O zagueiro Fabrício Bruno entrou com pedido de rescisão unilateral de seu contrato com o Cruzeiro. O valor inicial da causa é de R$ 3,5 milhões, mas com potencial para superar R$ 4 milhões. O jogador cobra pagamentos atrasados de direitos de imagem de junho a novembro deste ano, além de FGTS, pendente desde maio, e os vencimentos totais até o fim do vínculo, em dezembro de 2021. Multas, verbas rescisórias e parcela do 13º são outras pendências. O processo foi protocolado na última quarta-feira, 18 de dezembro, no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, em Belo Horizonte.
“Referido fato mostra-se ainda mais evidente na hipótese em análise, considerando que o atraso/parcelamento do salário ocorre desde maio de 2019, o não pagamento de Direito de Imagem evidencia-se desde junho de 2019, e o recolhimento irregular do FGTS se efetiva desde abril de 2019, tendo a presente ação, com pedido de liminar inaudita altera pars, contudo, sido interposta apenas em 18.12.2019, mais de seis meses após o início das irregularidades apontadas, com o agravante de estar-se na véspera do recesso forense, o que inviabiliza provisoriamente qualquer ato do Juízo de perpetrar tentativa de possível acordo entre as partes e/ou oitiva da parte contrária antes da decisão liminar requerida”, diz parte do documento assinado pelo advogado João Chiminazzo.
Há quatro dias, o Cruzeiro rejeitou uma investida do Celtic, da Escócia, que se mostrou interessado em comprar os direitos econômicos de Fabrício Bruno. Uma proposta oficial não chegou a ser formalizada pelos escoceses, mas valores e forma de acordo foram discutidos.
O Celtic estava disposto a pagar 3 milhões de euros, sendo 2 milhões à vista e o restante dividido em duas parcelas de 500 mil. Na moeda nacional, a totalidade do negócio girava em torno de R$ 13,5 milhões.
O Cruzeiro, no entanto, não quis conversar por tais valores, alegando que o zagueiro tinha potencial de render uma quantia bem maior. Mesmo com o argumento dos intermediários de que Fabrício havia terminado a temporada como reserva, em um elenco que acabara de ser rebaixado à Série B, a diretoria preferiu manter o atleta de 23 anos.
Fabrício Bruno, portanto, deixou de ser um ativo de R$ 13,5 milhões e passou a ser um possível passivo de R$ 3,5 milhões, caso mantenha a ação e solicite, via Justiça do Trabalho, a saída do clube que o formou profissionalmente. Com a camisa do Cruzeiro, ele disputou 34 jogos e marcou um gol. Em 2017 e 2018, esteve emprestado à Chapecoense, onde ganhou experiência profissional.
O jovem zagueiro é o segundo do elenco a pedir quebra de contrato com o Cruzeiro em âmbito judicial. Além dele, o meia Thiago Neves, afastado do grupo antes do Campeonato Brasileiro, exige a rescisão unilateral imediata e pede R$ 16 milhões. Os advogados do camisa 10 solicitaram segredo de Justiça.
Atualizada às 16h14
Atualizada às 16h14