Depois de uma novela que parecia sem fim, o segundo vice-presidente do Cruzeiro, Ronaldo Granata, assinou os termos da renúncia na tarde desta sexta-feira. Pela manhã, ele havia recuado, alegando não concordar com alguns pontos do documento que foi entregue aos seus advogados. Depois de negociações com o advogado Kris Brettas, que representou o Conselho Deliberativo do Cruzeiro, Granata enfim aceitou deixar o cargo.


Na carta divulgada (veja foto abaixo desta reportagem), Granata reforçou que nunca participou das atividades da atual gestão. "Meu compromisso com o Cruzeiro nunca teve interesses financeiros, sempre foi paixão e vínculo familiar que precisa ser honrado. Minha história começou no clube antes mesmo do meu nascimento, há 100 anos", escreveu.

"O atraso na assinatura do documento de renúncia elaborado pela Meas do Conselho Deliberativo ocorreu em virtude de aspectos legais. Busquei apenas resguardar o meu direito e o cumprimento das previsões do Estatuto Social, bem como, evitar eventual responsabilização civil por atos passados e futuros", complementou.  

Como o presidente Wagner Pires de Sá e o primeiro vice-presidente, Hermínio Lemos, já assinaram cartas independentes de renúncia, o caminho fica livre para que o Conselho de Notáveis assuma a administração do Cruzeiro até a convocação de novas eleições. A posse deve acontecer na próxima segunda-feira, quando serão formalizadas as três saídas no Conselho Deliberativo. 

O Conselho de Notáveis será formado por Pedro Lourenço (dono do Supermercados BH), Emílio Brandi (dono da distribuidora de alimentos Nova Safra), Alexandre de Souza Faria (dono da Multiseg, corretora de seguros), Carlos Ferreira Rocha (sócio do Frigorífico Uberaba), Jarbas Matias dos Reis (diretor regional da Galvão Engenharia S/A), Walter Cardinalli Júnior (advogado) e Saulo Tomaz Froes (dono da Lokamig, locadora de veículos).