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Em carta, Granata diz que não será obstáculo para reformulação da gestão do Cruzeiro

Documento foi encaminhado ao presidente do Conselho, José Dalai Rocha

Thiago Madureira
Ronaldo Granata enviou carta ao presidente do Conselho - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press
Ronaldo Granata, um dos vice-presidentes do Cruzeiro, disse que não será obstáculo para que o Conselho Gestor assuma o comando do clube. Ele enviou uma carta ao presidente do Conselho, José Dalai Rocha, nesta quarta-feira. No documento, ele não usou a palavra renúncia, embora a tendência seja essa.


Granata aparecia como principal empecilho para a renúncia coletiva na Raposa. Com os protestos, ele mudou de ideia e considerou a possibilidade de sair. Essa informação foi adiantada pelo Superesportes nessa terça-feira.
Pressionado, o presidente Wagner também já demonstrou que pode renunciar. Ele, contudo, quer que os integrantes do grupo gestor virem avalistas de parte das dívidas feitas em sua gestão. Nesta quarta-feira, o mandatário reafirmou que pode deixar o clube em conversa com Dalai Rocha.
Hermínio Lemos, primeiro vice-presidente, mostrou que está disposto a abandonar a gestão do clube. Agora, se o cenário não mudar, uma negociação deve acertar a saída da cúpula celeste.

Na carta enviada a Dalai, Granata fez questão de dizer que nunca participou da gestão de Wagner Pires de Sá. "Me afastei da diretoria tão logo percebi os rumos e as práticas implementadas e passei a alertar para os riscos que o Cruzeiro estava correndo", disse.

Granata ainda afirma ser "vítima de uma campanha difamatória, infame e injusta, por parte de pessoas que se omitiram ou foram coniventes quando ainda era tempo de evitar o pior".

Tão logo todas as renúncias sejam confirmadas, o Conselho Gestor assumirá o comando. O grupo será composto por Pedro Lourenço, dono do Supermercados BH; Emílio Brandi, do grupo Nova Safra; Pietro Sportelli, presidente da Aethra; Alexandre de Souza Faria, da Multiseg; Carlos Ferreira Rocha, do Frigorífico Uberaba; Saulo Tomaz Froes, da Lokamig; e Jarbas Matias dos Reis, que participou da comissão de sindicância e que integrou o conselho criado por Zezé Perrella em outubro para ajudar na administração.


O empresário Aquiles Diniz preferiu auxiliar na gestão tendo uma cadeira simbólica na Sede Administrativa, mas sem participar do grupo formalmente.

Leia a carta na íntegra
José Dalai Rocha, presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro

Prezado senhor,

O CRUZEIRO PRIMEIRO

Meu foco sempre foi e sempre será o Cruzeiro.

Por essa razão, eu me afastei da diretoria tão logo percebi os rumos e as práticas implementadas e passei a alertar para os riscos que o Cruzeiro estava correndo. E tudo se confirmou.

Não fui e nem sou investigado. Jamais tive a polícia na minha porta. E nunca compactuei com malfeitos no clube.

Mas sou hoje vítima de uma campanha difamatória, infame e injusta, por parte de pessoas que se omitiram ou foram coniventes quando ainda era tempo de evitar o pior.

Não tenho interesses pessoais. Se não posso contribuir, como era meu desejo, para a reconstrução do nosso clube, levando-o de volta ao lugar de grandeza que sempre ocupou, não serei obstáculo.


Se a opção for por novos gestores no Cruzeiro, serei o primeiro a desejar sucesso, para o bem do clube.

Continuarei, como torcedor que sempre fui, apoiando meu time, ao lado da torcida que sempre respeitei.

Atenciosamente,

Ronaldo Granata

Segundo vice-presidente do Cruzeiro