As primeiras análises dos membros do grupo que pede o afastamento de Wagner e seus vices (Hermínio Lemos e Ronaldo Granata), dão conta de que Perrella preferiu, com a decisão, ‘passar a responsabilidade’ da convocação (ou não) da Reunião Extraordinária para José Dalai Rocha, então vice-presidente do Conselho e que assumirá a função de mandatário interinamente.
Dalai Rocha é analisado por seus pares como um conselheiro que sempre busca a conciliação. Sua posição sobre a convocação da Reunião Extraordinária ainda é uma incógnita, mas em outubro, quando foi protocolado o primeiro pedido, Dalai se mostrou contra a realização. Ele acreditava que o processo poderia ser judicializado pelos vices Hermínio e Granata.
Outra hipótese levantada é a de que Perrella fez esse movimento, de renúncia temporária, já pensando em eleições futuras para presidência do Cruzeiro. Desta forma, o dirigente se isentaria de qualquer decisão que poderia inviabilizar uma candidatura. Embora ele já tenha afirmado em inúmeras oportunidades que não quer assumir esse posto, a oposição considera que “tudo é possível na política do clube”.
Perrella e José Dalai Rocha foram procurados pela reportagem, mas não responderam as mensagens até a última atualização desta reportagem.
Perrella e José Dalai Rocha foram procurados pela reportagem, mas não responderam as mensagens até a última atualização desta reportagem.
Oposição ratifica desejo de afastamento
Representante do grupo de oposição, o advogado Kriss Bretas, associado do Cruzeiro, afirmou que espera que Dalai Rocha convoque a Reunião Extraordinária o mais rápido possível.
“A gente espera que o doutor Dalai, como torcedor ilustre, cumpra o desejo da maioria dos cruzeirenses e dos conselheiros. Se a diretoria atual não teme e acredita em sua idoneidade, que ponha em votação. Se no dia da votação o Conselho optar pela permanência e não afastamento, também será legítimo e teremos de ficar calados. E se a decisão for pelo afastamento, também não é atesto de culpa”, disse.
“A gente espera que o doutor Dalai, como torcedor ilustre, cumpra o desejo da maioria dos cruzeirenses e dos conselheiros. Se a diretoria atual não teme e acredita em sua idoneidade, que ponha em votação. Se no dia da votação o Conselho optar pela permanência e não afastamento, também será legítimo e teremos de ficar calados. E se a decisão for pelo afastamento, também não é atesto de culpa”, disse.
“Achamos que 161 assinaturas já um número suficiente para que o doutor Dalai entenda a gravidade da situação e que ponha em votação. O que esse grupo busca é a transparência e uma votação legítima prevista em Estatuto. O presidente pode convocar uma Reunião Extraordinária, isso é legítimo, está embasado em denúncias gravíssimas”, complementou.
A representação entregue nesta terça-feira foi assinada originalmente por 161 conselheiros e associados. O documento teve adesão, por exemplo, do ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares, do ex-diretor de futebol da gestão Perrella, Dimas Fonseca; do ex-presidente do Conselho, João Carlos Amorim; do ex-membro do Conselho Fiscal, Celso Chimbida; e de um dos principais líderes da oposição, Gustavo Gatti.