Diretor-geral do Cruzeiro, Sérgio Nonato anunciou, nesta sexta-feira, que pediu demissão. Ele afirmou que tomou a decisão com objetivo de "contribuir com a pacificação interna do clube". No organograma celeste, o agora ex-dirigente era um dos nomes mais importantes da administração, subordinado apenas ao presidente Wagner Pires de Sá.
Durante a campanha eleitoral que elegeu Pires de Sá, em 2017, Sérgio Nonato teve participação ativa na coordenação ao lado de Itair Machado, atual vice-presidente de futebol. À época, ele teve a responsabilidade de barganhar votos no Conselho Deliberativo. Como recompensa, assumiu inicialmente a diretoria de comunicação do Cruzeiro e, posteriormente, tornou-se diretor-geral, com influência em outras áreas.
Durante a campanha eleitoral que elegeu Pires de Sá, em 2017, Sérgio Nonato teve participação ativa na coordenação ao lado de Itair Machado, atual vice-presidente de futebol. À época, ele teve a responsabilidade de barganhar votos no Conselho Deliberativo. Como recompensa, assumiu inicialmente a diretoria de comunicação do Cruzeiro e, posteriormente, tornou-se diretor-geral, com influência em outras áreas.
Mesmo não sendo diretamente ligado às áreas comercial e de marketing, Sérgio Nonato participou de negociações para captação de novos patrocinadores e parceiros para o Cruzeiro. Na série de denúncias reveladas pelo Fantástico, em maio, foi revelado, inclusive, que ele recebia comissões sobre as transações concluídas.
Por sua vez, o dirigente revelou meses atrás que jamais recebeu tais participações e 'apenas' tinha um salário alto, próximo a R$ 125 mil, por uma premissa do presidente Wagner Pires de Sá. “O presidente não abre mão que a diretoria dele ganhe bem”, justificou na ocasião.
Por sua vez, o dirigente revelou meses atrás que jamais recebeu tais participações e 'apenas' tinha um salário alto, próximo a R$ 125 mil, por uma premissa do presidente Wagner Pires de Sá. “O presidente não abre mão que a diretoria dele ganhe bem”, justificou na ocasião.
Segundo dados divulgados pela TV Globo, em maio, Sérgio Nonato assinou seu primeiro contrato com o Cruzeiro em 6 de abril de 2018, com salário de R$ 60 mil por mês. O acordo não contava com bichos por premiação. Duas semanas após a assinatura, Serginho, como é conhecido, teve os vencimentos reajustados. No primeiro aditivo, ele recebeu luvas de R$ 300 mil pagas em maio de 2018 e aumento salarial para R$ 75 mil a começar no mês de junho.
No fim do ano, Serginho recebeu um novo aumento. O salário dele saltou para R$ 125 mil mensais. Com luvas e remuneração, ele recebeu R$ 875 mil em 2018 – o valor não contabiliza os bichos.
Sérgio Nonato ainda tinha, em contrato, direito a receber R$ 1 milhão do Cruzeiro se fosse demitido. A cláusula era unilateral e não previa a mesma indenização caso o dirigente se demitisse, como ocorreu nesta sexta-feira.
Sérgio Nonato ainda tinha, em contrato, direito a receber R$ 1 milhão do Cruzeiro se fosse demitido. A cláusula era unilateral e não previa a mesma indenização caso o dirigente se demitisse, como ocorreu nesta sexta-feira.
Ao explicar a rápida evolução do salário de Sérgio Nonato em um ano de clube, o Cruzeiro alegou ‘mudança de cargos’. “Como amplamente divulgado na mídia da época, seu cargo inicial era de "Diretor de Comunicação", tendo sido alterado para "Diretor Geral", justificando a necessidade de adequação contratual ao seu novo cargo e respectivas funções. E, conforme já esclarecido, os dirigentes do Cruzeiro são remunerados em razão do cargo exercido, das responsabilidades a ele inerentes, utilizando-se os parâmetros do mercado de trabalho do futebol”.
Alvo de críticas
Em um ano e dez meses de gestão de Wagner Pires de Sá, Sérgio Nonato concentrou, ao lado de Itair Machado, boa parte das críticas da torcida do Cruzeiro nesse período denúncias.
O clube é investigado por supostos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Em sua defesa, o ex-diretor-geral alegou, na carta de despedida, que sempre esteve fora de transações do departamento do futebol. “Nunca participei de uma única negociação de jogador, venda, compra ou renovação de contrato”, alegou.
O clube é investigado por supostos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Em sua defesa, o ex-diretor-geral alegou, na carta de despedida, que sempre esteve fora de transações do departamento do futebol. “Nunca participei de uma única negociação de jogador, venda, compra ou renovação de contrato”, alegou.
Veja a carta aberta divulgada pelo dirigente:
Tomo esta última atitude, na busca de contribuir com a pacificação interna do nosso clube do coração. A paz e união são fundamentais para a nossa recuperação.
Nos meus mais de 40 anos vivendo dentro do Cruzeiro, sempre tive o sonho e objetivo de fazer o Cabuloso ainda maior.
Abro mão do meu cargo, buscando, com essa atitude, contribuir com o clima adequado aos nossos desafios. Que permita ao Maior de Minas se manter aonde ele sempre esteve, entre os maiores do mundo e na elite do futebol Brasileiro.
Destaco que o meu cargo cabia a responsabilidade de atrair novas fontes de receita. Nessa trajetória, eu e minha equipe colocamos o Cruzeiro como o clube com maior número de patrocinadores no Brasil.
Nunca participei de uma única negociação de jogador, venda, compra ou renovação de contrato. Deixo vários projetos consolidados que em breve serão colocados em prática e vão ajudar ao Cruzeiro a sair dessa crise financeira.
Por fim, agradeço ao presidente Wágner e espero que ele compreenda que essa atitude é mais uma de lealdade a ele, à nossa torcida, aos conselheiros (todos), funcionários, atletas e todos que amam este clube. Tenho fé em DEUS que vamos sair dessa.
Sérgio Cruzeiro Nonato