"Eu vi a informação das renúncias do Wagner e do Hermínio. Estou só aguardando um contato oficial do clube, do presidente do Conselho Deliberativo, para que eu possa ir até a sede administrativa. Só ligar que eu assino", garantiu o vice-presidente.
Inicialmente, Granata se mostrou resistente a renunciar à vice-presidência. Ele argumentava que não era alvo das investigações da Polícia Civil contra a diretoria e, portanto, deveria cumprir o mandato até dezembro de 2020.
Entretanto, os torcedores celestes, já decepcionados com o rebaixamento do time à Série B e o descalabro financeiro do clube, colocaram Granata como alvo de protestos.
Além de comparecerem à porta da sede administrativa, os cruzeirenses se dirigiram até a rua da residência do 2º vice-presidente e exigiram a saída dele do Cruzeiro.
Com as saídas de Wagner Pires de Sá, Hermínio Lemos e Ronaldo Granata, o Cruzeiro passa a ter José Dalai Rocha, presidente do Conselho Deliberativo, como presidente interino.
Dalai deverá convocar eleição presidencial para maio. A chapa vencedora, composta por presidente e dois vices, será empossada em junho.
Antes disso, haverá a participação de um Conselho de Notáveis formado por Pedro Lourenço, Emílio Brandi, Pietro Sportelli, Alexandre de Souza Faria, Carlos Ferreira Rocha, Jarbas Matias dos Reis e Saulo Tomaz Froes.
Desses conselheiros, Pedro Lourenço, dono do Supermercados BH, patrocinador do Cruzeiro, é o mais aclamado por torcedores nas redes sociais. Ele falou sobre os planos para o clube em entrevista ao Superesportes no último dia 18 (leia aqui).
Seja com o Conselho de Notáveis ou o futuro presidente, o Cruzeiro terá de conciliar o trabalho para amenizar os problemas financeiros e a meta de conseguir o acesso da Série B para a A em 2020.
O ex-gestor de futebol do clube, Zezé Perrella, afirmou que a dívida geral está na casa de R$ 700 milhões, 35% superior aos R$ 520 milhões atingidos no encerramento do primeiro ano da gestão de Wagner Pires de Sá, em 2018.
Entre os motivos para a piora das finanças do Cruzeiro estão os aumentos substanciais em salários (jogadores e dirigentes), o pagamento de comissões a mais de um empresário pela mesma negociação, os processos movidos por clubes na Fifa e a obtenção de vários empréstimos bancários.