Perrella contou que sequer tratou de salário com Adilson Batista. O treinador paranaense de 51 anos aceitou prontamente o desafio de tentar evitar o rebaixamento do Cruzeiro e nem sequer tem garantia de que permanecerá no cargo em 2020.
Para o dirigente, Adilson terá a chance de salvar o Cruzeiro e dar uma volta por cima na carreira de treinador após seguidos insucessos. Na quarta-feira, o treinador foi demitido pelo Ceará após a goleada por 4 a 1 sofrida para o Flamengo, no Maracanã.
“Todos vocês sabem a relação minha de amizade com Adilson, tenho absoluta confiança nele, nesse momento que ele precisa também dar a volta por cima. Vejam como são as coisas. Quando o Ceará mandou ele embora, comentei com meus amigos, ‘como tem coragem de mandar treinador embora faltando quatro rodadas’. Acabei fazendo o mesmo. A chance de Adilson dar a volta por cima é classificando o Cruzeiro, é um desafio grande. Nem, combinei salário com ele. Disse ‘venha, vamos tirar o Cruzeiro dessa, e depois a gente conversa’. Se conseguir sair ou não, a gente conversa sobre o que vai acontecer com você (Adilson) ano que vem. É um sacrifício. Espero que a gente possa causar um choque”, disse Perrella.
Perrella admite o alto grau de dificuldade da missão do novo treinador, mas ainda crê numa reviravolta que mantenha o Cruzeiro na Série A. “Ainda acredito que temos chance de dar a volta por cima. E somente um choque de gestão, é o que coloquei para Abel, nós temos que tentar. Quando disputamos Mundial de Tóquio (1997, contra o Borussia Dortmund), e contratei Bebeto etc, nunca me arrependi. Errei, porque não fomos campeões. Errei na ação, não na omissão”, argumentou o gestor do futebol, que também é presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro.
Adilson Batista comandará a partir das 16h o primeiro treino neste retorno ao Cruzeiro. O próximo jogo será na segunda-feira, às 20h, em São Januário, contra o Vasco.
Esta será a segunda passagem de Adilson Batista pelo Cruzeiro como treinador. Entre 2008 e 2010, ele foi bicampeão mineiro (2008/2009) e vice da Copa Libertadores (2009). Em 169 partidas, ganhou 97, empatou 34 e perdeu 39, com 324 gols marcados e 193 sofridos. Como jogador, vestiu a camisa azul entre 1989 e 1993. No período como zagueiro, sagrou-se campeão mineiro de 1990 e 1992 e das Supercopas de 1991 e 1992.
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