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Ministério Público determina suspensão de torcidas organizadas do Cruzeiro

Penalidade deve começar a ser cumprida neste sábado e terá duração de 30 dias

postado em 03/10/2019 12:16 / atualizado em 03/10/2019 13:31

<i>(Foto: Paulo Galvão/EM/D.A Press)</i>
Ministério Público de Minas Gerais determinou a suspensão das atividades das torcidas organizadas Máfia Azul e Pavilhão Independente, ambas do Cruzeiro, por 30 dias. A sanção terá início neste sábado, dia 5. Os torcedores não poderão frequentar estádios em dias de jogos, nem se aproximar do entorno das praças esportivas num raio de cinco mil metros.

O órgão emitiu, ainda, uma recomendação à Federação Mineira de Futebol (FMF), proibindo o “uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical ou qualquer objeto que possa caracterizar a presença da torcida nos estádios ou seus respectivos entornos nos dias de jogos”.

Os integrantes da Máfia Azul e da Pavilhão Independente também estão impedidos, por 30 dias, de utilizarem suas sedes em dias de jogos do Cruzeiro e de torcidas rivais, sob pena de multa de R$ 50 mil, conforme Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) assinados em fevereiro de 2008.

De acordo com o promotor de Paulo de Tarso Morais Filho, responsável pelo caso, o banimento temporário das torcidas é uma medida educativa, com caráter cautelar, previsto no Estatuto do Torcedor e no TAC e se mostra necessária.

“A participação dessas torcidas organizadas em eventos esportivos tem causado, nas últimas semanas, agravamento da violência, com risco à integridade física de torcedores desvinculados, incluindo famílias, e pessoas não envolvidas com os jogos. Não podemos deixar os atos de infração à Lei e à segurança do torcedor sem a resposta necessária”,  afirmou o promotor.

A Polícia Militar de Minas Gerais e a FMF foram notificadas sobre a medida na manhã desta quinta. As torcidas podem apresentar defesa em até 30 dias.

Histórico de confusões


As organizadas do Cruzeiro protagonizaram vários episódios de confusão nos últimos dias. Nesta terça-feira, cerca de 20 integrantes da Máfia Azul arrombaram um dos portões da Toca da Raposa II e invadiram o CT. A própria torcida registrou e divulgou o ato em seu Instagram. O grupo entrou em um dos campos soltando rojões em direção aos atletas. A Polícia Militar (PM) foi acionada. Sete viaturas e 20 policiais participaram da operação.

No dia 21 de setembro, após o jogo entre Cruzeiro e Flamengo, uma briga entre Máfia Azul e Pavilhão transformou a Esplanada do Mineirão em uma verdadeira praça de guerra. Dias depois, houve novo atrito entre alguns integrantes, dessa vez em uma espeteria de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nas redes sociais, membros das duas agremiações trocam ameaças.

A PM informou que está atenta para coibir novos conflitos e já montou operação visando ao jogo entre Cruzeiro e Internacional, sábado, às 21h, no Gigante da Pampulha.

Na última segunda-feira, torcedores ligados à Máfia Azul se envolveram em outra confusão no centro de Belo Horizonte, dessa vez contra a organizada Galoucura, do Atlético. A briga foi flagrada por câmeras do Olho Vivo. Um homem de 36 anos, integrante da Máfia Azul, afirmou que desceu do ônibus quando foi surpreendido por três membros da Galoucura, com idades entre 30 e 36 anos. O trio saiu de um carro e começou a perseguir o torcedor do Cruzeiro. As imagens mostram o homem correndo e sendo agredido por diversas vezes com socos e chutes. Ele chega a entrar em um táxi, mas é alcançado pelos rivais, que continuam as agressões.