O técnico Adilson Batista lamentou a falta de capricho na conclusão das jogadas de ataque do Cruzeiro na derrota por 1 a 0 para o Vasco, nesta segunda-feira, em São Januário, no Rio de Janeiro, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. Além de contabilizar 55% de posse de bola e 12 finalizações (uma certa), o time celeste teve 17 escanteios, mas não conseguiu aproveitar nenhum. O cruz-maltino, por sua vez, garantiu o único tento em chute de fora da área do volante colombiano Guarín, após contragolpe puxado pelo meia Andrey.
“Se você observar, o Vasco esperou o Cruzeiro desde o início. Aí entra o processo de construção. Tivemos um pouquinho de dificuldade e erramos alguns passes por dentro, algumas triangulações, e o Vasco explorou. O Vasco fez um gol jogando em casa num contra-ataque. No segundo tempo acho que Marquinhos e Fred entraram muito bem, David também fez boa partida dentro do que esperávamos do lado esquerdo. Tentei com Ezequiel e o próprio Luis (Orejuela), mas infelizmente não conseguimos empatar. Tivemos 17 ou 18 escanteios. Precisamos caprichar um pouquinho mais”, analisou o treinador.
Em função do revés, o Cruzeiro permaneceu na zona de rebaixamento do Brasileiro, em 17º lugar, com 36 pontos, e viu o risco de queda à Série B aumentar para 90,6%, segundo os cálculos de probabilidade do Departamento de Matemática da UFMG. A duas rodadas do fim da competição, a Raposa precisa somar três pontos a mais que o Ceará, 16º colocado, com 38. Apesar da situação crítica, Adilson acredita na permanência do time na elite nacional, que passa pela vitória sobre o Grêmio na quinta-feira, às 19h15, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.
“Eu, que adoro o clube, sei do sentimento que todos estão. Mas precisamos reagir. São seis pontos em jogo. Podemos fazer três, e o adversário, concorrente nosso, não fazer nenhum. Depende da gente ainda. Vamos lutar, jogamos um dia depois deles. Futebol tem que acreditar. Eu acredito, reconheço meus objetivos e estou passando para eles aqui”.
Adilson lembrou dos trabalhos em que evitou rebaixamentos. Em 2003, o Grêmio foi 20º de 24 clubes (caíam apenas os dois últimos), com 50 pontos. Em 2004, ele treinou o Paysandu até a 41ª rodada, quando foi demitido no dia 14 de novembro, após empate por 1 a 1 com o Paraná. No fim da competição, o time paraense terminou em 14º lugar, também entre 24 clubes, com 56 pontos. Já em 2005, o técnico conduziu o Figueirense à 16ª colocação (22 equipes), com 53 pontos. Em contrapartida, não conseguiu evitar o descenso do Vasco em 2013 (18º, com 44 pontos). Mesmo assim, as experiências anteriores mantêm a esperança de Adilson em salvar o Cruzeiro da Série B.
“Já vivenciei isso em 2003 no Grêmio e conseguimos; no Paysandu, em 2004, e conseguimos; em 2005, no Figueirense, e conseguimos. Em 2013, no Vasco, levamos até o último jogo, e perdemos o jogo em Joinville, naquela tragédia. Aquilo não é futebol, não existe aquilo, a gente lamenta. Mas conseguimos levar até o último jogo. A minha intenção era levar para o Mineirão contra o Palmeiras, porque o torcedor iria fazer o gol. Essa era a minha intenção e continua sendo. Sei da dificuldade de jogar contra o Grêmio, mas precisamos manter o foco, a concentração, a determinação. Tenho conversado, passado, demonstrado. Foram dois dias de trabalho, três palestras, mostrando o que penso. Tem o emocional também, isso tem que ser observado. Eu cheguei na sexta-feira. Às vezes não posso ficar esperando. Precisamos ser rápidos na tomada de decisão e assertivos. Essa é a minha responsabilidade também”.
Depois de visitar o Grêmio, o Cruzeiro encerrará sua participação no Campeonato Brasileiro contra o Palmeiras, no domingo, às 16h, no Mineirão. Já o Ceará - 16º, com 38 pontos - enfrentará o Corinthians nesta quarta, às 19h30, no Castelão, em Fortaleza, e pegará o Botafogo domingo, às 16h, no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. Clique aqui e veja as combinações para o time celeste na reta final da Série A.