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Cruzeiro tenta fazer ataque funcionar para se livrar do rebaixamento; artilheiros do passado opinam sobre poucos gols do time

Time celeste precisa melhorar média de gols nos cinco últimos jogos

Paulo Galvão
Cruzeiro não conseguiu balançar a rede em jogo contra o lanterna Avaí - Foto: Ramon Lisboa/EM D.A Press
Terceiro pior ataque do Campeonato Brasileiro, ao lado da virtualmente rebaixada Chapecoense, com apenas 26 gols em 33 jogos, o Cruzeiro procura desesperadamente o caminho das redes. Só assim conseguirá se manter na primeira divisão, objetivo que sobrou em temporada na qual a torcida começou otimista e termina querendo respirar aliviada.

A equipe acumula 11 partidas de invencibilidade, mas ganhou apenas três delas. Em duas marcou mais de um gol: vitórias sobre Corinthians (2 a 1) e Botafogo (2 a 0). Nas últimas três, passou em branco no ataque e desperdiçou a chance de ter um fim de ano tranquilo, podendo iniciar o planejamento de 2020.

Nem diante do lanterna e já rebaixado Avaí, pior defesa da Série A ao lado do Goiás, com 51 gols sofridos, o ataque funcionou. Agora, o oponente promete ser bem mais forte, o Santos, adversário de sábado, às 21h, na Vila Belmiro, que tem a terceira defesa menos vazada, ao lado do Corinthians, com 29 gols sofridos, e que ocupa a terceira posição (65 pontos). Apesar de todos os problemas, o Cruzeiro - 16º colocado, com 36 pontos - ainda depende de si para se manter na Série A.

“A ansiedade existe, a gente está lá dentro, a bola passando na frente do gol, batendo na trave, batendo no defensor, não entra. Mas vamos procurar estar bem focados, pois logo, logo ela vai voltar a entrar”, afirma o atacante Sassá, último jogador a conseguir balançar as redes com a camisa celeste, no empate por 1 a 1 com o Bahia, no Mineirão, pela 31ª rodada.

Apesar da situação ruim, ele não perde a esperança de que o time vai voltar a marcar, vencer e se livrar da ameaça de rebaixamento. “Contra o Santos vai ser um jogo bom de se jogar, pois o Santos toca a bola, sai para o jogo.
Todos gostam de jogar jogo de extrema intensidade. Tomara que dê tudo certo para a gente”, diz o camisa 99, que mantém a fé. “Sábado, se Deus quiser, vamos conseguir fazer um grande jogo lá e a bola vai entrar.”

Artilheiros opinam

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Grandes artilheiros da história celeste também estão confiantes, apesar do péssimo resultado contra o lanterna e a péssima situação na tabela de classificação. Para eles, trata-se de uma fase ruim, que tem de ir embora logo.

“Os jogadores passam por fases negativas, faz parte do futebol. O time está criando e tenho certeza de que, com a experiência do (técnico) Abel (Braga), que vai passar tranquilidade para todos, os gols vão voltar a sair”, declara Vanderley Eustáquio Oliveira, o Palhinha, com a propriedade de quem marcou 156 gols em 457 jogos com a camisa celeste entre 1968 e 1984, sendo o sétimo maior artilheiro da história do clube.

Opinião semelhante tem outro que tinha faro de gol, Marcelo Ramos. Autor de 163 gols em 365 partidas entre 1995 e 2003, e uma posição à frente de Palhinha na lista de artilheiros, o ex-centroavante espera que a má fase dos homens de frente passe, pois tem visto empenho por parte de todos os jogadores.

É normal a cobrança da imprensa, da torcida, mas este grupo é vencedor. O grupo tem de se fechar, só depende dos próprios jogadores. Por mais que sejam experientes, não é fácil, a bola não entra, o adversário se defende bem”, argumenta ele, que conhece bem alguns dos atletas e mostra muita confiança na volta por cima. “Ninguém quer manchar a história com um rebaixamento. Estamos em uma torcida grande por todos”.

Treino


Para ambos, só há uma coisa a fazer: continuar trabalhando. “Quando eu estava em fase adversa, às vezes ia sozinho para o campo, ou com alguém para ajudar, e ficava lá chutando no gol, aprimorando a batida na bola, buscando o local certo de colocá-la para dentro. Eles têm de continuar buscando o gol”, receita Palhinha, que vê no jogo de sábado mais uma grande chance para a equipe reagir. “O Santos é uma grande equipe, mas o Cruzeiro tem todas as condições de chegar lá e vencer. Isso seria ideal para o time recuperar a confiança, iniciar uma grande reação.”

O tempo, porém, é curto.
Até 8 de dezembro, quando vai terminar o Campeonato Brasileiro, serão cinco partidas: além do Santos, a Raposa receberá o CSA, sairá para enfrentar Vasco e Grêmio e encerrará a participação diante do Palmeiras, no Mineirão.

Nessas partidas, Abel Braga poderá mudar o time em busca de melhor desempenho ofensivo. O camaronês Joel, por exemplo, vem sendo elogiado pelo treinador e pode ganhar uma chance.

Marcelo Ramos é o sexto maior artilheiro da história do Cruzeiro, com 163 gols - Foto: Alexandre Guzanshe/EM D.A Press
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