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Cruzeiro impõe 'lei do silêncio' e proíbe entrevistas de jogadores até fim do Brasileiro

Decisão foi tomada pela diretoria e pelo técnico Abel Braga

postado em 25/11/2019 16:34 / atualizado em 25/11/2019 18:33

(Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)
Principais responsáveis pelo mau momento do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro e pelo real risco de rebaixamento, os jogadores serão blindados pela diretoria e pela comissão técnica até o final da Série A. Nesta segunda-feira, o clube impôs uma ‘lei do silêncio’ e proibiu entrevistas dos atletas no decorrer da semana e após os jogos na zona mista dos estádios. Por contrato com a TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão, apenas um atleta de pronunciará à emissora na beira do campo depois das partidas.

Segundo o diretor de comunicação do Cruzeiro, Valdir Barbosa, a decisão foi tomada em conjunto pela diretoria com o técnico Abel Braga logo depois da goleada por 4 a 1 sofrida para o Santos, sábado, na Vila Belmiro. A intenção da medida é dar mais tranquilidade aos jogadores para os jogos decisivos conta CSA, Vasco, Grêmio e Palmeiras. Nesse período, Abel Braga se pronunciará normalmente após as partidas.

Hoje, com 36 pontos, o Cruzeiro é o 16º colocado. O clube pode voltar à zona de rebaixamento esta noite caso o Fluminense, 17º, com 35, derrote o CSA em Maceió, no fechamento da 34ª rodada (veja classificação).

“Gente, é o seguinte: devido a essa sequência péssima de resultados, uma pressão muito forte, que recai sobre todos aqui no Cruzeiro, principalmente os jogadores, que são os principais pelos jogos, evidentemente, após a partida contra o Santos, a diretoria e comissão técnica estiveram reunidas e decidiram que, nesse período agora, talvez até o jogo contra o Grêmio, ou talvez contra até o Palmeiras, a gente vai preservar os jogadores de qualquer tipo de entrevista. Então, a partir de hoje, eles não falarão com vocês. A gente sabe que há uma dificuldade da parte de vocês, mas também há da nossa parte. Então, nós temos que equilibrar essa situação aí. Eles ficarão preservados. As notícias que tiverem de diretoria, ou o presidente, ou o Zezé, ou o Marcelo Djian, ou eu, nós estamos aqui para falar. O Abel vai manter as suas entrevistas normalmente. Então, essa foi a decisão que foi tomada pela diretoria”, disse Valdir Barbosa.

Segundo o diretor de comunicação, os jogadores não tiveram nenhuma interferência na decisão tomada pela diretoria e pela comissão de proibir as entrevistas. O informe à imprensa teria sido feito, inclusive, sem o conhecimento do grupo. “A decisão é da diretoria e comissão técnica, não é de jogadores. Eles não têm nada a ver com isso, nem comunicamos ao capitão da equipe a nossa decisão”.

(Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)

Para nada escapar

Valdir Barbosa chegou a declarar que a decisão do Cruzeiro de proibir as entrevistas tenta, inclusive, evitar depoimentos “indesejáveis” que possam comprometer o elenco ou alguns jogadores. “O que não haverá é entrevista para que eles possam ter um pouquinho de tempo para fugir um pouco da pressão externa, que é muito forte. Ninguém pode negar. Ninguém aqui está tremendo, está com medo. Mas é importante que eles tenham um pouco mais de tranquilidade num momento tão decisivo. Quinta-feira, contra o CSA, é uma final de campeonato. Ninguém pode tirar isso de cabeça. Por mais que a pessoa tenha habilidade, alguns têm, outros menos, nas entrevistas sempre escapam alguma coisa até de forma indesejada pelo entrevistado. Isso pode nos causar transtorno, uma ressonância negativa para o grupo, para a imagem dos jogadores. A gente sabe da obrigação eles, mas, neste momento, o clube pensando em deixá-los mais tranquilos com relação a esse tipo de coisa, para preservá-los”

Tão logo a medida foi anunciada, vários repórteres questionaram a real eficácia que ela pode ter na reta final do Campeonato Brasileiro. Veja, a seguir, o posicionamento de Valdir Barbosa sobre cada um dos temas:

Se a medida seria como virar as costas para a torcida

“Eles não estão virando as costas para o torcedor porque eles estão indo a campo jogar. Então, ninguém está virando as costas para o torcedor por não estar falando com a imprensa”.

Se nesse momento o chamado dos jogadores à torcida não seria importante

Eu disse que eles não fariam entrevista coletiva. Fazer um pronunciamento aqui, chamando a torcida para o jogo, não tem problema nenhum. Eles podem vir, quantos forem necessários. Tanto no nosso site, tanto para a imprensa de uma forma geral.

Torcida fica sem posição dos atletas sobre a campanha na reta final

“As notícias do clube serão dadas normalmente, não haverá nenhuma restrição. O que não haverá é entrevista para que eles possam ter um pouquinho de tempo para fugir um pouco da pressão externa, que é muito forte. Ninguém pode negar. Ninguém aqui está tremendo, está com medo. Mas é importante que eles tenham um pouco mais de tranquilidade num momento tão decisivo. Quinta-feira, contra o CSA, é uma final de campeonato. Ninguém pode tirar isso de cabeça. Por mais que a pessoa tenha habilidade, alguns têm, outros menos, nas entrevistas sempre escapam alguma coisa até de forma indesejada pelo entrevistado. Isso pode nos causar transtorno, uma ressonância negativa para o grupo, para a imagem dos jogadores. A gente sabe da obrigação eles, mas, neste momento, o clube pensando em deixá-los mais tranquilos com relação a esse tipo de coisa, para preservá-los”

Elenco experiente se calando na reta final

“A decisão é da diretoria e comissão técnica, não é de jogadores. Eles não têm nada a ver com isso, nem comunicamos ao capitão da equipe a nossa decisão”.

A declaração do Thiago Neves, falando de algo que o Abel não sabia (meia estaria jogando com dor nessa reta final), pesou nessa decisão?

“Não pesou em nada. Após os jogos, na saída do campo, eles têm inclusive o compromisso de entrevista, é contratual, eles terão que falar. E aqueles que quiserem falar na saída, podem falar. Agora, a partir da zona mista, ali, entrevista coletiva no Mineirão, não teremos.”

Desencontro entre a declaração de Thiago Neves e a fala de Abel (que desconhecia dores do meia)

“Não houve desencontro, porque em algumas situações que não são consideradas relevantes, talvez elas nem são levadas ao presidente, ao treinador. Ela foi levada ao Leomir (de Souza, auxiliar do Abel) pelo médico, o Leomir conversou com o Thiago e ele disse que tinha condições normais de continuar jogando, como continuou. Então, não foi preciso levar nada para o Abel. Por isso que ele disse que não ficou sabendo.

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