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Risco de queda ameaça finanças do Cruzeiro, mas Perrella confia em permanência na Série A

Gestor de futebol acredita que time tem condições de se manter na elite

postado em 19/11/2019 19:30 / atualizado em 20/11/2019 14:46

(Foto: Juarez Rodrigues/EM D.A Press)
O Cruzeiro perdeu oportunidade de se distanciar da zona de rebaixamento ao empatar por 0 a 0 com o Avaí, nessa segunda-feira, no Mineirão. O time encerrou a 33ª rodada do Campeonato Brasileiro em 16º, com 36 pontos, um a mais que o Fluminense, 17º. A preocupação interna é muito grande, pois, além da frustração desportiva, um eventual queda à Série B impactará significativamente nas finanças do clube. As receitas de televisão, por exemplo, sofreriam redução de até 80%.

“Estou preocupado, claro, é com o rebaixamento. Para você ter uma ideia, o dinheiro da televisão cai 80% em caso de um rebaixamento. Isso é preocupante. E público”, afirmou, ao Superesportes, o gestor de futebol Zezé Perrella. Ele preferiu, no momento, não entrar em detalhes sobre outros temas, como o trabalho do técnico Abel Braga e o atraso nos salários dos jogadores. “Não vou falar sobre equipe e nem do dia em que pagaremos salário. Só sei que vou correr atrás. Estou preocupado que o Cruzeiro não caia”.

Se mantiver a 16ª colocação no Brasileiro, o Cruzeiro deverá acumular R$ 64,5 milhões da televisão - R$ 22 milhões em cota fixa, R$ 11 milhões pela posição, R$ 12 milhões na TV aberta e R$ 19,5 milhões em pay-per-view. Porém, caso seja rebaixado, não terá direito ao prêmio por colocação e precisará escolher na Série B cota fixa de R$ 7 milhões ou faturamento com pay-per-view.

Conforme revelado pelo Superesportes em agosto, o Cruzeiro antecipou R$ 70 milhões do que receberia entre julho de 2019 e outubro de 2022
. Para ter o dinheiro à vista, abriu mão de R$ 12 milhões em juros (17% do total), tendo adiantado, na prática, R$ 58 milhões. Assim, a Globo deposita na conta do Polo Clubes Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, em vez de pagar ao Cruzeiro, parcelas mensais que variam de R$ 2 milhões a R$ 2,5 milhões.

A chance de o Cruzeiro ao menos aliviar o passivo é se garantir na primeira divisão. Para isso, precisará ganhar três dos últimos cinco jogos, de modo que chegue a 45 pontos e não dependa de resultados de adversários. O objetivo poderia ter sido atingido antes, não fossem os pontos desperdiçados nos 15 empates em 33 rodadas.

Claro que a série de empates incomoda. Uma vitória é igual a três empates. Se nós empatamos o restante dos jogos, estaremos na segunda. É complicado isso. Faltam cinco jogos. Com 41, não tem ninguém garantido. Os empates são preocupantes sim. Falei nesse sentido”, declarou Perrella, que, por outro lado, mostra-se confiante na possibilidade de o Cruzeiro compensar o tropeço ante o Avaí vencendo uma ou duas partidas fora de casa.

“Estão indo bem. Você vê, a bola está queimando no pé. Os jogadores precisam de mais tranquilidade. Ontem tivemos 80% de posse de bola, não acho que o Cruzeiro jogou mal. Mas não finalizou. Dominou o jogo, não finalizou e empatamos mais uma vez em casa. Isso é desconfortável. Mas acredito ainda piamente na permanência. Fora de casa estamos jogando até melhor. Acredito em uma ou duas vitórias fora de casa. Ganhamos do Corinthians e do Botafogo. Eu ainda continuo confiante”, encerrou o dirigente.

O Cruzeiro se reapresentou nesta terça-feira e iniciou a preparação visando ao jogo contra o Santos, às 21h de sábado, na Vila Belmiro, pela 34ª rodada do Brasileiro. O Peixe faz ótima campanha no campeonato e ocupa o terceiro lugar, com 65 pontos. Depois, a Raposa enfrentará CSA (casa), Vasco (fora), Grêmio (fora) e Palmeiras (casa). Segundo o Departamento de Matemática da UFMG, as chances de rebaixamento são, atualmente, de 23,2%.


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