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CRUZEIRO

Três finalizações certas e 51 cruzamentos errados: números da falta de inspiração do Cruzeiro em empate com o rebaixado Avaí

Raposa dominou posse de bola, porém assustou pouco o adversário

Rafael Arruda
Defesa do Avaí fez muitos cortes em lances de cruzamentos do Cruzeiro - Foto: Ramon Lisboa/EM D.A Press
O Cruzeiro teve 67% de posse de bola e trocou 514 passes contra o Avaí, nesta segunda-feira, no Mineirão. Contudo, levou perigo real à meta adversária apenas duas vezes. Na primeira, aos 3 minutos de jogo, o goleiro Vladimir fez ótima defesa em chute forte de Orejuela. Na segunda, aos 46’ da etapa final, Thiago Neves cabeceou ao lado esquerdo, praticamente dentro da pequena área. Houve ainda um chute de longa distância, do lateral-esquerdo Dodô, no meio do gol. No mais, muitas conclusões longe do alvo, sem qualquer susto ao adversário. A torcida, claro, irritou-se com o empate por 0 a 0, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, e vaiou muito a equipe, 16ª colocada, com 36 pontos, um a mais que o 17º Fluminense.



Números do Footstats ajudam a evidenciar a falta de inspiração dos cruzeirenses. Ao todo, foram 51 cruzamentos errados.
Thiago Neves, cobrador oficial de faltas e escanteios, liderou o fundamento (19). Em seguida, o lateral-esquerdo Dodô (7), o atacante David (6) e o lateral-direito Orejuela (6), todos com a bola rolando. Até mesmo o volante Henrique (4) e o zagueiro Cacá (2) tentaram sem sucesso. Melhor para os defensores do Avaí. O zagueiro Marquinhos contabilizou 12 rebatidas, enquanto seu colega, Eduardo Kunde, 10.

As estatísticas de passes mostram o quão o jogo ficou concentrado em entre laterais, zagueiros e volantes. Henrique foi o recordista no quesito, com 77 acertos. Depois aparecem o lateral-esquerdo Dodô (65), os zagueiros Cacá (61) e Fabrício Bruno (60) e o lateral-direito Orejuela (58). Como comparação, Caio Paulista terminou a partida como atleta do Avaí a mais ter passado a bola, com 25 toques.

Embora tenha sido matematicamente rebaixado à Série B, o Avaí comemorou o resultado no Mineirão, já que vinha de oito derrotas consecutivas no Brasileiro, para Ceará (1 a 0), Internacional (2 a 0), São Paulo (1 a 0), Palmeiras (2 a 1), Fortaleza (3 a 1), Goiás (2 a 0), Santos (2 a 1) e Botafogo (2 a 0). O time catarinense estava sem somar ponto desde a 24ª rodada, no dia 10 de outubro, quando empatou por 0 a 0 com o Vasco, na Ressacada, em Florianópolis.

Ao analisar o empate do Cruzeiro, o técnico Abel Braga preferiu não criticar os seus atletas, e sim enaltecer o rendimento do Avaí. “Estamos desolados, óbvio, não era o resultado que esperávamos. Mas não é por aí não. Pressionamos bastante, porém não fomos felizes (...)”, disse. “Tivemos 17 escanteios, e a defesa deles foi superior. Agora você falou que (o Avaí) é último.
Acredita que jogando dessa maneira seria o último? Eu não acredito, sinceramente. Claro que para eles é um grande resultado, mas a forma como jogaram é surpreendente. Jogaram muitíssimo bem, defenderam-se muitíssimo bem”, completou.

O tropeço no Mineirão obriga o Cruzeiro a buscar a vitória sobre o Santos, às 21h de sábado, na Vila Belmiro, pela 34ª rodada. Ganhar fora de casa faz parte da meta estabelecida por Abel Braga, de conquistar sete pontos nos três duelos seguintes. “Enquanto houver possibilidade, eu vou acreditar. Tenho que acreditar. Não vou desacreditar dos meus jogadores. Nossa ideia era nesses três jogos, mais o Santos e CSA, fazer sete pontos. Esse empate agora nos obriga a conseguir uma vitória diante do Santos antes de pensar no CSA”.
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