Ao chegar a um acordo de rescisão, o Cruzeiro se livrará de “imposições” no contrato do lateral-esquerdo Dodô. À época da apresentação do atleta, em 24 de janeiro, o clube celeste havia se comprometido a honrar as seguintes condições:
- Pagar à Sampdoria, da Itália, 200 mil euros (R$ 850 mil) pelo empréstimo de um ano;
- Adquirir 90% dos direitos econômicos por 300 mil euros (R$ 1,28 milhão) em caso de três jogos do atleta ou 15 pontos da equipe no Campeonato Brasileiro;
- Assumir os vencimentos de Dodô no clube italiano entre janeiro e junho de 2020, parcelados em dez vezes;
- Estender o contrato até dezembro de 2023;
Saiba mais
Conforme apurou a reportagem, o Cruzeiro chegou a um entendimento com a Sampdoria para se livrar da obrigatoriedade de compra de Dodô, que, por sua vez, abriu mão do dinheiro a ser embolsado em 2020 para seguir seu caminho por outro clube. A pedido do técnico Tiago Nunes, ele tem conversas avançadas com o Corinthians.
O momento mais marcante de Dodô pelo Cruzeiro foi um belo gol marcado de fora da área na vitória por 4 a 0 sobre o Huracán, dia 10 de abril, no Mineirão, pela fase de grupos da Copa Libertadores. No mais, viveu altos e baixos e não conseguiu convencer a torcida de que seria um bom concorrente para o também questionado Egídio.
Se no time principal Dodô amargou o rebaixamento à Série B, na base teve bons momentos no Cruzeiro, de 2003 a 2007. “Cheguei em novembro, quando o Cruzeiro estava naquela reta final para conquistar o Brasileiro naquele ano histórico. Vivi um pouquinho daquelas conquistas aqui. Foi uma experiência bacana. Cheguei aqui muito novo, com 11 anos, e fiquei até os 15, em 2007. Uma experiência muito legal”, disse o lateral, em 24 de janeiro.
Outras saídas
Antes da saída de Dodô, o Cruzeiro já havia definido algumas situações de seu grupo. O volante Jadson se transferiu para o Bahia por empréstimo até o fim do ano que vem, enquanto o zagueiro Digão seguirá no Fluminense. O clube lida também com ações judiciais do zagueiro Fabrício Bruno e do meia Thiago Neves, que pediram rescisão unilateral de seus contratos por causa de atrasos em salários, direitos de imagem e outras verbas.
Redução de gastos
O objetivo do Conselho Gestor que administrará a Raposa até maio é reduzir a folha salarial de R$ 15 milhões para R$ 5 milhões, já que o orçamento em 2020 gira em torno de R$ 80 milhões. Além de montar uma equipe visando à Série B, o Cruzeiro tenta reduzir de maneira gradual a dívida geral de R$ 700 milhões, fruto da má administração do ex-presidente Wagner Pires de Sá.