Em meio ao risco de sofrer processos na Justiça pelo não pagamento de salários atrasados, o Cruzeiro recebeu a informação de que Dedé estaria disposto a entrar com ação para sair do clube. Entretanto, os empresários Giuliano Aranda e Ubiraci Cardoso, representantes do defensor de 31 anos, descartaram essa possibilidade em contato com o Superesportes.
“Não procede essa informação”, respondeu Aranda, via mensagem. Já Ubiraci foi além e garantiu que Dedé jamais pensou em processar o clube. “Ele nunca irá fazer isso. Essa possibilidade não existe”. Com relação ao futuro do atleta, não há, até o momento, propostas de outras equipes. Em janeiro, quando ainda era treinado por Abel Braga, o Flamengo manifestou interesse no zagueiro e estava disposto a pagar até R$ 30 milhões.
Dedé defende o Cruzeiro desde abril de 2013. À época, um grupo de investidores pagou R$ 14 milhões pela contratação do ex-zagueiro do Vasco. Em seus dois primeiros anos, sagrou-se bicampeão brasileiro e campeão mineiro. Contudo, de novembro de 2014 a dezembro de 2017, conviveu com lesões nos dois joelhos, tendo participado de apenas 13 jogos.
Nesse período, o Cruzeiro ofereceu assistência a Dedé, que, por sua vez, mostrou gratidão a profissionais do departamento médico em várias entrevistas. Em 2018, ele regressou ao futebol em alto nível, sendo convocado à Seleção Brasileira em setembro. Em novembro, conquistou a Copa do Brasil.
“Foi muito importante. Eu, internamente, agradeço todo o departamento médico do Cruzeiro, toda a diretoria, a diretoria passada, o departamento médico passado. Eles têm que ouvir meu agradecimento por tudo que fizeram por mim. Cansei de mandar mensagem de madrugada para os fisioterapeutas, o Charles (Costa), o André (Rocha), que são meus amigos. Eles me deram força e falaram de coisas mais difíceis do que eu estava passando no momento. Faço de tudo para demonstrar minha gratidão. Sempre vou fazer, se um dia sair”, afirmou o jogador, em 18 de agosto de 2018.
Em 2019, Dedé foi titular em boa parte da temporada, mas desfalcou a equipe na reta final do Brasileiro por causa de lesão no joelho direito. Sem ele, o Cruzeiro terminou a Série A em 17º lugar, com 36 pontos em 38 rodadas, e foi rebaixado à segunda divisão.
No dia 19 de novembro, quando a Raposa já brigava desesperadamente contra a queda, integrantes da Pavilhão Independente invadiram a festa de aniversário da mulher de Dedé, Patrícia Gonçalves, em uma casa de eventos no Bairro Bandeirantes, na Pampulha, em Belo Horizonte. Ela lamentou o ocorrido em desabafo nas redes sociais. “Triste e arrasada de ver que eu e meus filhos não ganhamos respeito de alguns poucos torcedores maldosos que tanto já comemoraram junto a nós”.
Para 2020, o Cruzeiro tem como objetivo enxugar a folha salarial, uma vez que terá receita menor por conta do rebaixamento à Série B. Isso colocaria em xeque a permanência de Dedé, cujo salário é um dos mais altos do grupo. Todavia, pelas palavras de seus representantes, o zagueiro está disposto a conversar com a direção, sem mover ação trabalhista.
Quem não teve a mesma paciência foram Thiago Neves e Fabrício Bruno. Com contrato até dezembro de 2020, o meia entrou com ação na Justiça do Trabalho cobrando R$ 16 milhões de salários, direitos de imagem e FGTS em atraso. Já o zagueiro, frustrado por o clube não negociá-lo com o Celtic, da Escócia, solicitou R$ 3,5 milhões e a rescisão unilateral do vínculo até dezembro de 2021.