Nesta terça-feira, o Ministério Público de Minas Gerais anunciou medida para banir as torcidas organizadas do Cruzeiro Máfia Azul e Pavilhão Independente dos estádios em todo o Brasil durante um ano. O pedido será enviado à Federação Mineira de Futebol (FMF) e, só após ser aprovado, poderá ser aplicado na prática.
Em parceria com as Polícias Civil e Militar, o MP determinou a prisão nesta terça-feira, durante a operação "Voz da Arquibancada", de oito líderes das duas organizadas: cinco da Máfia Azul e três da Pavilhão Independente. Outros oito integrantes estão foragidos.
O inquérito policial investiga associação criminosa, lesão corporal, tentativa de homícidio, dano ao patrimônio público e privado, provocação de tumulto e ameaças. Participaram da operação quatro delegados, 110 investigadores, 40 policiais militares e dois promotores de Justiça.
Durante a operação, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão em Belo Horizonte, Contagem, Betim, Vespasiano, Ribeirão das Neves, Barão de Cocais e João Monlevade.
A promotora do Ministério Público, Vanessa Fusco, detalhou a operação e a dividiu em duas etapas: a das medidas cautelares e a das medidas administrativas. A primeira envolveu os mandados de prisão para integrantes das duas torcidas organizadas. A segunda se baseia no inquérito civil em andamento, com a sugestão de banimento da Máfia Azul e da Pavilhão Independente dos estádios, em todo o Brasil, por um ano.
Integrantes das duas organizadas ainda teriam de guardar distância de 5km dos estádios em dias de jogos.
“O MP desdobrou em duas ações: uma era hoje, com as medidas cautelares reais e pessoais, que significam mandados de prisão temporária contra essas pessoas e, também, mandados de busca e apreensão. E a segunda esfera, que é administrativa, baseada no inquérito civil em andamento, com o banimento por um ano de todos os torcedores que se apresentem com aquela caracterização de Máfia Azul ou Pavilhão Independente, no entorno ou dentro do estádio, em todo o país”, descreveu a promotora Vanessa Fusco.
O tenente-coronel Juliano Trant destacou que a Polícia Militar tentou apaziguar a relação entre Máfia e Pavilhão desde setembro, uma semana antes do jogo contra o Flamengo, mas os integrantes priorizavam o conflito. Nas rodadas finais do Brasileirão, a PM aumentou o número de profissionais no entorno do Mineirão: “Trabalhamos a segurança dos jogos contra Avaí e CSA como se fossem Atlético x Cruzeiro”.
Trant também falou sobre como a PM agirá ao detectar a presença de torcedores das duas organizadas a serem banidas. A prisão só acontecerá em caso de afronta. “No primeiro momento, trabalhamos com a questão educativa, porque muito torcedor compra o uniforme da torcida (organizada) e vai inocentemente. Os torcedores da organizada mesmo ficam cientes e não vão (caracterizados). No redor do estádio, trabalharemos educativamente. Percebendo que se trata de afronta, tomaremos providências”, explicou.