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Após cogitar saída, Cruzeiro define permanência de diretor jurídico investigado pela Polícia Federal

Fabiano de Oliveira Costa seguirá no clube celeste por período indeterminado

Redação
Fabiano de Oliveira Costa, diretor jurídico do Cruzeiro - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press
Depois de cogitar a saída de Fabiano de Oliveira Costa, diretor jurídico investigado pela Polícia Federal por suspeitas de desvio de dinheiro, o Cruzeiro definiu que aguardará o fim das apurações para tomar uma decisão sobre o futuro do dirigente. Assim, ele seguirá no cargo por período indeterminado

A informação foi divulgada inicialmente pelo Globoesporte.com e confirmada pelo Superesportes

Em 15 de outubro, dois dias depois de a TV Globo revelar as investigações contra Fabiano, a reportagem informou que o diretor jurídico pediria afastamento de suas funções. Naquele momento, dirigentes da alta cúpula do Cruzeiro davam como certa a saída de Fabiano.

Fabiano estava nos Estados Unidos, de férias, quando a notícia da investigação foi divulgada. De lá, se reuniu por meio de videoconferência com o presidente Wagner Pires de Sá, que colocou a possibilidade de um afastamento voluntário. Caso contrário, o diretor seria retirado do cargo.

Com o passar do tempo e articulações, no entanto, Fabiano aproveitou seu período de férias e conseguiu convencer parte do clube que tinha provas suficientes para entregar aos policiais e confirmar sua versão. Ele alega que jamais desviou dinheiro do Cruzeiro (leia a nota, na íntegra, ao fim desta reportagem).

A decisão final do presidente Wagner Pires de Sá de manter Fabiano, porém, causou muita discordância interna. Ele passará a responder a Walter Cardinalli, membro do Conselho Gestor e novo responsável pela área jurídica do Cruzeiro. 

Investigação

De acordo com a PF, as suspeitas sobre os desvios foram levantadas nas operações Capitu e Escobar. O advogado Ildeu da Cunha, conselheiro do Cruzeiro, também investigado, chegou a ser preso pela Polícia Federal, naquela ocasião, em esquema que vazava informações sigilosas da corporação.

Nos documentos obtidos pela TV Globo, a Polícia Federal afirma que Ildeu “utilizava mecanismos de ocultação” para desviar quantias do Cruzeiro a “beneficiários”.
Uma das pessoas responsáveis por receber esses  valores seria Fabiano de Oliveira Costa.

Conforme explicou a repórter, Ildeu emitia notas fiscais ao Cruzeiro por serviços de advocacia. Quando o clube pagava por esses supostos serviços, parte do valor voltava para a conta de Fabiano de Oliveira Costa - em algumas ocasiões, por meio de transferências feitas pela esposa de Ildeu, Laryssa Kar Zan Cunha Pereira.

A TV Globo teve acesso a diálogos interceptados pela Polícia Federal que indicam esses desvios. As transações superam R$ 300 mil no período de um ano. A reportagem mostrou que, em maio, “o valor contabilizado para Fabiano Oliveira Costa, com a sigla CEC (Cruzeiro Esporte Clube) foi de R$ 40 mil”.

Nota divulgada por Fabiano de Oliveira Costa em 13 de outubro:

Quanto a reportagem divulgada no Esporte Espetacular, nesta data, informo que prestei todos os questionamentos que me foram feitos pela jornalista, entre eles, o de que NUNCA contratei os serviços profissionais do advogado Ildeu da Cunha Pereira e sequer presenciei referidas contratações.

Também reafirmo que nunca recebi qualquer valor do advogado em retorno à supostos contratos fraudulentos, e que todos os serviços por ele prestados, contratados diretamente pela Presidência, foram efetivamente realizados. 

Mesmo prestando serviços ao Cruzeiro há mais de 23 anos, nunca me enriqueci, e vivo exclusivamente do meu trabalho, e tenho comigo o testemunho de colegas de trabalho e de diretores sobre a lisura do meu comportamento.

Aos maledicentes de última hora, que acusam antes de conhecer, faço meu compromisso com a verdade, e a promessa de que provarei em todas as instâncias, a minha absoluta inocência. 

Atenciosamente,
Fabiano Costa"
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