Cristiano Richard dos Santos, empresário que ficou conhecido em 2019 por emprestar R$ 2 milhões ao Cruzeiro e receber como garantia de pagamento percentuais de jovens atletas, processou o clube celeste. A informação foi divulgada inicialmente pelo blog Deus me Dibre e confirmada pelo Superesportes, que também teve acesso à petição inicial do processo.
A defesa do empresário alega que o Cruzeiro não cumpriu com a obrigação de pagamento após repactuar o acordo - parcelamento da dívida e 'retirada' de direitos econômicos de jovens jogadores como garantia do pagamento.
O clube teria quitado com atraso, desde a repactuação, duas das oito parcelas de R$ 204.764,36. “O exequente (Cristiano Richard) é credor do Executado (Cruzeiro) do valor atualizado de R$ 1.245.710,14”, diz a petição assinada por Daniel Urbano, principal advogado de Richard.
De acordo com a petição, R$ 426.652,70 (duas parcelas com juros) se encontram com pagamento em atraso, enquanto R$ 819.057,44 são referentes às parcelas vencíveis em 27/10, 27/11, 27/12/2019 e 27/01/2020.
De acordo com a petição, R$ 426.652,70 (duas parcelas com juros) se encontram com pagamento em atraso, enquanto R$ 819.057,44 são referentes às parcelas vencíveis em 27/10, 27/11, 27/12/2019 e 27/01/2020.
“Procurado reiteradas vezes para regularizar os pagamentos em atraso, o Executado (Cruzeiro) simplesmente se recusou a fazê-lo, não restando alternativa ao Exequente (Cristiano Richard) senão a propositura da presente ação de execução para fazer valer seus direitos de credor”, complementa.
Entenda o caso
O empréstimo de Cristiano Richard ao Cruzeiro foi divulgado em matéria do programa Fantástico, da TV Globo, em 26 de maio. No dia seguinte, o Superesportes teve acesso ao contrato de mútuo firmado entre clube e empresário. O documento foi lavrado no 6º Tabelionato de Notas de Belo Horizonte.
O Cruzeiro repassou a Cristiano Richard percentuais de dez atletas, tanto do elenco profissional quanto das categorias de base. Chama a atenção para a inclusão de Estevão William, de 12 anos, que, pela lei, só pode firmar vínculo trabalhista aos 16 anos. Além dele, estavam na lista os jogadores David (20%), Cacá (20%), Raniel (5%), Murilo (7%), Alejandro (20%), Marco Antônio (20%), Júlio César (20%), Vitinho (20%) e Gabriel Brazão (20%).
Em entrevista coletiva no dia 27 de maio, a diretoria do Cruzeiro alegou ter oferecido parte dos direitos econômicos dos atletas apenas como garantia de pagamento dos R$ 2 milhões, quantia utilizada para honrar impostos e salários. Por meio de nota, Cristiano Richard informou que “em nenhuma circunstância se pretendeu criar relação de parceria em direitos econômicos de atleta, mas apenas inserir cláusulas contratuais e condições que garantiriam o recebimento do empréstimo”.
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