O Conselho Deliberativo do Cruzeiro terá, no próximo dia 21, a incumbência de decidir o futuro do clube. Em Reunião Extraordináriaconvocada pelo presidente do órgão, Zezé Perrella, os associados votarão pelo afastamento, ou não, de Wagner Pires de Sá e seus dois vices, Hermínio Lemos e Ronaldo Granata. O trio assumiu a administração da Raposa em janeiro de 2018.
Mas qual será a logística dessa reunião? Como ela acontecerá? O Superesportes listou perguntas e respostas sobre o encontro que definirá o futuro da diretoria do Cruzeiro. As informações foram retiradas do Estatuto do Cruzeiro e apuradas com fontes ligadas ao Conselho Deliberativo do clube.
Quando e onde acontecerá a reunião?
Presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, Zezé Perrella marcou a Reunião Extraordinária para o dia 21 de outubro de 2019, às 19h, no Auditório Alexandrite no Dayrell Hotel, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Qual é o rito?
Com base no relatório apresentado pela Comissão de Sindicância e outras denúncias, o presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, Zezé Perrella, recebeu uma representação de conselheiros do Cruzeiro e convocou uma Reunião Extraordinária com pauta definida. A diretoria foi comunicada e tem um prazo para apresentar, antes da reunião, uma defesa por escrito.
Na data da reunião, as duas partes terão 30 minutos cada para explanações. Os responsáveis pela representação farão o trabalho de acusação, enquanto o presidente Wagner Pires de Sá e seus vices poderão se defender. O tempo será igual para as duas partes. Inicialmente, não há abertura para outros conselheiros se posicionarem por meio de inscrições.
Como funcionará a votação?
Ainda não há detalhes de como será esse processo na prática, mas o presidente do Conselho Deliberativo já afirmou que será por meio de voto aberto. Portanto, a expectativa é de que não existam urnas e cédulas.
São esperados quantos conselheiros?
Tanto situação como oposição acreditam que pelo menos 300 conselheiros participarão da reunião do Conselho Deliberativo. Essa também é a capacidade do local alugado pelo Conselho Deliberativo do Cruzeiro no Dayrell Hotel. São necessários metade mais um dos votos para vencer o pleito.
Como será realizada a segurança?
Será contratado um efetivo de seguranças particulares para garantir que a reunião ocorra sem problemas. A Polícia Militar também será acionada para que a área, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, seja isolada. O Conselho Deliberativo tem a preocupação de evitar encontros de torcidas organizadas rivais. Não está previsto qualquer telão na porta do hotel, conforme aventou-se em redes sociais.
Haverá algum tipo de transmissão?
O presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, Zezé Perrella, enviou um ofício aos meios de comunicação para credenciamento de jornalistas. Os veículos poderão, com antecedência, se registrarem para transmitir a reunião ou fazer o tipo de cobertura que considerar melhor.
Quem coordenará a reunião e a votação?
A Mesa Diretora do Conselho Deliberativo coordena a reunião e, consequentemente, a votação. Ela é composta pelo presidente Zezé Perrella; pelo vice-presidente José Dalai Rocha; pelo 1º secretário Paulo Roberto Sifuentes Costa e pelo 2º secretário, Waldeyr Estevão de Paula Júnior. Eles detém autoridade sobre todo o processo, segundo o Estatuto do Cruzeiro.
Caso Wagner seja afastado, como será a criação do Comitê Gestor?
As deliberações sobre o Comitê Gestor serão feitas durante a reunião, caso Wagner seja, de fato, afastado. O número de integrantes (o Conselho Deliberativo trabalha com no mínimo cinco pessoas), quais serão os poderes e outros detalhes só serão tratados caso mais da metade dos conselheiros opte pelo afastamento.
Além do Comitê Gestor, caso Wagner seja afastado, está previsto no Estatuto do Cruzeiro a criação de um Conselho Consultivo. Esse grupo seria formado por conselheiros notáveis, grandes empresários, que não estariam no dia-a-dia, mas participariam das decisões.
Se o Conselho aprovar o afastamento, Wagner sai imediatamente?
Wagner, Hermínio e Granata são afastados imediatamente caso mais da metade do Conselho Deliberativo opte por isso. Contudo, eles ficariam apenas afastados de suas funções. Eles não deixam de ser, respectivamente, presidente, vice e segundo vice-presidente.
O possível afastamento servirá para a investigação. Não há, neste momento, julgamento de mérito. Em até 120 dias, o presidente do Conselho Deliberativo precisará produzir um relatório e convocar nova reunião de seus pares. Neste encontro, que precisará ser marcado antes do dia 120, os conselheiros votam pelo retorno da diretoria ou pelo impedimento. Neste caso, há necessidade de dois terços dos votos.
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