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O que dizem Polícia Civil e Ministério Público quatro meses após denúncias contra diretores do Cruzeiro

Diretores da alta cúpula do clube são investigados por suspeitas de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica

Tiago Mattar
Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão no Cruzeiro em 9 de julho - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press
Quatro meses depois da reportagem do Fantástico, da TV Globo, que revelou suspeitas de irregularidades envolvendo a diretoria do Cruzeiro, o Superesportes procurou Polícia Civil e Ministério Público para entender o processo das investigações. Não há, a princípio, grandes novidades

Muito embora parte do trabalho de apuração da reportagem seja baseado em procurar esses órgãos com insistência ao longo desse processo, a resposta é quase sempre padrão: existe sigilo na ação, que impede a divulgação de mais informações. Esse foi, novamente, o retorno dado pela assessoria do Ministério Público de Minas Gerais.

Não há informação oficial nem sequer sobre qual é o promotor responsável pelo caso. De acordo com informações extraoficiais, o pedido de sigilo nas investigações foi feito pelo Cruzeiro e atendido pelo MP.

Nessa quarta-feira, integrantes da corrente Pró-Cruzeiro Transparente, do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, manifestaram-se em frente ao prédio do Ministério Público. Eles pediram a prisão "desses criminosos", em clara referência à cúpula celeste. O objetivo do grupo era chamar atenção dos procuradores.

Polícia Civil

Já a Polícia Civil recusou novo pedido de entrevista com o delegado Domiciano Monteiro, responsável pelo caso envolvendo o Cruzeiro, mas emitiu nota. Sem revelar muitos detalhes da investigação, a corporação afirmou à reportagem, por meio da assessoria de imprensa, que o trabalho ainda está em fase de apuração.

“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que as investigações relacionadas ao Cruzeiro Esporte Clube seguem regularmente com seu trâmite, havendo análises de documentos, notas fiscais, contratos, equipamentos eletrônicos, telefones celulares, produção de laudos periciais, sendo ainda inquiridas até o momento dezenas de pessoas para prestarem esclarecimentos e depoimentos. Outros detalhes serão divulgados apenas em momento oportuno”, diz.

Outros processos

Além das investigações da PCMG e do MPMG, os dirigentes do Cruzeiro enfrentaram outros processos ao longo desses quatro meses. O vice-presidente de futebol, Itair Machado, chegou a ser afastado pela Justiça, em 10 de julho, em função de processos trabalhistas acumulados durante sua gestão no Ipatinga Futebol Clube e no Betim Esporte Clube. 

O dirigente teve a autorização para voltar aos trabalhos cerca de dois meses depois.
Em 4 de setembro, decisão colegiada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) entendeu que o vice-presidente de futebol do Cruzeiro não precisaria ser afastado de seu cargo. 

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