Cerca de 20 integrantes da Máfia Azul invadiram a Toca da Raposa II por volta das 16h desta terça-feira, um dia depois da derrota do Cruzeiro por 1 a 0 para o Goiás, no Serra Dourada, em Goiânia. A organizada registrou, ao vivo, pelo Instagram, o momento em que o portão do CT foi arrombado. O grupo entrou em um dos campos soltando rojões em direção aos atletas. A Polícia Militar (PM) foi acionada. Sete viaturas e 20 policiais participaram da operação.
Veja todos os momentos da invasão, com vídeos e fotos:
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Ao entrar em campo, os invasores procuraram inicialmente os líderes do elenco. Fred foi o mais cobrado num primeiro momento. Na sequência, chegaram Henrique, Fábio e Rafael. Os titulares estavam na academia em trabalho regenerativo. "Não queremos briga. Se fosse para agredir, a porrada já tinha comido", afirmou um dos membros da Máfia Azul. Seguranças do clube tentaram conter os torcedores.
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O técnico Abel Braga interveio e tentou conter os invasores. Dedé, Thiago Neves, Robinho, Egidio, Sassá e Pedro Rocha estavam na academia e chegaram ao campo com a confusão já formada. Em dado momento, Fred propôs uma conversa reservada com os torcedores, longe da imprensa.
Com a chegada da PM, os torcedores foram colocados no chão, ajoelhados. Só alguns integrantes da Máfia Azul se reuniram com os líderes do elenco.
Atacante Fred conversou com torcedores, que mostravam nervosismo e cobravam vitórias - Foto: Lauro Lopes/TV Alterosa
Na porta da academia, Abel conversou com integrantes da Máfia Azul. "Me deem um voto de confiança. Estou aqui porque gosto do clube", disse.
"Esses caras têm de jogar, Abel. Eles passam, o clube fica. Se cair, ano que vem eles não estarão aqui, mas nós, sim", respondeu um torcedor, sentado no meio-fio.
"E eles não estão correndo? Viu o jogo ontem? Mesmo com o campo horrível, o clima seco, todo mundo correu, mandamos no jogo, o Fábio não pegou uma bola. Fiquem tranquilos", rebateu o treinador.
Momento em que técnico Abel Braga discutiu com torcedores, já dominados pela PM - Foto: Paulo Galvão/EM/D. A Press
Os integrantes da torcida ficaram, ao todo, cerca de 40 minutos dentro do centro de treinamento do Cruzeiro.
Com a chegada da PM, os torcedores foram colocados no chão, ajoelhados. Só alguns integrantes da Máfia Azul se reuniram com os líderes do elenco.
Na porta da academia, Abel conversou com integrantes da Máfia Azul. "Me deem um voto de confiança. Estou aqui porque gosto do clube", disse.
"Esses caras têm de jogar, Abel. Eles passam, o clube fica. Se cair, ano que vem eles não estarão aqui, mas nós, sim", respondeu um torcedor, sentado no meio-fio.
"E eles não estão correndo? Viu o jogo ontem? Mesmo com o campo horrível, o clima seco, todo mundo correu, mandamos no jogo, o Fábio não pegou uma bola. Fiquem tranquilos", rebateu o treinador.
Os integrantes da torcida ficaram, ao todo, cerca de 40 minutos dentro do centro de treinamento do Cruzeiro.
Posicionamento da PM
De acordo com o major Flávio Santiago, porta-voz da Polícia Militar (PM), a invasão ocorreu por volta das 16h. “Vários torcedores entraram na Toca da Raposa pedindo para encontrar com membros da diretoria. A PM foi acionada e já está no local para que não haja qualquer tipo de dano e depredação. Abordagens estão sendo feitas e o Batalhão de Choque também foi acionado. Já está tudo controlado”, disse.
Tão logo a invasão foi controlada, os torcedores foram colocados para fora da Toca da Raposa II. A princípio, ninguém foi preso.
Crise no Cruzeiro
Dentro de campo, o Cruzeiro está na zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, em 17º lugar, com 19 pontos - a três do Fluminense, primeiro time fora do Z4. São cinco partidas sem ganhar no campeonato (um empate e quatro derrotas).
De acordo com cálculos do Departamento de Matemática da UFMG, hoje as chances de a Raposa cair para a Série B são de 62,5%. O time necessita de oito triunfos em 16 partidas para escapar da queda. A campanha de momento é ruim: quatro vitórias, sete empates e 11 derrotas.
Fora das quatro linhas, integrantes da diretoria são investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público por suspeitas de lavagem dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica. O clube ainda enfrenta dificuldades financeiras que acarretaram em atraso de salários e direitos de imagem.