Escalado como armador do Cruzeiro no jogo contra o Ceará, Robinho teve boa atuação no primeiro tempo ao colaborar para a manutenção da posse de bola e distribuição de passes. Ele quase fez gol aos 4min, quando tabelou com Marquinhos Gabriel e chutou rasteiro, em cima da defesa adversária. Na sobra, Pedro Rocha cabeceou à linha de fundo. Na etapa final, o técnico Rogério Ceni substituiu o camisa 19 logo aos 14min, colocando Ezequiel em seu lugar. Segundo ele, era necessário dar mais velocidade ao meio-campo, visto que o time já estava com Fred, atleta de menor movimentação.

“Com relação à saída do Robinho, eu poderia ter deixado ele por mais uns 10 minutos em campo. Só que com a entrada do Fred e o Robinho por trás, eu perdi toda a velocidade do meu 10 e do homem de frente. Eu poderia ter segurado Robinho até o minuto 70, por exemplo, mas o tirei um pouco antes do necessário, justamente para trazer um homem de um pouco mais de velocidade para ficar uma linha com Marquinhos Gabriel, David e Ezequiel. Quis ter velocidade com as passagens de Orejuela e Egídio, que fez um bom jogo”, avaliou Ceni.

“Coloquei o Fred, aí o jogo não combinou tanto com um meia mais cadenciado, que é o Robinho, que pensa e arma. Ele poderia ter ficado um pouco mais sim, mas tentei dar um pouco mais de velocidade aos jogadores atrás do Fred. Foi a opção que encontramos para tentar chegar. Até criamos boas chances com as passagens de Orejuela, Ezequiel, enfim. Acontece que você tem nove chances claras de gol, fica um pouco nervoso e não tem a frieza necessária para fazer o gol”, acrescentou.

Com a saída de Robinho, o Cruzeiro perdeu qualidade de passe no meio-campo e, consequentemente, levou pressão do Ceará. Fábio precisou trabalhar duas vezes, aos 25’, em chutes de Matheus Gonçalves e Felippe Cardoso. Na sobra, Thiago Galhardo acertou a bola na trave. Já aos 31’, novamente Matheus Gonçalves, livre de marcação, bateu para fora. A Raposa só respirou após a entrada de Maurício, jogador de armação, no lugar de David. O jovem de 18 anos quase marcou aos 37’, num lance em que foi bloqueado pelo volante Fabinho. Aos 42’, mais uma chance: Orejuela driblou um adversário e chutou cruzado, ao lado direito. No fim das contas, o placar de 0 a 0 persistiu no Castelão e fez a Raposa ascender ao 16º posto, com 19 pontos.

No banco de reservas, Thiago Neves, vice-artilheiro cruzeirense em 2019, com oito gols (ao lado de Rodriguinho), nem sequer foi chamado. Na rodada anterior, em que a equipe perdeu para o Flamengo por 2 a 1, no Mineirão, o camisa 10 havia balançado a rede em cobrança de pênalti. Desta vez, Rogério optou por Maurício, herói no triunfo sobre o Vasco por 1 a 0, em 1º de setembro, no Mineirão. 

“O Thiago era uma opção colocá-lo. Já falei, é um bom jogador, de muita qualidade técnica. Mas naquele momento a preferência era dar mais velocidade, o Maurício é um jogador de boa chegada, entrou naquele jogador contra o Vasco e decidiu para nós, fez o gol, todo mundo pede o garoto”.

Conforme Ceni, foi levado em conta quem tem se apresentado melhor nas atividades. “Estou aqui para tentar dar oportunidade a quem tem mais brilho nos olhos. Levo muito em conta o treinamento da semana, o último jogo, levo muito em consideração isso. Para mim, o momento é importante. O momento do clube é difícil, e eu trabalho aqui pelo melhor do Cruzeiro”.

Na próxima segunda-feira, às 20h, o Cruzeiro enfrentará o Goiás, no Serra Dourada, em Goiânia, pela 22ª rodada do Brasileiro. Antes, o time secará seus concorrentes diretos na luta para não cair à Série B. O Fluminense (18º, com 18 pontos) receberá o Santos nesta quinta-feira, às 20h, no Maracanã, enquanto o CSA (17º, com 19) visitará o Palmeiras, às 19h15, no Pacaembu. Já o Avaí (penúltimo colocado, com 16) pegará o Grêmio, às 20h, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.