A crise administrativa do Cruzeiro voltou a ganhar destaque na grade da TV Globo. Responsável por iniciar as denúncias contra a diretoria do clube, em maio, a jornalista Gabriela Moreira teve acesso a novas investigações contra a cúpula celeste, desta vez lideradas pela Polícia Federal (PF).
De acordo com a reportagem, exibida no Esporte Espetacular, a corporação apura possíveis desvios de dinheiro do departamento jurídico do clube, coordenado por Fabiano de Oliveira Costa.
As suspeitas foram levantadas, inicialmente, durante as Operações Capitu e Escobar. Na ocasião, o advogado Ildeu da Cunha, conselheiro do Cruzeiro, também investigado, chegou a ser preso pela Polícia Federal em esquema que vazava informações sigilosas da PF.
Nos documentos obtidos pela TV Globo, a Polícia Federal afirma que Ildeu “utilizava mecanismos de ocultação” para desviar quantias do Cruzeiro a “beneficiários”. Uma das pessoas responsáveis por receber esses valores seria Fabiano de Oliveira Costa, diretor jurídico do clube.
Conforme explicou a repórter, Ildeu emitia notas fiscais ao Cruzeiro por serviços de advocacia. Quando o clube pagava por esses supostos serviços, parte do valor voltava para a conta de Fabiano de Oliveira Costa - em algumas ocasiões, por meio de transferências feitas pela esposa de Ildeu, Laryssa Kar Zan Cunha Pereira.
A TV Globo teve acesso a diálogos interceptados pela Polícia Federal que indicam esses desvios. As transações superam R$ 300 mil no período de um ano. A reportagem mostrou que, em maio, “o valor contabilizado para Fabiano Oliveira Costa, com a sigla CEC (Cruzeiro Esporte Clube) foi de R$ 40 mil”.
Além disso, Ildeu, nos contatos com esse empresário, o incentivava a entrar na Justiça contra o Cruzeiro, clube que o pagava para defendê-lo. “Não quero saber de jogadores. Prefiro perder esses jogadores que brigar com o Cruzeiro”, disse o empresário em uma das conversas interceptadas pela Polícia Federal e divulgadas pela TV Globo neste domingo.
De acordo com a reportagem, exibida no Esporte Espetacular, a corporação apura possíveis desvios de dinheiro do departamento jurídico do clube, coordenado por Fabiano de Oliveira Costa.
As suspeitas foram levantadas, inicialmente, durante as Operações Capitu e Escobar. Na ocasião, o advogado Ildeu da Cunha, conselheiro do Cruzeiro, também investigado, chegou a ser preso pela Polícia Federal em esquema que vazava informações sigilosas da PF.
Nos documentos obtidos pela TV Globo, a Polícia Federal afirma que Ildeu “utilizava mecanismos de ocultação” para desviar quantias do Cruzeiro a “beneficiários”. Uma das pessoas responsáveis por receber esses valores seria Fabiano de Oliveira Costa, diretor jurídico do clube.
Conforme explicou a repórter, Ildeu emitia notas fiscais ao Cruzeiro por serviços de advocacia. Quando o clube pagava por esses supostos serviços, parte do valor voltava para a conta de Fabiano de Oliveira Costa - em algumas ocasiões, por meio de transferências feitas pela esposa de Ildeu, Laryssa Kar Zan Cunha Pereira.
A TV Globo teve acesso a diálogos interceptados pela Polícia Federal que indicam esses desvios. As transações superam R$ 300 mil no período de um ano. A reportagem mostrou que, em maio, “o valor contabilizado para Fabiano Oliveira Costa, com a sigla CEC (Cruzeiro Esporte Clube) foi de R$ 40 mil”.
Contrato de fachada
Outro acordo de fachada também envolve Ildeu da Cunha e o Cruzeiro. Para as investigações da Polícia Federal, o advogado embolsou R$ 320 mil por intermediar acordo com um empresário, que teria R$ 10 milhões para receber do clube. No entanto, a intermediação não era necessária, uma vez que esse empresário tem relação direta com o presidente Wagner Pires de Sá e sua cúpula.Além disso, Ildeu, nos contatos com esse empresário, o incentivava a entrar na Justiça contra o Cruzeiro, clube que o pagava para defendê-lo. “Não quero saber de jogadores. Prefiro perder esses jogadores que brigar com o Cruzeiro”, disse o empresário em uma das conversas interceptadas pela Polícia Federal e divulgadas pela TV Globo neste domingo.
Desembargador que ‘livrou’ Itair também é alvo
As investigações da Polícia Federal ainda têm como alvo o desembargador Geraldo Domingos Coelho, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A corporação interceptou mensagens que indicam relação do magistrado com Ildeu da Cunha. O desembargador teria tido atuação em três casos do advogado.
Geraldo Domingos Coelho foi um dos responsáveis por permitir, em 4 de setembro, o retorno do então vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, aos seus trabalhos no Cruzeiro. Ele havia sido afastado, em 10 de julho, pelo desembargador nomeado Octávio de Almeida Naves, da 12ª Câmara Cível de Belo Horizonte.
Na ocasião, o juiz entendeu procedente um pedido interposto por conselheiros e associados do Cruzeiro, que afirmava que o Estatuto do clube não permitia que Itair Machado desempenhasse a função já que tinha condenações trabalhistas, previdenciárias e criminais. Além disso, os problemas com a Justiça também feriam a Lei Pelé.
Itair Machado acabou demitido do Cruzeiro na última quinta-feira. Seu substituto como gestor do futebol do clube é Zezé Perrella, apresentado na Toca da Raposa II nessa sexta-feira.
Fabiano afirmou que recebeu um depósito de R$ 60 mil de Ildeu, em novembro de 2018, como parte de um pagamento de empréstimo de R$ 109 mil feito seis meses antes. Ele garante que tudo está registrado na Receita Federal. Também negou ter desviado qualquer quantia dos cofres do clube. Procurado pelo Superesportes, Fabiano de Oliveira Costa enviou uma nota de esclarecimento. Leia na íntegra no fim desta reportagem.
Wagner Pires de Sá, que também não atendeu ao Superesportes, comentou o contrato de intermediação com Ildeu para negociação com credor do Cruzeiro. Ao Esporte Espetacular, o presidente disse que “não houve nenhuma simulação. O serviço foi sem dúvida prestado e há muitas provas sobre isso. O valor pago a ele foi proporcional ao resultado do trabalho e à altíssima quantia envolvida”.
Após a veiculação da reportagem, o mandatário disse, em nota, ter ficado surpreso com o teor da reportagem. Leia abaixo desta reportagem, na íntegra, o comunicado de Pires de Sá.
O desembargador Geraldo Domingos Coelho, que votou para Itair retornar ao Cruzeiro em 4 de setembro, afirmou que sua decisão foi “jurídica” e garantiu que não houve “conflito de interesses”. Sobre a relação com Ildeu, disse que é amigo do advogado “há mais de 40 anos” e que jamais intercedeu em processos dele.
Ildeu não quis responder aos questionamentos do Esporte Espetacular e também não atendeu a reportagem do Superesportes.
Leia, na íntegra, a nota de Fabiano de Oliveira Costa:
Geraldo Domingos Coelho foi um dos responsáveis por permitir, em 4 de setembro, o retorno do então vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, aos seus trabalhos no Cruzeiro. Ele havia sido afastado, em 10 de julho, pelo desembargador nomeado Octávio de Almeida Naves, da 12ª Câmara Cível de Belo Horizonte.
Na ocasião, o juiz entendeu procedente um pedido interposto por conselheiros e associados do Cruzeiro, que afirmava que o Estatuto do clube não permitia que Itair Machado desempenhasse a função já que tinha condenações trabalhistas, previdenciárias e criminais. Além disso, os problemas com a Justiça também feriam a Lei Pelé.
Itair Machado acabou demitido do Cruzeiro na última quinta-feira. Seu substituto como gestor do futebol do clube é Zezé Perrella, apresentado na Toca da Raposa II nessa sexta-feira.
Outro lado
O Esporte Espetacular ouviu as pessoas citadas na reportagem e teve acesso aos depoimentos prestados por Wagner Pires de Sá e Fabiano de Oliveira Costa à Polícia Federal.Fabiano afirmou que recebeu um depósito de R$ 60 mil de Ildeu, em novembro de 2018, como parte de um pagamento de empréstimo de R$ 109 mil feito seis meses antes. Ele garante que tudo está registrado na Receita Federal. Também negou ter desviado qualquer quantia dos cofres do clube. Procurado pelo Superesportes, Fabiano de Oliveira Costa enviou uma nota de esclarecimento. Leia na íntegra no fim desta reportagem.
Wagner Pires de Sá, que também não atendeu ao Superesportes, comentou o contrato de intermediação com Ildeu para negociação com credor do Cruzeiro. Ao Esporte Espetacular, o presidente disse que “não houve nenhuma simulação. O serviço foi sem dúvida prestado e há muitas provas sobre isso. O valor pago a ele foi proporcional ao resultado do trabalho e à altíssima quantia envolvida”.
Após a veiculação da reportagem, o mandatário disse, em nota, ter ficado surpreso com o teor da reportagem. Leia abaixo desta reportagem, na íntegra, o comunicado de Pires de Sá.
O desembargador Geraldo Domingos Coelho, que votou para Itair retornar ao Cruzeiro em 4 de setembro, afirmou que sua decisão foi “jurídica” e garantiu que não houve “conflito de interesses”. Sobre a relação com Ildeu, disse que é amigo do advogado “há mais de 40 anos” e que jamais intercedeu em processos dele.
Ildeu não quis responder aos questionamentos do Esporte Espetacular e também não atendeu a reportagem do Superesportes.
Leia, na íntegra, a nota de Fabiano de Oliveira Costa:
"Quanto a reportagem divulgada no Esporte Espetacular, nesta data, informo que prestei todos os questionamentos que me foram feitos pela jornalista, entre eles, o de que NUNCA contratei os serviços profissionais do advogado Ildeu da Cunha Pereira e sequer presenciei referidas contratações.
Também reafirmo que nunca recebi qualquer valor do advogado em retorno à supostos contratos fraudulentos, e que todos os serviços por ele prestados, contratados diretamente pela Presidência, foram efetivamente realizados.
Mesmo prestando serviços ao Cruzeiro há mais de 23 anos, nunca me enriqueci, e vivo exclusivamente do meu trabalho, e tenho comigo o testemunho de colegas de trabalho e de diretores sobre a lisura do meu comportamento.
Aos maledicentes de última hora, que acusam antes de conhecer, faço meu compromisso com a verdade, e a promessa de que provarei em todas as instâncias, a minha absoluta inocência.
Atenciosamente,
Fabiano Costa"
Leia, na íntegra, a nota divulgada por Wagner Pires de Sá:
"O presidente do Cruzeiro Esporte Clube, Wagner Pires de Sá, que acompanha o time em Chapecó, foi surpreendido com a matéria divulgada neste domingo pela TV Globo no programa Esporte Espetacular envolvendo seu diretor jurídico, Fabiano Oliveira Costa, que se encontra de férias nos Estados Unidos. O presidente aguarda o retorno dele ao Brasil para se posicionar oficialmente"
Reportagem atualizada às 18h13
Leia, na íntegra, a nota divulgada por Wagner Pires de Sá:
"O presidente do Cruzeiro Esporte Clube, Wagner Pires de Sá, que acompanha o time em Chapecó, foi surpreendido com a matéria divulgada neste domingo pela TV Globo no programa Esporte Espetacular envolvendo seu diretor jurídico, Fabiano Oliveira Costa, que se encontra de férias nos Estados Unidos. O presidente aguarda o retorno dele ao Brasil para se posicionar oficialmente"
Reportagem atualizada às 18h13