Se o ataque do Cruzeiro encontra dificuldades em fazer gols, a defesa está sintonizada para evitar que os adversários marquem. Nas últimas quatro partidas do Campeonato Brasileiro, o time celeste foi vazado apenas uma vez. Um dos setores mais elogiados é a zaga, formada pelos jovens Cacá, de 20 anos, e Fabrício Bruno, de 23. Revelados na base do clube, eles ganharam sequência nos lugares dos experientes Dedé, em recuperação de cirurgia no joelho direito, e Leo, que virou suplente depois de ficar por 50 dias em tratamento de fratura na clavícula. Os garotos estarão em campo na segunda-feira, às 20h, quando a Raposa enfrentará o Avaí, no Mineirão, pela 33ª rodada.
Ao analisar o desempenho do setor defensivo, Cacá ressaltou as constantes trocas de dicas com Fabrício Bruno, que, assim como ele, é cruzeirense de infância. “É uma dupla de garotos, de meninos, que têm sonhos de fazer história como muitos fizeram. Eu, como torcedor do clube, tenho sonho de entrar para a lista de ídolos do Cruzeiro. O Fabrício também é torcedor do clube. E a oportunidade que Deus enviou nesse momento difícil estamos sabendo aproveitar bem. Ele (Fabrício) me dá dicas por ser mais rodado. Está sempre procurando me ajudar. Também passo dicas para ele. É isso que vem acontecendo, estamos melhorando a cada jogo, nos entrosando cada vez mais. É uma dupla preparada para qualquer confronto e pronta para fazer história”.
O Cruzeiro vive situação dramática do Campeonato Brasileiro, com apenas 35 pontos em 32 rodadas (36,5% de aproveitamento) e na briga para não ser rebaixado. Em meio ao momento turbulento, os pratas da casa entraram na equipe e foram além das expectativas. “Fruto de um trabalho duro no dia a dia, de muita concentração e foco na defesa. É a chance da nossa vida de pegar essa sequência de jogos difíceis, sempre uma decisão. Estamos vivendo e aprendendo no dia a dia, com trabalho duro, sempre fazendo algo a mais, uma bola aérea, um passe. É uma dupla que está preparada para qualquer confronto e tirar o time dessa situação”, analisa Cacá.
Por causa das boas apresentações, os zagueiros do Cruzeiro receberam elogios do técnico Abel Braga, que vê neles características importantes para a posição: velocidade e impulsão. Já os colegas de grupo consideram Cacá um jogador de muita calma para sair com a bola no pé e arriscar passes mais longos para atletas do setor de meio-campo e ataque. Na bola aérea, apesar de ser oito centímetros mais baixo que Fabrício Bruno - mede 1,84m -, o camisa 14 consegue pular alto. Tanto que ele marcou o primeiro gol como profissional na vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, dia 31 de outubro, no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. Fica agora a expectativa para balançar a rede pela segunda vez e ajudar o Cruzeiro a conquistar os pontos necessários para se manter na primeira divisão.
“Estou sempre jogando com muita frieza, procurando ficar o mais calmo possível. Tem gente que fala que fico calmo até demais, que dá até medo. Mas desde pequeno sou assim, sempre gostei de sair jogando, de tentar achar um passe que eu acho que dá. Está dando certo, estou achando bons passes. O clube passa por um momento de muita dificuldade, mas é o momento que peguei. Tenho que entrar mais firme agora, não pode ter erros agora, pois as coisas estão afunilando. Fabrício, Leo, Dedé, Edu e eu procuramos manter o foco trabalhando ao máximo naquilo que a gente tem dificuldade para manter a boa sequência sem tomar gol. Não tomando gol, é uma boa ajuda para a equipe. E a gente procura ajudar na parte ofensiva. Algumas horas sai gol, como saiu contra o Botafogo. Procuramos ajudar da mesma forma, tanto na parte ofensiva quanto na defensiva”, encerrou Cacá.