella, no dia 2 de dezembro. Ele havia sido vetado da partida contra o Vasco, pela 36ª rodada do Brasileiro, devido a um edema na coxa esquerda. Mesmo assim, compareceu a um show de pagode no Mineirão, no dia anterior, para a irritação do dirigente.
Decisivo nos títulos consecutivos da Copa do Brasil, em 2017 e 2018, Thiago Neves caiu de rendimento em 2019. Fora de campo, envolveu-se em várias polêmicas, tendo criticado de maneira veemente o ex-técnico do clube, Rogério Ceni. Para piorar a relação com os torcedores, que apreciavam o trabalho de Ceni, o camisa 10 desperdiçou um pênalti na derrota por 1 a 0 para o CSA, no Mineirão, pela 35ª rodada do Brasileiro. Esse revés teve ‘peso’ significativo na campanha do inédito rebaixamento à Série B.
Um áudio enviado pelo jogador a Zezé Perrella antes do jogo contra o CSA vazou em grupos de WhatsApp. Na gravação, Thiago Neves pediu ao dirigente a viabilização do pagamento de 60% do salário pendente e via como certo o triunfo sobre os alagoanos. “Aí você não precisa arrumar uma premiação para ganhar o jogo, porque a obrigação nossa é ganhar esse jogo. Tá louco! Se a gente não ganhar do CSA, pelo amor de Deus”.
Ainda assim, Neves terminou o Brasileiro como artilheiro do Cruzeiro, com seis gols em 27 partidas. No clube desde janeiro de 2017, ele marcou 41 gols e deu 23 assistências em 151 jogos. Foram quatro títulos conquistados no período: dois do Campeonato Mineiro (2018 e 2019) e duas Copas do Brasil (2017 e 2018). Antes de acionar a Justiça, Thiago chegou a cogitar reduzir o salário para disputar a Série B em 2020.