“Se não renunciar, convoca essa reunião, que está na mão do Dalai fazer. Se ele convocar, é a metade mais um dos Conselheiros para o afastamento. E, se tem o apoio, ele (Wagner) deveria ser o primeiro a fomentar essa reunião. Não tinha que ter medo de ir para o voto. É esmagador que a torcida quer que ele se afaste. O terceiro caminho seria uma intervenção judicial, que o magistrado pode nomear quem ele quiser (para administrar o Cruzeiro)”, disse Sérgio, em entrevista à rádio 98FM.
“Diante desse cenário, o maior gesto de grandeza deveria ser renunciar. Não é atitude de covarde, é ver que existe um bem maior do que você”, acrescentou.
Derrotado na última eleição por Wagner, Sérgio disse que faz parte de um grupo de conselheiros e não seria candidato em um possível pleito sem a união de todos. “Eu jamais seria candidato de mim mesmo. Vou me colocar à disposição para ajudar”.
River como exemplo
Em 2011, o River Plate foi rebaixado à Segunda Divisão do Campeonato Argentino. Depois, o clube começou uma reestruturação. Desde que voltou à elite do futebol argentino, o time de Núñez venceu uma Copa Sul-Americana (2014), duas Libertadores (2015 e 2018) e três Recopas (2015, 2016 e 2019), entre outros títulos.
“Quero relembrar a história do River Plate, que foi rebaixado em 2011. O Rodolfo D'Onofrio (presidente atual do River Plate) havia perdido as eleições anteriores para o Passarella por seis votos. O Passarella pegou o River ruim, piorou e caiu. O D'Onofrio voltou e fez uma mágica fora do comum, assim como o Marcelo Santana (Bahia) e o Bandeira (Flamengo): gestão!”, disse.
“Valorizou a gestão, gastou menos do que arrecada, trouxe a torcida de volta, que é o que nós estamos perdendo hoje. E construiu, na contramão de outros clubes, uma receita de 30% do dia do jogo, 30% de sócios e 20% de patrocínio. Nem de cota de TV eles dependem. Rebaixado em 2011, em 2014 ganhou a Sul-Americana e em 2015 a Copa Libertadores. A nossa situação é mais difícil porque o River não tinha a dívida que a gente tem. Mas impossível não é”, destacou.
Gastos
Sérgio Santos Rodrigues questionou os gastos do Cruzeiro com festas. Quando venceu o hexacampeonato da Copa do Brasil, no ano passado, a diretoria não poupou dinheiro na festança. Contratou a dupla Zé Neto e Cristiano, uma das mais caras do Brasil, fez churrasco para conselheiros e jantar para todo o elenco.
“Se a gente analisar, ontem foi divulgado (gastos com festas). Acho que tem que comemorar desde que os salários estejam em dia, desde que os fornecedores estejam recebendo, desde que os compromissos estejam cumpridos. Se a gente pegar os R$ 615 mil da festa do hexa que foi divulgado, R$ 300 mil da dupla Zé Neto e Cristiano e R$ 160 mil da banda Sorriso Maroto. Qual o cachê dessas bandas? Para amigos que perguntei o do Zé Neto e Cristiano pode até ser, mas o do Sorriso Maroto é banda de R$ 70 mil e olhe lá. E me parece que há outras denúncias de contratações acima do preço. Além disso, Carnaval de 2018 teve prejuízo de R$ 46 mil; tarde italiana com prejuízo de R$ 8 mil. Além disso, churrasco dos Conselheiros por R$ 27 mil; jantar para delegação por R$ 40 mil”.