Rebaixado à Série B e em grave crise financeira, o Cruzeiro lida com várias cobranças judiciais. No último dia 26 de novembro, a Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP) entrou com ação na Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte pedindo o pagamento de R$ 545.568,80 referente às transferências dos jogadores Gabriel Brazão (Parma-ITA), Lucas Romero (Independiente-ARG), Murilo (Lokomotiv Moscou-RUS), Mayke (Palmeiras) e Raniel (São Paulo). O valor da causa corresponde a 0,8% de todas as negociações.
Representada pelos advogados José Cácio Tavares da Silva e Carline Silva Leal, de Brasília, a FAAP se apega à Lei Pelé, que no art. 57, alínea b, determina o repasse do percentual acima citado em vendas nacionais e internacionais.
“b) 0,8% (oito décimos por cento) do valor correspondente às transferências nacionais e internacionais, a serem pagos pela entidade de prática desportiva cedente;
§ 1º A entidade responsável pelo registro de transferências de atleta profissional de entidade de prática desportiva para outra deverá exigir, sob pena de sua não efetivação, além dos documentos necessários, o comprovante do recolhimento dos valores fixados neste artigo.
§ 2º Os recursos de que trata este artigo serão integralmente aplicados em conformidade com programa de assistência social e educacional, previamente aprovado pelas entidades de que tratam os incisos I e II deste artigo, nos termos dos seus estatutos”.
No processo, a Federação de Atletas detalhou as supostas pendências do Cruzeiro em suas transações: Gabriel Brazão (goleiro), R$ 88.000,00; Lucas Romero (volante), R$ 150.940,00; Murilo (zagueiro), R$ 86.820,00; Mayke (lateral-direito), R$ 116.608,80; e Raniel (atacante), R$ 103.200,00.
Curiosamente, a FAAP é presidida por um ídolo do Cruzeiro, o ex-volante Wilson Piazza, capitão nos títulos da Taça Brasil de 1966 e da Copa Libertadores de 1976, além de ter sido titular da Seleção Brasileira campeã mundial em 1970. Em seu site oficial, a associação sediada em Brasília explica que tem o objetivo de prestar auxílio educacional, de saúde e até mesmo financeiro a atletas profissionais, ex-atletas e jovens em formação.
Outros processos contra o Cruzeiro vieram à tona recentemente, como a cobrança de R$ 2,1 milhões do volante Bruno Silva, hoje no Avaí, pelo atraso no pagamento de sua rescisão contratual. Já o empresário André Cury, segundo o jornal Hoje em Dia, pleiteia R$ 320 mil de intermediação na contratação do zagueiro Caicedo, em 2016. O clube ainda tem dívida fiscal de R$ 17 milhões com a Fazenda Nacional, conforme publicado pelo site Globoesporte.
Veja partes da ação movida pela Federação das Associações dos Atletas Profissionais contra o Cruzeiro