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Em crise sem precedentes, Cruzeiro terá desafio de voltar à Série A no ano de seu centenário

Além de superar crise financeira e divisão política, clube precisará se reorganizar para ter time competitivo na Série B

09/12/2019 06:00
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Cruzeiro tentará voltar à Série A no ano de seu centenário
foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

Cruzeiro tentará voltar à Série A no ano de seu centenário


Com o rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro, o ano de 2020 será de muitos desafios para o Cruzeiro. Além de superar sua maior crise político-financeira, a Raposa terá de montar um time competitivo para conseguir o acesso e retornar à elite nacional em 2021, ano do seu centenário.

A curto prazo, o maior problema do Cruzeiro é a escassez de recursos para contratar reforços e fazer rescisões de atletas que estão fora dos planos. O clube deixa a Série A com os cofres vazios e os salários do elenco atrasados. Os vencimentos de outubro, novembro e a primeira parcela do 13º não foram pagos.

O equacionamento das dívidas ficará ainda mais difícil porque o Cruzeiro já antecipou diversas receitas de 2020 e ainda terá uma queda brusca de arrecadação com a ida para a Série B

O planejamento da próxima temporada já começa prejudicado pelo atraso na busca de reforços. Eventuais negociações dependiam de uma definição sobre a permanência ou não na Série A. Como o rebaixamento só se confirmou na última rodada, a diretoria terá que discutir com o técnico Adilson Batista os nomes que se encaixam no perfil da Série B. Concorrentes que já tinham a situação definida chegaram mais cedo ao mercado.

Em relação ao futuro político, o ano de 2020 promete ser tenso nos bastidores, a exemplo do atual. Inicialmente, a antecipação das eleições foi descartada pelo presidente Conselho Deliberativo e gestor do futebol, Zezé Perrella. Não por resistência do presidente Wagner Pires de Sá, mas sim dos seus vices eleitos, Hermínio Lemos e Ronaldo Granata. Com a queda, o tema voltará à tona, até pela incapacidade demonstrada por Wagner para comandar a instituição e as denúncias contra a sua gestão. Oficialmente, o pleito será em outubro ou novembro.

Zezé Perrella também terá que decidir se estende sua permanência na gestão do futebol ou se passa o bastão. O problema é a falta de lideranças para assumir o cargo imediatamente.

Caso de polícia


O clube também aguarda o desfecho das investigações da Polícia Civil sobre irregularidades na gestão de Wagner. Além do mandatário, dirigentes como Itar Machado (ex-vice-presidente de futebol), Sérgio Nonato (ex-diretor-geral) e Fabiano de Oliveira Costa, atual diretor jurídico, são suspeitos de cometer crimes de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica.

As denúncias começaram em 26 de maio, no programa Fantástico, da TV Globo, e culminaram com as saídas de Sérgio Nonato e Itair Machado em outubro.

A Polícia Civil não deu prazo para concluir as investigações. Com tantas incertezas sobre finanças, política, futebol e denúncias, o futuro do Cruzeiro ainda é muito nebuloso a pouco mais de um do seu centenário, em 2 de janeiro de 2021.

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