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Em carta, Granata diz que não será obstáculo para reformulação da gestão do Cruzeiro

Documento foi encaminhado ao presidente do Conselho, José Dalai Rocha

postado em 18/12/2019 12:30 / atualizado em 19/12/2019 18:30

(Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)

Ronaldo Granata, um dos vice-presidentes do Cruzeiro, disse que não será obstáculo para que o Conselho Gestor assuma o comando do clube. Ele enviou uma carta ao presidente do Conselho, José Dalai Rocha, nesta quarta-feira. No documento, ele não usou a palavra renúncia, embora a tendência seja essa.

Granata aparecia como principal empecilho para a renúncia coletiva na Raposa. Com os protestos, ele mudou de ideia e considerou a possibilidade de sair. Essa informação foi adiantada pelo Superesportes nessa terça-feira.

Pressionado, o presidente Wagner também já demonstrou que pode renunciar. Ele, contudo, quer que os integrantes do grupo gestor virem avalistas de parte das dívidas feitas em sua gestão. Nesta quarta-feira, o mandatário reafirmou que pode deixar o clube em conversa com Dalai Rocha.

Hermínio Lemos, primeiro vice-presidente, mostrou que está disposto a abandonar a gestão do clube. Agora, se o cenário não mudar, uma negociação deve acertar a saída da cúpula celeste.

Na carta enviada a Dalai, Granata fez questão de dizer que nunca participou da gestão de Wagner Pires de Sá. "Me afastei da diretoria tão logo percebi os rumos e as práticas implementadas e passei a alertar para os riscos que o Cruzeiro estava correndo", disse.

Granata ainda afirma ser "vítima de uma campanha difamatória, infame e injusta, por parte de pessoas que se omitiram ou foram coniventes quando ainda era tempo de evitar o pior".

Tão logo todas as renúncias sejam confirmadas, o Conselho Gestor assumirá o comando. O grupo será composto por Pedro Lourenço, dono do Supermercados BH; Emílio Brandi, do grupo Nova Safra; Pietro Sportelli, presidente da Aethra; Alexandre de Souza Faria, da Multiseg; Carlos Ferreira Rocha, do Frigorífico Uberaba; Saulo Tomaz Froes, da Lokamig; e Jarbas Matias dos Reis, que participou da comissão de sindicância e que integrou o conselho criado por Zezé Perrella em outubro para ajudar na administração.

O empresário Aquiles Diniz preferiu auxiliar na gestão tendo uma cadeira simbólica na Sede Administrativa, mas sem participar do grupo formalmente.

Leia a carta na íntegra

José Dalai Rocha, presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro

Prezado senhor,

O CRUZEIRO PRIMEIRO

Meu foco sempre foi e sempre será o Cruzeiro.

Por essa razão, eu me afastei da diretoria tão logo percebi os rumos e as práticas implementadas e passei a alertar para os riscos que o Cruzeiro estava correndo. E tudo se confirmou.

Não fui e nem sou investigado. Jamais tive a polícia na minha porta. E nunca compactuei com malfeitos no clube.

Mas sou hoje vítima de uma campanha difamatória, infame e injusta, por parte de pessoas que se omitiram ou foram coniventes quando ainda era tempo de evitar o pior.

Não tenho interesses pessoais. Se não posso contribuir, como era meu desejo, para a reconstrução do nosso clube, levando-o de volta ao lugar de grandeza que sempre ocupou, não serei obstáculo.

Se a opção for por novos gestores no Cruzeiro, serei o primeiro a desejar sucesso, para o bem do clube.

Continuarei, como torcedor que sempre fui, apoiando meu time, ao lado da torcida que sempre respeitei.

Atenciosamente,

Ronaldo Granata

Segundo vice-presidente do Cruzeiro

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