As vaias a alguns jogadores ainda no primeiro tempo do empate por 0 a 0 com o Avaí, segunda-feira, no Mineirão, deixam clara a insatisfação da torcida do Cruzeiro. Do meio pra frente, praticamente nenhum atleta vem sendo poupado de críticas, até porque a falta de força ofensiva vem sendo o principal problema da Raposa, que patina na luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
Muitos defendem mudanças, algumas mais radicais que outras, já no jogo contra o Santos, neste sábado, às 21h, na Vila Belmiro, pela 34ª rodada. Tudo para ver se o time volta a vencer depois de quatro empates, sendo os últimos três por 0 a 0.
Entre os criticados se destacam o atacante David e o armador Thiago Neves. Mas também sobra para os armadores Marquinhos Gabriel e Robinho e para o atacante Fred, que mesmo sendo artilheiro da equipe na temporada, com 21 gols, deixa a desejar no Nacional, no qual só marcou cinco.
O problema é que o técnico Abel Braga não tem tantas opções. Para a armação, com Rodriguinho fora de combate em função da segunda cirurgia na coluna, o principal nome é o jovem Maurício, de apenas 18 anos, que ganhou ainda mais moral com os torcedores depois de fazer o gol da vitória sobre o Vasco, em 1º de setembro.
Porém, o momento pode não ser o mais propício para lançá-lo como titular. Más atuações e, em última instância, o rebaixamento, podem “queimar” o jogador, tido como joia da base celeste.
Há quem defenda avançar o volante Éderson, que mostra qualidade para armar o jogo e também para chegar à frente, tendo dois gols neste Brasileiro. Nesse caso, Abel poderia escalar Ariel Cabral, Jádson ou mesmo o jovem Adriano, mas corre o risco de desestruturar o sistema defensivo, que vem sendo o ponto alto da equipe.
No ataque, a preferência do treinador durante os jogos tem sido por Pedro Rocha, que está suspenso, e Ezequiel, que ainda não justificou a contratação, além de Sassá, que para muitos deve ficar com a vaga de Fred. Foi do camisa 99 o último gol celeste, contra o Bahia, há 20 dias.
Abel vem elogiando o desempenho de Joel durante os treinos. Por isso, existe a expectativa de que o camaronês ganhe uma chance, nem que seja durante a partida contra o Peixe.
Como na armação, também há pratas da casa pedindo passagem. Casos de Vinícius Popó, que tem 18 anos e cinco jogos no time de cima, e Welinton, de 20, e que ainda anseia pela estreia.
Cabisbaixo
Por saberem que estão devendo em termos de resultados, os jogadores dizem que os torcedores têm o direito de reclamar. Mas acreditam que isso acaba prejudicando a equipe, que já vem tendo muitas dificuldades para vencer.
“As vaias incomodam bastante. Ainda mais desde o primeiro tempo prejudica bastante. Coloca você pra baixo. Por mais que tente, você acha que está errado (por conta da manifestação da torcida). Não é o meu caso, pois vou sempre tentar jogadas para ajudar o Cruzeiro, mas atrapalha”, diz David, que completou oito meses sem marcar um gol, apesar de ter a desejada sequência como titular.
Para ele, independentemente de quem for escalado, o importante é que todos os jogadores vêm se doando ao máximo. “No jogo passado, a gente tentou bastante, mas infelizmente as coisas não estão dando certo. Temos de analisar o que estamos errando para ter mais facilidade para concluir a gol”, diz o camisa 11, que defende uma equipe mais compacta para ter mais gente na frente quando for atacar. “O Thiago Neves mesmo veio falar que eu às vezes volto muito para marcar e, na hora do ataque, não estou na frente. É uma responsabilidade que a gente tem. Nosso time está tendo dificuldade para chegar com muita gente na área, de deixar o companheiro na cara do gol. Estamos tentando de todas as formas, o professor Abel está nos treinando bastante. Vamos trabalhar para chegar lá em Santos e fazer um bom jogo.”
.