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Gilvan rebate Perrella e cita legado financeiro deixado para atual diretoria do Cruzeiro: 'Decisões equivocadas resultaram nessa tragédia'

Em carta aberta, ex-presidente se defende de acusações, detalha valores de sua gestão e explica apoio a Wagner Pires nas últimas eleições no clube

postado em 16/12/2019 14:00 / atualizado em 16/12/2019 14:52

(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)

O ex-presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, publicou, nesta segunda-feira, uma carta aberta para se defender de críticas feitas por Zezé Perrella sobre má administração no período em que esteve à frente do clube em dois mandatos – de 2012 a 2017. No texto, Gilvan rebateu as declarações do dirigente, que deixou recentemente os cargos de gestor do futebol e de presidente do Conselho Deliberativo, e apontou as dificuldades herdadas após a passagem do desafeto pelo cargo. 

“Recentemente, meu nome vem sendo, novamente, citado pelo ex-gestor do futebol e ex-presidente, Zezé Perrella, que tentou, a todo modo, transferir a culpa deste vergonhoso rebaixamento às gestões em que estive à frente do Clube, porém, distanciando-se em seus argumentos dos erros cometidos em seus mandatos. Busca, sem conhecer de forma consciente os fatos, construir uma narrativa de pouca credibilidade, diante de milhares de torcedores e cidadãos que bem conhecem sua história. Eleito Presidente em outubro de 2011 (meu mandato começaria em janeiro de 2012), tive que assumir, prematuramente, a gestão do Cruzeiro Esporte Clube, que estava à beira do rebaixamento, para não deixar o Clube cair, enquanto o Sr. Zezé Perrella cuidava, vaidosa e prioritariamente, de sua carreira política, em Brasília", disparou. 

Em entrevista no fim de novembro, Zezé Perrella responsabilizou Gilvan de Pinho Tavares e Wagner Pires de Sá (atual presidente) de ‘quebrarem’ o Cruzeiro. Na coletiva em que explicou a saída do clube, na quinta-feira passada, o dirigente afirmou que a dívida celeste estava em torno de R$ 700 milhões

Gilvan, no entanto, diz que herdou uma dívida de R$ 120 milhões da gestão de Perrella, mas ressaltou que deixou um legado financeiro para a atual diretoria, apresentando números de vendas de jogadores e premiações por títulos. 

“O total da dívida era, de aproximadamente, R$ 120 milhões e reitero, com cotas de televisão adiantadas. Naquele período, o Mineirão estava sendo reformado para a Copa do Mundo e éramos obrigados a jogar no interior, com mais despesas com o deslocamento da equipe e perda de receita com bilheteria. Não bastasse, o plantel herdado para o ano de 2012, tinha um único jogador com valor de mercado e possibilidade de gerar receita para os cofres do Clube (Montillo). Mas apenas 60% do valor econômico dele. Um rápido levantamento das cifras arrecadadas pela atual administração, nos anos de 2018 e 2019, revela que a maior parte daqueles valores foram provenientes do time e do elenco que nossa gestão montou e que já havia conquistado a Copa do Brasil de 2017”, argumentou antes de falar dos valores.

“O legado no futebol deixado pela gestão que representei rendeu um montante superior a R$ 200 milhões para a atual diretoria, que cito, com muito orgulho: R$ 61,9 milhões (premiação da Copa do Brasil em 2018); R$ 13,65 milhões (Libertadores de 2018); R$ 2,07 milhões (premiação pela 8ª colocação no Campeonato Brasileiro); R$ 17 milhões (premiação pela Libertadores de 2019); R$ 12,35 milhões (premiação pela Copa do Brasil de 2019); R$ 58 milhões (venda do Arrascaeta); R$ 9,52 milhões (venda do Romero, juntamente com quitação da dívida do Pisano); R$ 13 milhões (venda do Raniel); R$ 11 milhões (venda do Murilo); R$ 11 milhões (venda do Gabriel Brasão, jogador da base); R$ 10 milhões (venda do Vitinho, jogador da base); R$ 600 mil (venda do Tony Anderson, também, da base). São números incontestáveis, fruto de um trabalho sério e com expressivo potencial de crescimento para futuras arrecadações. Infelizmente, em virtude dos erros cometidos pela atual gestão e pela visibilidade negativa que seus mandatários estão gerando, a realidade tornou-se algo muito diferente. Decisões equivocadas, após meu desligamento da presidência, resultaram nesta tragédia que vivenciamos nos dias atuais”, criticou. 

Por fim, Gilvan esclareceu os motivos de ter apoiado Wagner nas eleições presidenciais do Cruzeiro e relatou que Perrella tinha interesse em concorrer ao cargo máximo do clube no mesmo pleito, em 2017. 

“Ao término de seu mandato como senador, diante de notícias divulgadas na “Lava Jato”, o Sr. Zezé Perrella reaparece na política do Clube e consegue se eleger presidente do nosso Esclareço que, antes mesmo de apoiar nomes à presidência do Cruzeiro, Zezé Perrella tentou ser cabeça de chave e ventilou seu nome como candidato ao cargo. Após constatar um possível fracasso, com seu nome sendo notícia em reportagens de operações policiais, desistiu da idéia, passando a apoiar o candidato que concorreu com Wagner Pires de Sá”, afirmou Gilvan, que ainda explicou como foi ‘traído’ pelo atual presidente. 

Quando decidi apoiar o atual presidente, uma condição foi imposta e aceita pelo Wagner, diante de vários conselheiros ilustres do Clube. Em duas ocasiões, ainda no período da campanha presidencial, em que Wagner buscava apoio para sua chapa, o mesmo empenhou sua palavra de honra de que não nomearia Itair Machado, caso vencesse o pleito. Uma vez eleito, traiu vergonhosamente a todos, com a nomeação de Itair. Como consequência, tanto eu, quanto outros companheiros de diretoria retiramos nosso apoio e nos afastamos (para as eleições que viriam a ocorrer para o Conselho Deliberativo). O que passamos a ver, a partir daí, foram páginas que envergonham a história do Cruzeiro. Conchavos, nomeações de pessoas baseadas em apoio político, vista grossa em solicitações de conselheiros, destituição de colaboradores que muito contribuíram para o crescimento do Clube”, concluiu.

LEIA, NA ÍNTEGRA, A CARTA ABERTA DE GILVAN DE PINHO TAVARES

Carta Aberta aos Cruzeirenses

Prezados amigos, conselheiros e toda nação azul,

Como cruzeirense e conselheiro benemérito do nosso glorioso Cruzeiro Esporte Clube vivencio, há 60 anos, tudo que acontece na história do nosso Clube. Vejo com profunda tristeza os caminhos pelos quais nosso Clube tem trilhado nos últimos dois anos. Quem me conhece sabe bem que algumas palavras sempre conduziram e definiram minhas ações enquanto pessoa, conselheiro e presidente (por dois mandatos) do Cruzeiro: idoneidade, transparência, assertividade, respeito e dedicação.

É de conhecimento público o difícil momento que o nosso Cruzeiro Esporte Clube enfrenta. Ver nossas heroicas páginas escritas em quase 100 anos de existência serem manchadas pelos acontecimentos recentes, que levou nosso Clube até mesmo às manchetes policiais, muito me entristece. Tenho procurado me conter, em relativo silêncio, diante deste nebuloso céu que rodeia nossas cinco estrelas e quero, nesta carta aberta, esclarecer alguns posicionamentos que estão sendo colocados em relação à minha pessoa e aos mandatos que representei trazendo luz aos fatos.

Em minha administração procurei dignificar o cargo de Presidente do Cruzeiro Esporte Clube por ter plena noção da importância que lhe é atribuída. Trabalhei com a seriedade que um dirigente deve ter e, mais que isso, sem nunca fugir da responsabilidade. Nunca aproveitei da imagem e das mídias sociais, seja do Cruzeiro seja de jogadores famosos, para fazer média com a torcida.

Por ter noção do que significa, no contexto do esporte brasileiro e internacional, ocupar o honroso cargo de Presidente do Cruzeiro, sempre me preocupei em zelar pela imagem do Clube. Elevamos, durante a passagem pela presidência, a marca Cruzeiro Esporte Clube no futebol, no atletismo, no vôlei, no futebol americano e outras modalidades esportivas. 

Atraímos, com competência e resultados positivos, novos mercados consumidores e patrocinadores, geramos novos negócios, ampliamos nossa visibilidade com exitosas ações de marketing, revelamos novos talentos. Conforme divulgado na pesquisa do Data Folha, em 2019, a torcida do Cruzeiro cresceu de 3 para 4%, entre 2010 e 2019 (gestão Gilvan 2012-2017), o que corresponde a mais de 2 milhões de pessoas. Em suma, honramos uma trajetória de sucesso à qual o Cruzeiro sempre esteve vinculado. Reconheço, com humildade, que nem todas ações tomadas geraram o retorno esperado, mas, tenho absoluta convicção que obtivemos muito mais sucesso que fracasso.

Recentemente, meu nome vem sendo, novamente, citado pelo ex-gestor do futebol e ex-presidente, Zezé Perrella, que tentou, a todo modo, transferir a culpa deste vergonhoso rebaixamento às gestões em que estive à frente do Clube, porém, distanciando-se em seus argumentos dos erros cometidos em seus mandatos. Busca, sem conhecer de forma consciente os fatos, construir uma narrativa de pouca credibilidade, diante de milhares de torcedores e cidadãos que bem conhecem sua história.

Eleito Presidente em outubro de 2011 (meu mandato começaria em janeiro de 2012), tive que assumir, prematuramente, a gestão do Cruzeiro Esporte Clube, que estava à beira do rebaixamento, para não deixar o Clube cair, enquanto o Sr. Zezé Perrella cuidava, vaidosa e prioritariamente, de sua carreira política, em Brasília.

Recebi um fardo pesado que, com muito esforço, consegui levar adiante, mantendo nosso time na elite do futebol nacional. Naquele final de 2011, o cenário encontrado foi de sérias dificuldades, com dívida de curto prazo e sem fluxo de caixa. O total da dívida era, de aproximadamente, R$ 120 milhões e reitero, com cotas de televisão adiantadas. Naquele período, o Mineirão estava sendo reformado para a Copa do Mundo e éramos obrigados a jogar no interior, com mais despesas com o deslocamento da equipe e perda de receita com bilheteria. Não bastasse, o plantel herdado para o ano de 2012, tinha um único jogador com valor de mercado e possibilidade de gerar receita para os cofres do Clube (Montillo). Mas apenas 60% do valor econômico dele.

Mesmo contra todas as adversidades, por ter recebido o Clube como uma verdadeira terra arrasada, apostei em nomes desconhecidos: Alexandre Mattos, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. Banquei, como treinador, quem ninguém acreditava: Marcelo Oliveira. Dei oportunidade à base: Mike, Alisson, Lucas Silva, Raniel, Murilo, Rafael e Fabrício Bruno. Investi em talentos emergentes: Dedé, Léo, Nilton, Arrascaeta e Romero. 
 
Trouxe jogadores vencedores por onde passaram: Dagoberto, Ceará, Tinga, Borges, Marcelo Moreno. Os resultados todos nós conhecemos: conquistamos o tri e o tetra brasileiro (2013/2014), a Copa do Brasil de 2017, o campeonato mineiro de 2014. Ao final do segundo mandato de minha gestão, deixei como legado para a nova Diretoria, um elenco de jogadores que levou o Cruzeiro à conquista da Copa do Brasil de 2018 e, ainda, os campeonatos mineiros de 2018 e 2019. Nove dos 11 titulares fizeram parte do elenco do Cruzeiro de 2017 e foram fundamentais para as vitórias e títulos do ano passado. 

Foi a partir de 2013, que o Cruzeiro Esporte Clube reassumiu seu papel de protagonista no futebol, ofuscando grandes clubes nacionais e trazendo de volta a paixão do torcedor, que se orgulhava em cantar “sou cruzeirense apaixonado e para sempre vou te amar”. 
Um rápido levantamento das cifras arrecadadas pela atual administração, nos anos de 2018 e 2019, revela que a maior parte daqueles valores foram provenientes do time e do elenco que nossa gestão montou e que já havia conquistado a Copa do Brasil de 2017. Essa receita veio, em 2018, da premiação pelo título da Copa do Brasil, pelas colocações da equipe na Copa Libertadores e no Campeonato Brasileiro, somado ao valor obtido com a venda de vários atletas do elenco herdado de nossa gestão.

O legado no futebol deixado pela gestão que representei rendeu um montante superior a R$ 200 milhões para a atual diretoria, que cito, com muito orgulho: R$ 61,9 milhões (premiação da Copa do Brasil em 2018); R$ 13,65 milhões (Libertadores de 2018); R$ 2,07 milhões (premiação pela 8ª colocação no Campeonato Brasileiro); R$ 17 milhões (premiação pela Libertadores de 2019); R$ 12,35 milhões (premiação pela Copa do Brasil de 2019); R$ 58 milhões (venda do Arrascaeta); R$ 9,52 milhões (venda do Romero, juntamente com quitação da dívida do Pisano); R$ 13 milhões (venda do Raniel); R$ 11 milhões (venda do Murilo); R$ 11 milhões (venda do Gabriel Brasão, jogador da base); R$ 10 milhões (venda do Vitinho, jogador da base); R$ 600 mil (venda do Tony Anderson, também, da base).

São números incontestáveis, fruto de um trabalho sério e com expressivo potencial de crescimento para futuras arrecadações. Infelizmente, em virtude dos erros cometidos pela atual gestão e pela visibilidade negativa que seus mandatários estão gerando, a realidade tornou-se algo muito diferente. Decisões equivocadas, após meu desligamento da presidência, resultaram nesta tragédia que vivenciamos nos dias atuais. 
 
Outro fato importante de se esclarecer, é o referente à dívida que recebi da gestão anterior que, em 2011, era de R$ 120 milhões. É preciso ser transparente e respeitoso com a inteligência dos nossos torcedores. Se corrigidos para valores atuais, aquele montante seria hoje, pelo menos, três vezes maior, aproximadamente de R$ 350 milhões (levando-se em consideração a correção monetária e juros conservadores, para uma dívida). Se por má fé ou se por desconhecimento, uma vez que não me cabe julgar os motivos, não é justo manipular os números e usá-los como argumento em defesa própria é, no mínimo, irresponsável.

É importante esclarecer que a dívida de toda a minha gestão, alardeada pelo Sr. Zezé Perrella e de forma exagerada, conforme consta das contas apresentadas ao Conselho Deliberativo no ano de 2018 foi no valor de R$ 330 milhões de reais e estava, praticamente, equacionada nos refis que herdei de gestões anteriores e cujos pagamentos honrei durante minha gestão, tendo, posteriormente, incluído toda ela, juntamente com a de minha administração, no Profut. Se raciocinarmos que a dívida da gestão anterior (do ano de 2011), devidamente corrigida, era de aproximadamente R$ 350 milhões (em um período de apenas 3 anos de gestão dele) e era integral, pois não estava devidamente equacionada, além de ter recebido um elenco com um único atleta valorizado (60%), é fácil concluir que a dívida que recebi é muito maior do que a que deixei, além disto, somente em premiações e venda de atletas o elenco que transferi rendeu para a nova Diretoria, já no primeiro ano de gestão, valores que superam R$ 200 milhões.    

Quanto à dívida com a FIFA, ela decorre de ações que ainda estavam sendo julgadas durante meu mandato e que só deverão ser pagas em caso de condenação final. Mas, conforme demonstrado, as receitas com as premiações obtidas com o elenco que deixei e vendas de atletas, geraram recursos que dariam para cobrir todos os custos que advirão, mas eles foram desviados para outros fins.

Não poderia deixar de falar sobre assuntos relacionados à política do Cruzeiro Esporte Clube. Ao término de seu mandato como senador, diante de notícias divulgadas na “Lava Jato”, o Sr. Zezé Perrella reaparece na política do Clube e consegue se eleger presidente do nosso Conselho Deliberativo (depois de fazer um conchavo político com o Presidente Wagner, conforme divulgado nas redes sociais). Acabou extrapolando as funções previstas para o cargo, sem previsão estatutária, à revelia de seus pares e criou um conselho gestor, que não está previsto no Estatuto, se intitulou seu presidente e passou a comandar o futebol, após a indecorosa passagem de Itair Machado.

Esclareço que, antes mesmo de apoiar nomes à presidência do Cruzeiro, Zezé Perrella tentou ser cabeça de chave e ventilou seu nome como candidato ao cargo. Após constatar um possível fracasso, com seu nome sendo notícia em reportagens de operações policiais, desistiu da idéia, passando a apoiar o candidato que concorreu com Wagner Pires de Sá.

Quando decidi apoiar o atual presidente, uma condição foi imposta e aceita pelo Wagner, diante de vários conselheiros ilustres do Clube. Em duas ocasiões, ainda no período da campanha presidencial, em que Wagner buscava apoio para sua chapa, o mesmo empenhou sua palavra de honra de que não nomearia Itair Machado, caso vencesse o pleito. Uma vez eleito, traiu vergonhosamente a todos, com a nomeação de Itair. Como consequência, tanto eu, quanto outros companheiros de diretoria retiramos nosso apoio e nos afastamos (para as eleições que viriam a ocorrer para o Conselho Deliberativo). 

O que passamos a ver, a partir daí, foram páginas que envergonham a história do Cruzeiro. Conchavos, nomeações de pessoas baseadas em apoio político, vista grossa em solicitações de conselheiros, destituição de colaboradores que muito contribuíram para o crescimento do Clube. Presenciamos, até mesmo, pessoas que aceitaram o desafio de representar o Cruzeiro em funções importantes e que, pouco tempo depois (após se inteirarem das motivações da nova diretoria) preferiram se afastar, por iniciativa própria, por não concordarem com muitas coisas erradas e conchavos que passaram a existir.

O que se viu daí para a frente foi estes mandatários macularem – perante nossa imensa torcida (e o público em geral), a instituição Cruzeiro Esporte Clube. A partir de suas ações, hoje o que temos são diversas perguntas sem respostas. 

Por que colocar um agente que não era ligado ao atleta para negociação de Myke se, no acordo assinado entre os clubes, o Cruzeiro poderia tratar diretamente com o Palmeiras? Qual a necessidade de três agentes para renovação de contrato do goleiro Fábio? Qual a explicação para o pagamento de luvas na prorrogação deste contrato? Por que a dação de percentuais de 10 jogadores para um agente? Por que o apadrinhamento de influenciadores digitais e blogueiros? Qual foi ou será o montante gasto com indenizações para gestores como Itair Machado e Serginho? Por que a política de remuneração de conselheiros? Quantos receberam como pessoa física e como pessoa jurídica? E o caso do garoto Messinho, de 11 anos? São algumas das interrogações que estão sem respostas convincentes. E existem muitas outras.

O que presenciamos, nos últimos meses, é essa transferência de culpa. Tentam não assumir nada do que está acontecendo. Trocam farpas entre eles mesmos. Transferem a responsabilidade ora para minha gestão (e, ainda, tentam envolver o nome honrado do Bruno Vicintin), ora para os atletas, ora para treinadores. Na verdade, atitudes como essas são simplistas, covardes, que podem ludibriar alguns por muito tempo, mas nunca para sempre. Hoje vemos que essas máscaras caíram sob falsas promessas, gastos expressivos, altos salários, indenizações, irresponsabilidades e contas a pagar, sem nenhum jogador promissor capaz de gerar caixa para o Cruzeiro. O que deixará de legado essa gestão, ao final do seu mandato?

Neste momento, compartilho a tristeza de cada cruzeirense, os que estão em seus lares e os que estão se movimentando nas redes sociais e vindo para as ruas, lutando pelo afastamento desta Diretoria e para que outra venha recolocar o Clube no lugar que ele sempre ocupou no cenário desportivo nacional e mundial, pois, assim como eles, aprendi a amar nosso Cruzeiro e dele só retirar as glórias alcançadas. Nada mais. 

Que Deus ilumine a todos.

GILVAN DE PINHO TAVARES
Conselheiro benemérito e ex-presidente do Cruzeiro Esporte Clube.

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