A instabilidade política do Cruzeiro e reuniões sucessivas na Sede Administrativa inviabilizam qualquer tipo de afirmação, mas, no começo da tarde desta segunda-feira, a informação obtida pelo Superesportes, com três fontes, é que Wagner Pires de Sá aceitou renunciar e deixará a presidência do Cruzeiro. O primeiro vice, Hermínio Lemos, também cedeu à pressão da torcida e de parte do Conselho Deliberativo. A saída em bloco depende apenas do sinal positivo do segundo vice-presidente, Ronaldo Granata.
O dia começou com uma reunião entre Wagner Pires de Sá e seus dois vices com o presidente do Conselho, José Dalai Rocha. Ao deixar a Sede Administrativa, às 11h20, Dalai não quis detalhar o encontro e avisou que quem se pronunciaria nas horas seguintes seria Wagner. Por sua vez, a assessoria de imprensa institucional do clube se limitou a dizer que o mandatário tomaria “a melhor decisão para o Cruzeiro”.
Após o almoço, por volta das 14h, Dalai voltou à Sede e afirmou que, em breve, teria “notícia boa para o Cruzeiro”.
A informação obtida pelo Superesportes é que a renúncia em bloco dependia apenas de Ronaldo Granata, vice que, em quase dois anos de mandato, teve pouco envolvimento com Wagner e sua diretoria executiva. Justamente por não se sentir culpado pela má gestão do clube, ele estava resistente em deixar o posto.
Apesar desse entrave, José Dalai Rocha iniciou ainda pela manhã discussões para definir a estrutura do Conselho Gestor que assumiria o clube interinamente após a saída do presidente e de seus vices. Dos cinco integrantes, dois seriam Pedro Lourenço, da rede Supermercados BH, e Emílio Brandi, do grupo Nova Safra. Outro provável componente é o empresário Aquiles Diniz.
Granata chegou a pleitear participar da transição nesse Comitê Gestor, mas essa hipótese foi descartada.
Recém-empossado por Wagner Pires de Sá como gestor do futebol no lugar de Zezé Perrella, Márcio Rodrigues dificilmente comporia o Comitê Gestor durante a transição. A tendência é que ele também perca o cargo após a renúncia em bloco.
A partir de uma renúncia, caberia a José Dalai Rocha convocar novas eleições para a escolha do novo presidente do Cruzeiro.