Obrigatoriamente, o Cruzeiro terá de desembolsar ainda este ano R$ 1,3 milhão à Sampdoria, da Itália, por 90% dos direitos econômicos do lateral-esquerdo Dodô. Além disso, conforme apurou o Superesportes, o time celeste precisará quitar com o camisa 18, ao longo do novo contrato de quatro anos, a partir de janeiro de 2020, luvas no valor de R$ 10 milhões. 

O acordo de obrigação de compra foi assinado pelo presidente Wagner Pires de Sá no ato da contratação do jogador, em janeiro deste ano. Na ocasião, o Cruzeiro ainda desembolsou cerca de R$ 900 mil, como explicou na época o então vice de futebol, Itair Machado, outro responsável pelo contrato assinado com os italianos. 

“A gente não vai dar valores especificados, porque envolve recebimentos do atleta, que são valores particulares dele. Eu quero dizer ao torcedor e para vocês que foram números bem em conta. A gente aceitou a obrigação de compra justamente por isso. O Cruzeiro, de início, eu posso falar, gastaremos 200 mil euros, que dá R$ 900 mil, que inclusive já pagamos hoje (24 de janeiro) (...) O futebol é muito financeiro, é muito dinheiro. Mas tem uma coisa que prevalece muito nos bastidores do futebol que é o relacionamento”, disse, na época.

No documento, o Cruzeiro aceitou comprar 90% dos direitos econômicos de Dodô caso o lateral-esquerdo atuasse em três partidas ou o clube celeste alcançasse 15 pontos no Campeonato Brasileiro. A obrigatoriedade, porém, passou a valer já em 12 de maio, quando o time celeste foi derrotado por 3 a 1 para o Internacional, e Dodô completou três jogos no torneio.

Na apresentação de Dodô, Itair ainda indicou que o lateral-esquerdo fez um acordo para romper o vínculo com a Sampdoria e abriu mão de um valor que teria a receber. O Cruzeiro teria se colocado à disposição para assumir essa diferença. A reportagem apurou que trata-se de uma espécie de luvas no valor de R$ 10 milhões, a ser diluído ao longo do contrato de quatro anos. 

“O atleta fez um compromisso com a Sampdoria, de acordo já previsto de rescisão, onde tem um valor que, por envolver o atleta, nós vamos preservar, que o Cruzeiro pagará ao atleta parcelado, em reais. A gente quer até agradecer ao pai do Dodô, seu Benê, que está aqui e ajudou muito na contratação. O relacionamento beneficiou muito na contratação do Dodô”, reiterou Itair na mesma entrevista.

Contratado sob alta expectativa, Dodô frustrou grande parte da torcida do Cruzeiro em 2019. Na maior parte da temporada, sem conseguir regularidade, amargou a reserva de Egídio, mesmo com o titular sofrendo com muitas críticas. Ao longo do ano, foram 24 jogos e um gol marcado, na goleada por 4 a 0 sobre o Huracán, na fase de grupos da Copa Libertadores.

Vale lembrar que o Cruzeiro vive crise financeira severa. A direção celeste atrasou o salário dos últimos dois meses e ainda terá de encontrar parceiros para viabilizar a permanência do lateral-direito Orejuela, esse sim um dos destaques da Raposa na temporada. A expectativa na Toca da Raposa II é que a Sampdoria também aceite negociar as condições de pagamento por Dodô.