Adilson Batista chegou ao Cruzeiro há dez dias. Ele tinha a missão de salvar a equipe do rebaixamento inédito à Série B, após aproveitamentos ruins de Mano Menezes, Rogério Ceni e Abel Braga. Mesmo sem conhecer o elenco, topou a missão. E falhou. Em três jogos, foram três derrotas, para Vasco (1 a 0), Grêmio (2 a 0) e Palmeiras (2 a 0). A sequência fez o time terminar o Campeonato Brasileiro em 17º lugar, com 36 pontos, a três do 16º, Ceará, que segue na elite nacional.
Quando se dirigiu para a entrevista coletiva, Adilson estava visivelmente desolado. Quem falou primeiro foi o gestor de futebol Zezé Perrella, também frustrado pelo não cumprimento do objetivo de assegurar o clube na Série A. O cartola tratou de isentar o treinador de qualquer culpa no fracasso.
“Quero agradecer ao Adilson por ter aceitado esse desafio, mesmo sabendo que era muito complicado. Ninguém tem o direito de dizer que o Adilson tem qualquer parcela de responsabilidade nisso. Você tentou, fez o que pôde, talvez se viesse antes, a situação seria outra. Mas é a realidade que temos de encarar. O Cruzeiro não vai acabar por causa disso, e tenho certeza de que voltará grande, voltará maior. Que sirva de lição para que essas coisas nunca mais se repitam no Cruzeiro. É o que tenho para dizer a vocês”, afirmou Zezé.
Antes de responder aos questionamentos dos jornalistas, Adilson fez um pronunciamento. Ele ressaltou que procurou fazer o melhor durante o curto período de trabalho na Toca da Raposa II. “Dei o meu melhor, procurei fazer aquilo que seria o melhor. Acho que fizemos um jogo competitivo contra o Vasco, fizemos um bom primeiro tempo contra o Grêmio. Hoje fizemos um bom primeiro tempo, mesmo com algumas dificuldades”.
Em seguida, o técnico concordou um dos ex-comandantes do Cruzeiro, Rogério Ceni, sobre ‘coisas erradas’ no clube. “O nosso amigo Rogério Ceni tinha razão em muitas coisas que ele falou. Tem muita coisa errada aqui. O Zezé acaba de relatar, e a gente sabe por quê. Falta intensidade, aspecto físico, um monte de coisa. E eu quero fazer parte dessa reconstrução”.
Durante o trabalho no Cruzeiro, Ceni esteve em atrito com medalhões, casos do lateral-direito Edilson, do zagueiro Dedé e do meia Thiago Neves. A diretoria optou por bancar os atletas e acabou demitindo o técnico, que retornou ao Fortaleza e obteve a nona posição no Brasileiro, com 53 pontos.
Enquanto o Fortaleza de Rogério Ceni disputará a Copa Sul-Americana em 2020, o Cruzeiro junta os cacos e tenta se fortalecer para vencer a Série B na próxima temporada e retornar à primeira divisão no ano de seu centenário, em 2021.
“É triste encarar uma Série B, um clube da grandeza do Cruzeiro, mas, como o Zezé disse, está sofrendo há alguns anos e paga essa conta hoje. O clube tem uma história bonita de títulos, conquistas, jogadores extraordinários, exemplos. Ultimamente, temos visto muitas coisas erradas, até por parte deles, profissionalmente”, declarou Adilson.
“É triste encarar uma Série B, um clube da grandeza do Cruzeiro, mas, como o Zezé disse, está sofrendo há alguns anos e paga essa conta hoje. O clube tem uma história bonita de títulos, conquistas, jogadores extraordinários, exemplos. Ultimamente, temos visto muitas coisas erradas, até por parte deles, profissionalmente”, declarou Adilson.
“Quero dar minha contribuição, vou entrar de corpo de alma e me dedicar para começarmos uma nova etapa, mesmo sabendo que o torcedor está um pouquinho chateado, magoado. Mas ele precisa entender que é o momento de ajudar, participar, colaborar, aderir e incentivar essa geração que virá no próximo ano, de modo que tenhamos um centenário com perspectivas de reagir”, complementou.
Para 2020, o Cruzeiro deverá dar mais oportunidades a jovens formados nas categorias de base, além de negociar atletas com salários altos. O desejo da diretoria é desonerar a folha e reduzir de maneira substancial a dívida geral do clube, que, segundo Zezé Perrella, aproxima-se de R$ 700 milhões. O balanço patrimonial do exercício de 2019 só será divulgado em abril do ano que vem.
Para 2020, o Cruzeiro deverá dar mais oportunidades a jovens formados nas categorias de base, além de negociar atletas com salários altos. O desejo da diretoria é desonerar a folha e reduzir de maneira substancial a dívida geral do clube, que, segundo Zezé Perrella, aproxima-se de R$ 700 milhões. O balanço patrimonial do exercício de 2019 só será divulgado em abril do ano que vem.