A ideia foi postada por Edinho Potsch, conselheiro do clube, nas redes sociais e ganhou projeção entre os torcedores. Segundo Potsh, na relação de 2018, havia 280 funcionários com ganhos de até R$ 2 mil. Colaboradores que recebem até R$ 1,5 mil são cerca de 220. O dinheiro será arrecadado em uma conta exclusiva para este fim.
“Pessoal, vamos abrir uma conta na segunda para esse fim. Apenas para isso! Iremos postar aqui o total arrecadado e também a prestação de contas com imagens das entregas. Parabéns aos envolvidos e para os que contribuíram”, postou Edinho Potsch, no Twitter.
No dia 7 deste mês, o Superesportes já havia informado sobre a dificuldade do clube em honrar seus compromissos básicos, como os pagamentos de salários, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e férias.
Bruno Vicintin
O empresário Bruno Vicintin, ex-vice-presidente de futebol do Cruzeiro na gestão de Gilvan de Pinho Tavares, vai doar 300 cestas básicas para os funcionários do clube.
Carta
Nessa sexta-feira, uma carta apócrifa circulou nas redes sociais. O conteúdo do documento é um apelo para o presidente Wagner Pires de Sá tomar alguma atitude para solucionar os problemas financeiros do clube e regularizar os pagamentos.
“Funcionários trabalhando arrastados, doentes, tristes, alguns com problemas familiares e sem qualquer perspectiva de melhora. Hoje, nos corredores, não mais comemoramos vitórias. Perguntamos uns aos outros “quando iremos receber?”, “o salário será parcelado?” O sentimento de tristeza está estampado no rosto de cada colaborador”, diz parte da carta.
A carta é assinada por “funcionários do Cruzeiro Esporte Clube”, mas ninguém registrou o nome no documento.
Carta à Administração do Cruzeiro Esporte Clube
Em nome de uma grande parcela de funcionários do Cruzeiro Esporte Clube manifestamos nossa indignação e tristeza em razão do momento vivenciado nesta instituição. Muitos de nós somos colaboradores antigos, e exercemos com muita dedicação e respeito nossas funções (das mais simples às mais complexas). Dos bastidores assistimos uma verdadeira devassa no nosso clube, sem nada podermos fazer.
Novos funcionários chegaram ao Clube por indicação, cresceram rapidamente, tiveram salários rapidamente aumentados. Enquanto isso, vimos nossa fonte de renda secando. Estamos passando por momentos nebulosos, de incertezas. Salário de todas as unidades do Cruzeiro atrasados; nenhuma perspectiva de pagamento de 13º salário.
Funcionários trabalhando arrastados, doentes, tristes, alguns com problemas familiares e sem qualquer perspectiva de melhora. Hoje, nos corredores, não mais comemoramos vitórias. Perguntamos uns aos outros “quando iremos receber?”, “o salário será parcelado?” O sentimento de tristeza está estampado no rosto de cada colaborador. A incerteza do dia de amanhã nos entristece e preocupa. Nada é dito. Ninguém se manifesta ou nos dá explicações. Vamos trabalhando um dia após o outro na esperança de que algo aconteça, de que, quase que milagrosamente, alguém faça algo por nós. Não temos voz. É necessário lembrar que por trás do futebol, existe um outro “time” que é fundamental para o funcionamento da instituição. Quem aqui está, sabe bem quem é quem. Nossa grande esperança não aconteceu até o momento: um choque de gestão.
Pedimos a Presidência, encarecidamente, que pense na instituição, e tome decisões capazes de reverter esta situação. O Cruzeiro é grande demais para passar por problemas como este.
Belo Horizonte, 13 de dezembro de 2019.
Funcionários do Cruzeiro Esporte Clube