O volante Éderson tem sido um dos poucos jogadores elogiados pela torcida do Cruzeiro no Brasileirão. Na partida contra a Chapecoense (1 a 1), domingo, na Arena Condá, ele participou ativamente das construções de jogadas ofensivas da equipe, dando assistência para David chutar bola na trave e exigindo grande defesa do goleiro João Ricardo em finalização à queima-roupa. O bom futebol do camisa 15, no entanto, ainda não foi suficiente para contagiar o restante do time, na zona de rebaixamento, em 18° lugar, com 22 pontos em 25 rodadas (29,33%).
Ao avaliar o momento individual, Éderson afirma que sempre busca conselhos com o colega de posição, Henrique, que carrega a braçadeira de capitão do Cruzeiro desde 2016 e tem mais de 500 partidas com a camisa do clube. Outros experientes, como o goleiro Fábio e o armador Thiago Neves, também são ouvidos pelo jovem de 20 anos, que, apesar de ter disputado poucas partidas no grupo principal, custou aos cofres celestes R$ 1,25 milhões, pagos ao Desportivo Brasil-SP por 60% dos direitos econômicos.
“Se fosse em um outro momento, poderia ser mais tranquilo para a gente que vem da base. Nos jogos em que entro, tento me manter o mais calmo possível, peço conselhos ao Henrique, que é um cara experiente da posição, ao Fábio e ao Thiago Neves também. Os meninos também fazem a mesma coisa quando entram. Foi o caso do Weverton, que entrou no jogo no lugar do Edilson, que saiu por causa de uma coisinha que ele sentiu para não preocupar no próximo jogo. Precisamos chegar e pegar essa experiência deles e ficar mais tranquilo nos jogos”.
Éderson apresenta personalidade para se expressar nos momentos de crise. E não foge dos assuntos ao ser perguntado. Ele admitiu que preferia dar entrevista em situação de alegria, e não em uma adversidade. “Claro que incomoda um pouco. Se for para escolher, vou escolher estar em um momento bom para poder falar, sorrir e trabalhar com mais tranquilidade. Mas é o momento que estamos, não tem para onde fugir, temos de fazer o nosso melhor. Alguns detalhes estão nos atrapalhando, e o que vamos trabalhar para o próximo jogo é justamente esses detalhes”.
O volante aproveitou ainda para convocar a torcida ao Mineirão, onde o Cruzeiro enfrentará o São Paulo nesta quarta-feira, às 21h, pela rodada número 26 do Campeonato Brasileiro. A missão é vencer e seguir forte na caminhada que visa a evitar a mancha da Série B na história estrelada. “Eu pediria ao torcedor para continuar nos apoiando. Nós também não queremos cair, isso mancha nosso currículo e a história do clube. Não queremos manchar a história do clube e nossa trajetória. Não quero ter uma Série B no meu currículo. Então peço que continuem nos apoiando, pois daremos o máximo dentro de campo. Espero que eles estejam lá (no Mineirão) na quarta-feira para nos apoiar”, frisou Éderson.
Salários atrasados
Em recente declaração, o gestor de futebol do Cruzeiro, Zezé Perrella, confirmou atraso salarial dos meses de agosto e setembro e prometeu buscar recursos para deixar as remunerações em dia. Segundo ele, a ideia era negociar com a TV Globo antecipação de receitas do Campeonato Mineiro de 2021, além de contar com o auxílio do conselheiro e patrocinador do clube, Pedro Lourenço, proprietário do Supermercados BH. Foi exatamente esse o recado transmitido aos jogadores, conforme a versão de Éderson.
“O Zezé, quando se apresentou, falou sobre a situação. E como falou para todos aqui na coletiva, disse que, junto com o Pedrinho do (supermercados) BH, estava tentando arrumar outros patrocinadores e resolver essa situação financeira do clube. Afirmou também que esta semana falaria com o pessoal da Globo. Acho que ele está correndo atrás o mais rápido possível, isso é uma situação importante, pois não podemos ficar com os salários atrasados. Mas também não falo muito sobre isso, porque é mais da parte deles, eles que precisam resolver isso. O que nós precisamos resolver é dentro de campo e sair dessa situação no Campeonato Brasileiro”.
.