Representantes de Fabrício Bruno e do Celtic, da Escócia, reuniram-se na última segunda-feira com Márcio Rodrigues, vice-presidente de futebol do Cruzeiro. O objetivo era formalizar uma proposta de compra de 3 milhões de euros (R$ 13,5 milhões) pelos 70% de participação do clube celeste nos direitos econômicos do zagueiro.
Alguns argumentos foram utilizados para tentar convencer a Raposa a aceitar a oferta: 1) tratava-se de um jogador reserva de um elenco rebaixado à Série B; 2) o dinheiro poderia contribuir para colocar em dia ao menos um mês de salários de atletas e funcionários; 3) o defensor alimenta o sonho de atuar no futebol europeu.
Mas o Cruzeiro, por entender que Fabrício Bruno tinha um valor de mercado muito superior, recusou a investida. Tal fato desagradou ao próprio camisa 25, que, na última quarta-feira, acionou o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, em Belo Horizonte, solicitando a rescisão unilateral de contrato.
O valor da causa é de R$ 3,554,568.66, podendo, porém, superar R$ 4 milhões. Trecho da petição detalha que o Fabrício pleiteia três meses de salário, seis meses de direitos de imagem, recolhimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o dinheiro a ser recebido até o fim de seu contrato, em dezembro de 2021.
“Referido fato mostra-se ainda mais evidente na hipótese em análise, considerando que o atraso/parcelamento do salário ocorre desde maio de 2019, o não pagamento de Direito de Imagem evidencia-se desde junho de 2019, e o recolhimento irregular do FGTS se efetiva desde abril de 2019, tendo a presente ação, com pedido de liminar inaudita altera pars, contudo, sido interposta apenas em 18.12.2019, mais de seis meses após o início das irregularidades apontadas, com o agravante de estar-se na véspera do recesso forense, o que inviabiliza provisoriamente qualquer ato do Juízo de perpetrar tentativa de possível acordo entre as partes e/ou oitiva da parte contrária antes da decisão liminar requerida”.
Em poucos dias, Fabrício Bruno foi de ativo do clube, com o interesse do Celtic, a potencial passivo, em razão da ação na Justiça do Trabalho. Mas ainda há tempo para acordo, segundo afirmou ao Superesportes o advogado do atleta, João Chiminazzo.
“Sempre estamos abertos a conversar, conciliar e chegar à melhor alternativa possível. Foi tentado conciliar antes, inclusive por meio da proposta que o Celtic trouxe. Era uma das formas de tentar a conciliação. O Cruzeiro disse que não aceitava e não liberava o jogador. Também não havia a previsão de pagamento de salário, por isso entramos com a ação. Mas estamos dispostos a conversar com o Cruzeiro, desde que eles queiram”.
Vice de futebol do Cruzeiro, Márcio Rodrigues também prometeu agendar reunião com Fábio Melo e Luciano Brustolini, agentes de Fabrício, para tentar um acordo e a reintegração do defensor ao grupo. “Vamos conversar com ele, tentar sim um acordo. Ele é cruzeirense aqui de Contagem, precisa entender o esforço do clube de resolver essa situação”.
Formado na base celeste, Fabrício subiu ao time principal em 2016. Desde então, disputou 34 jogos e marcou um gol. Em 2017 e 2018 esteve emprestado à Chapecoense, pela qual participou de 60 partidas, com dois tentos assinalados.
Em janeiro de 2019, o Cruzeiro recusou oferta de 400 mil euros (R$ 1,7 milhão) para emprestar Fabrício Bruno ao SPAL, da Itália, até junho de 2020. Na proposta, os direitos econômicos do zagueiro ficariam fixados em 4 milhões de euros (R$ 17 milhões).
Em janeiro de 2019, o Cruzeiro recusou oferta de 400 mil euros (R$ 1,7 milhão) para emprestar Fabrício Bruno ao SPAL, da Itália, até junho de 2020. Na proposta, os direitos econômicos do zagueiro ficariam fixados em 4 milhões de euros (R$ 17 milhões).