“Gostaria de me manifestar sobre o ocorrido envolvendo nossa família na noite de ontem, em meu aniversário. Estou em Belo Horizonte há seis anos e por isso conquistei amigos e parceiros de profissão. Sou jornalista e digital influencer, circunstâncias totalmente distintas ao futebol e à profissão do meu marido. Graças à minha profissão, tive o privilégio de, pela primeira vez na vida, ser surpreendida por uma festa surpresa linda, proporcionada por parceiros incríveis que acreditam e se doam por mim.
Ao fim da festa (marcada para terminar à 00h30), tive o desprazer de ser invadida, literalmente. Parte de uma torcida organizada simplesmente invadiu minha privacidade para reivindicar algo que eu, Patrícia, não tenho qualquer responsabilidade. Vale lembrar que na ocasião estavam amigos íntimos e minha família, inclusive meus filhos, que são tudo pra mim.
Estão dizendo que eu respondi a torcida invasora alegando atrasos salariais. Como vocês podem inventar tamanha mentira? O que está havendo é simplesmente um absurdo, é com pesar que me deparo com uma triste realidade onde eu não posso ter vida social e nem compartilhar isso com meus filhos.
A mesma pessoa que aqui escreve, seria a mesma que assumiria qualquer pronunciamento caso tivesse ocorrido, mas eu não tive nenhuma discussão com torcedor, muito menos joguei responsabilidade da situação do clube em salários atrasados. Peço que provem essa informação totalmente absurda.
Enfim, é isso! Triste e arrasada de ver que eu e meus filhos não ganhamos respeito de alguns poucos torcedores maldosos que tanto já comemoraram junto a nós. Gabriel tem somente 3 anos e já presenciou diversos títulos do Cruzeiro, peço a Deus para que somente imagens boas fiquem em sua memória ingênua e pura, e não imagens como as de ontem”.
Dedé e Éderson durante celebração do aniversário da esposa do zagueiro - Foto: Reprodução/Internet
. Entenda o caso
Sete membros da Pavilhão Independente entraram no salão de eventos onde ocorria a festa de aniversário de Patrícia Gonçalves com o propósito de cobrar jogadores do Cruzeiro pela fraca campanha no Campeonato Brasileiro. Ao acessarem o local, os torcedores argumentaram que tinham apenas o intuito de pedir melhora no rendimento da equipe. Foram citados nominalmente os jogadores Éderson, Robinho, Ezequiel, Sassá e David.
Em entrevista coletiva nesta quarta, David disse que não esteve no aniversário da mulher de Dedé. “Eu vi pela rede social na hora do almoço. Não estava (na festa). Não sei o que aconteceu lá. Se eu estivesse lá, falaria, até porque não foi, pelo que sei, casa de festa e nem nada. Foi uma comemoração de aniversário da esposa do Dedé, onde só tinha familiares. O que vi foi por rede social mesmo, então não tenho mais explicações sobre isso”.
Para César Godoy, empresário de Éderson - presente na festa -, a versão transmitida pela organizada não condiz com a realidade da situação. “A bagunça não foi feita pelos jogadores, e sim por quem invadiu o recinto. Ali acabaria normalmente, todo mundo iria embora. Ninguém estava comemorando desgraça do clube, e sim o aniversário da mulher de um amigo. Até faz bem para tirar um pouco do peso da cabeça (em função da fase delicada no Campeonato Brasileiro)”.
O assessor de imprensa Arthur Virgílio conversou com Robinho e passou ao Superesportes a posição do jogador. “O Robinho confirmou que estava presente, mas foi apenas uma confraternização do Dedé, em virtude do aniversário da esposa dele, e tendo colegas tanto do jogador quanto do Cruzeiro. Foi uma reunião familiar, com colegas, com clima ameno, como outras pessoas citaram. Não era balbúrdia, nada do tipo. Foi uma confraternização, não houve nada de mais”.
Até mesmo o gestor de futebol do Cruzeiro, Zezé Perrella, considerou dentro das condições normais a comemoração da esposa de Dedé. “Soube que foi aniversário da esposa do Dedé. E foi numa terça-feira, não vejo isso como absurdo. Jogador também tem direito, né?! Não era farra, e sim uma festa familiar. É muito diferente disso”.
O Cruzeiro está em 16º lugar no Brasileiro, com 36 pontos, um a mais que o 17º, Fluminense. No sábado, às 21h, o duelo será contra o Santos (3º, com 65), na Vila Belmiro, pela 34ª rodada. Para permanecer na elite sem depender de outros resultados, o time terá de vencer três dos últimos cinco jogos. Os outros compromissos são diante de CSA (casa), Vasco (fora), Grêmio (fora) e Palmeiras (casa).