O técnico Rogério Ceni atribuiu o empate do Cruzeiro com o Ceará ao “nervosismo” dos jogadores na conclusão dos ataques. Ele ressaltou que a equipe conseguiu pelo menos nove oportunidades claras para balançar a rede na noite desta quarta-feira, no Castelão, em Fortaleza, mas ficou sem confiança por causa da briga na parte de baixo da classificação (16º, com 19 pontos). A consequência foi o placar de 0 a 0, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro.
“O resultado, pelo que nós apresentamos no primeiro tempo (não foi bom). Tivemos três jogadores velozes na frente - o Pedro se movimentando, fazendo facão, o Marquinhos ao lado -, criamos as melhores oportunidades e poderíamos ter feito o gol. Depois, quando colocamos o Fred, um jogador de área, mais parado, aí mudou a característica do jogo. O Ceará conseguiu ter chances de gol. No final, tivemos maior número de oportunidades para fazer, as equipes tiveram boas oportunidades de fazer. O que muda, é quando você está em primeiro, é mais fácil de fazer o gol. Quando você briga na zona de rebaixamento, o nervosismo toma conta normalmente. Situações que são simples se tornam mais difíceis, o gol dá uma diminuída, é natural que seja um pouco mais nervoso o atacante”, analisou Rogério.
Durante os 90 minutos, o Cruzeiro teve boas chances. No primeiro tempo, Éderson fez grande jogada individual, driblou dois adversários e, dentro da grande área, exigiu boa defesa do goleiro Diogo Silva. O atacante Pedro Rocha, sozinho, também desperdiçou uma finalização, após passe de cabeça de David. Já Marquinhos Gabriel, em arremate da meia-lua, mandou a bola próxima à trave esquerda. Na etapa final, Orejuela, em chute cruzado aos 42’, esteve perto de balançar a rede. No geral, o time bateu 14 vezes a gol (três no alvo).
O último gol marcado por um atacante no Cruzeiro foi de Fred, em cobrança de pênalti, na derrota por 4 a 1 para o Grêmio, no Independência, pela 18ª rodada do Brasileiro, no dia 8 de setembro. O camisa 9, aliás, é o artilheiro do elenco em 2019, com 19 gols em 41 partidas. Outros atletas da posição têm números discretos, casos de Pedro Rocha (4 gols em 26 jogos), David (3 gols em 34 jogos) e Sassá (5 gols em 26 jogos). Rogério Ceni avaliou o mau momento dos homens de frente e pediu calma para retomarem a boa fase.
“O jejum dos atacantes é o jejum de gols do time. Claro que os homens que mais têm possibilidade de fazer (o gol) são os de frente, mas, para mim, não me preocupa tanto o fato de não sair o gol. Quer dizer, claro que preocupa, pois precisamos do gol para conseguir a vitória. Mas criamos nove oportunidades de gol e treinamos finalizações praticamente três vezes na semana. Eu mesmo cruzo a bola para eles. Faço de 250 a 300 cruzamentos por treino. Então eles estão bem treinados. Mas no treino você não tem a pressão do jogo. Eles estão se esforçando, fazendo o melhor que podem, e tenho certeza que quando tiverem mais calma, a bola vai entrar na rede”.
Na próxima segunda-feira, às 20h, o Cruzeiro enfrentará o Goiás, no Serra Dourada, em Goiânia, pela 22ª rodada do Brasileiro. Ceni espera que o time repita a atuação de Fortaleza, mas aproveitando os avanços para balançar a rede. “Tem que ser segunda-feira. Vamos jogar para vencer, assim como jogamos hoje para vencer. Não posso garantir o resultado para você, porque aí estaria mentindo. Agora, vamos jogar para ter nove oportunidades claras de gol de novo. Não é toda vez em que você tem nove chances de gol. O Cruzeiro teve nove jogando fora de casa. Faltaram frieza, calma, melhor definição. Mas vamos continuar assim, da mesma forma que foi contra o Flamengo. Não tivemos tantas chances, porque era uma equipe superior e vem diferente das demais. Mas seguiremos tentando jogar fora de casa em busca das vitórias. Precisamos dos três pontos”.