“Falei isso para eles dentro do jogo. Vocês viram que ninguém falou mais que são oito ou nove jogos sem ganhar? Agora são cinco sem perder. Isso para eles falam muito bem. Nós fomos no limite, no extremo. Vocês sabem a forma que joga o São Paulo, o desgaste foi muito grande. E você vem sábado jogar aqui contra o Corinthians, na Arena, é muito complicado. Mas o mais legal é que todo mundo foi no seu limite, cada um lutou por um palmo de pedaço nesse campo”.
Tão logo o Cruzeiro fez 2 a 1 em cima do Corinthians, Abel reforçou a marcação com a entrada de Ariel Cabral no lugar de Robinho. Apesar da pressão em volume de jogo, o adversário não conseguiu nenhuma possibilidade clara de gol. Assim, foi encerrado jejum de um ano e quatro meses da Raposa sem ganhar longe de Belo Horizonte pelo Brasileiro.
“Mostrei a eles que, às vezes, é importante recuar. A gente marca alto, mas não consegue todo jogo, o tempo todo, por 90 minutos. O importante é que não abdicamos de jogar. Saímos atrás, mas não ficamos desorganizados. Vamos continuar jogo a jogo. Não ganhávamos fora há mais de um ano no Brasileiro, isso dá um alívio grande. O peso que estava no clube é enorme”.
Como prêmio pelo esforço, Abel estenderá a folga aos jogadores, que só irão se reapresentar na Toca II na manhã de terça-feira. Na opinião do comandante, o período de descanso será fundamental para renovar as energias, pois brigar contra o rebaixamento em uma competição como o Campeonato Brasileiro é bastante desgastante.
“Vou dar um presente a eles. Na segunda-feira à tarde iríamos nos apresentar, agora não mais. Vamos nos apresentar na terça de manhã, para tirar um pouco da cabeça. Sei bem o que é isso, porque vivi com a Ponte Preta até o último jogo (2003). Esse negócio de cair é uma coisa absurda no aspecto mental. Antes do jogo eles perguntaram: ‘quanto foi o Fortaleza?’ O Fortaleza ganhou. Isso mexe. Então todos estão de parabéns, porque todos tivemos humildade suficiente para entender a maneira de jogo do Corinthians”.
Abel Braga considerou ainda que as vitórias consecutivas no Brasileiro, em cima de São Paulo e Corinthians, aliviam a pressão mental nos jogadores cruzeirenses. “Quando você vem para um tipo de jogo assim, depois de uma vitória, você tem que lutar contra seus medos, contra excesso de preocupação, excesso de querer acertar sempre. Você viu como nós tivemos chances de fazer gols no primeiro tempo, mas erramos o último passe inúmeras vezes. Não é por falta de categoria dos jogadores do Cruzeiro. É o mental. Então foi muito bom, era extremamente importante para nós”.
Graças ao bom resultado em São Paulo, o Cruzeiro chegou ao 16º lugar no Brasileiro, com 28 pontos, e agora ‘secará’ seus concorrentes na luta contra o descenso, que só entram em campo na segunda-feira. O Ceará, 17º (26), visitará o Bahia, às 19h30, no Estádio de Pituaçu, em Salvador. Já o CSA, 18º (26), enfrentará o Botafogo, às 20h, no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.
No próximo sábado, às 21h, o Cruzeiro terá confronto direto com o Fortaleza (13º, com 31), no Mineirão, pela 28ª rodada do Brasileiro. Será o reencontro com o técnico Rogério Ceni, demitido do clube no fim de setembro e substituído por Abel Braga.
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