Granata aparecia como principal empecilho para a renúncia coletiva na Raposa. Com os protestos, ele mudou de ideia e considerou a possibilidade de sair. Essa informação foi adiantada pelo Superesportes nessa terça-feira.
Pressionado, o presidente Wagner também já demonstrou que pode renunciar. Ele, contudo, quer que os integrantes do grupo gestor virem avalistas de parte das dívidas feitas em sua gestão. Nesta quarta-feira, o mandatário reafirmou que pode deixar o clube em conversa com Dalai Rocha.
Hermínio Lemos, primeiro vice-presidente, mostrou que está disposto a abandonar a gestão do clube. Agora, se o cenário não mudar, uma negociação deve acertar a saída da cúpula celeste.
Na carta enviada a Dalai, Granata fez questão de dizer que nunca participou da gestão de Wagner Pires de Sá. "Me afastei da diretoria tão logo percebi os rumos e as práticas implementadas e passei a alertar para os riscos que o Cruzeiro estava correndo", disse.
Granata ainda afirma ser "vítima de uma campanha difamatória, infame e injusta, por parte de pessoas que se omitiram ou foram coniventes quando ainda era tempo de evitar o pior".
Tão logo todas as renúncias sejam confirmadas, o Conselho Gestor assumirá o comando. O grupo será composto por Pedro Lourenço, dono do Supermercados BH; Emílio Brandi, do grupo Nova Safra; Pietro Sportelli, presidente da Aethra; Alexandre de Souza Faria, da Multiseg; Carlos Ferreira Rocha, do Frigorífico Uberaba; Saulo Tomaz Froes, da Lokamig; e Jarbas Matias dos Reis, que participou da comissão de sindicância e que integrou o conselho criado por Zezé Perrella em outubro para ajudar na administração.
O empresário Aquiles Diniz preferiu auxiliar na gestão tendo uma cadeira simbólica na Sede Administrativa, mas sem participar do grupo formalmente.
Leia a carta na íntegra
José Dalai Rocha, presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro
Prezado senhor,
O CRUZEIRO PRIMEIRO
Meu foco sempre foi e sempre será o Cruzeiro.
Por essa razão, eu me afastei da diretoria tão logo percebi os rumos e as práticas implementadas e passei a alertar para os riscos que o Cruzeiro estava correndo. E tudo se confirmou.
Não fui e nem sou investigado. Jamais tive a polícia na minha porta. E nunca compactuei com malfeitos no clube.
Mas sou hoje vítima de uma campanha difamatória, infame e injusta, por parte de pessoas que se omitiram ou foram coniventes quando ainda era tempo de evitar o pior.
Não tenho interesses pessoais. Se não posso contribuir, como era meu desejo, para a reconstrução do nosso clube, levando-o de volta ao lugar de grandeza que sempre ocupou, não serei obstáculo.
Se a opção for por novos gestores no Cruzeiro, serei o primeiro a desejar sucesso, para o bem do clube.
Continuarei, como torcedor que sempre fui, apoiando meu time, ao lado da torcida que sempre respeitei.
Atenciosamente,
Ronaldo Granata
Segundo vice-presidente do Cruzeiro