“Primeiro, eu quero responder a muitos amigos, conhecidos, familiares, que não conseguiram entender o motivo de vir para o Cruzeiro. Escutei assim: 'Ficou louco!'. Mas eu tinha uma ideia e informações de tudo aquilo que eu ia encontrar, da excelente relação humana dentro do grupo, através do Dudu, do Mano Menezes, do Sidnei Lobo, de jogadores do grupo, não vim para ganhar dinheiro e para buscar alguma coisa mais importante para mim. Eu vim para ser mais um a ajudar o Cruzeiro a sair deste momento”, disse.
“Estou feliz porque com certeza é muito complicado essa sequência de jogos, mas o próximo jogo não sei se vai ser muito bom ou brilhante, mas os erros serão menores. O último passe, o momento em que você está querendo segurar e tirar para frente enquanto poderia circular a bola. O que o São Paulo fez foi colocar o meio-campo em cima da defesa e ficar tocando, tocando, tocando, mas quando a gente perdia a bola e errava um passe, tinha uma saída rápida. Mas a gente tinha que correr o risco. Estou feliz! Isso vai responder a muitos amigos que torcem por mim e hoje torcem pelo Cruzeiro”, destacou Abel.
O treinador disse que a vitória aliviou um pouco a tensão. Com o resultado, o Cruzeiro encerrou sequência de oito partidas sem vencer no Brasileiro (quatro empates e quatro derrotas) e chegou a 25 pontos, aumentando a chance de se livrar do rebaixamento à Série B.
“Não vim aqui por nada que não seja ser mais um a me perpetuar com essa camisa e essa torcida. Hoje, ouvi o estádio cantar o nome do Thiago Neves. Foi uma vitória. Ver o David fazer uma partida fantástica dentro do Mineirão. Foi uma vitória, porque a gente estava fazendo melhor fora de casa por causa da pressão muito grande. E hoje fomos à exaustão. Mas estou feliz. A perspectiva vai se tornar muito melhor, caiu um peso das minhas costas, imagine das costas dos jogadores”, frisou Abel.
Rezar para não levar o empate
O Cruzeiro recuou no fim do jogo e deixou o São Paulo com espaço para tentar empatar. Abel Braga explicou as mexidas – Jadson na vaga de Éderson e Ariel Cabral no lugar de Thiago Neves – e disse que rezou para não levar o empate.
“Eu acertei, porque fechei e ganhei. Eu sei se não ganho vou tomar porrada. Mas você viu o que ele (Fernando Diniz) fez? Colocou o menino, depois o Liziero, tirou o primeiro volante. O Arboleda ficou de atacante no fim de jogo. (Coloquei o) Ariel porque é um cara que cadencia o jogo, tem uma primeira bola muito boa, sabe se posicionar. E o David chegou em determinado momento que o São Paulo ficou com quatro, cinco jogadores do lado da bola. Então, a gente pediu para o jogador do lado oposto viesse para dentro para não perder o meio-campo. Com o amarelo do David, eu fiquei preocupado. E chamei o Thiago para segurar a onda".
"Então, botei um cara mais rápido porque o Liziero deu velocidade muito grande, maior que o Hernanes. E o Jadson é jogador rápido. Então, falei: 'vou rezar para terminar assim e vou fechar'. E não sofremos. Eles tiveram a bola, mas qual chance de gol? A gente não conseguiu segurar a bola na frente, se não segura, não adianta colocar o atacante”, frisou Abel.