O Cruzeiro enfrenta o Ceará nesta quarta-feira, às 19h30, no Castelão, em jogo-chave para a reação no Campeonato Brasileiro e o futuro de Rogério Ceni no clube. Embora a diretoria tenha respaldado o trabalho do treinador e descartado a possibilidade de demiti-lo, existe forte cobrança interna por bons resultados, além de discordância de jogadores em relação a algumas decisões do comandante. O time celeste está na zona de rebaixamento da competição, em 18º lugar, com 18 pontos em 20 partidas.
O zagueiro Dedé, em entrevista na segunda-feira, expôs sua opinião sobre os caminhos a serem tomados para a equipe sair da incômoda posição na classificação. Segundo ele, é necessário apostar na experiência e na qualidade dos veteranos, que, no passado, participaram de momentos importantes, como as conquistas consecutivas da Copa do Brasil, em 2017 e 2018. Dois dos citados pelo defensor acabaram ausentes da lista de convocados de Ceni: o lateral-direito Edilson e o atacante Sassá.
“O ruim é que a gente viveu muitos momentos lá em cima da tabela, e está vivendo esse momento, mas tem que lembrar que esse elenco tem grandes jogadores, jogadores campeões, não só em competições de mata-mata, mas pontos corridos. Me refiro a Fred, Thiago Neves, eu, Leo, Henrique, Fábio, Rafael, Robinho, Edilson. Temos um elenco farto de grandes jogadores, que são vencedores. Uma das coisas que acho que o nosso time precisa é ganhar essa confiança, e para ganhar a confiança a gente tem que fazer cada jogador lembrar do potencial, da capacidade de vencer”, alertou Dedé, que se recuperou de torção no tornozelo direito e, provavelmente, formará dupla de zaga com Fabrício Bruno.
“Não posso perder um Thiago Neves, que deu um título para o Cruzeiro, um título não, que foi importante nos dois títulos da Copa do Brasil, fora os dois Mineiros. Não posso perder o Edilson, que, pra mim, é um dos melhores da posição. Não vive boa fase hoje, como ninguém no Cruzeiro vive boa fase. Mas, do grupo do Cruzeiro, da instituição, foi o cara mais próximo de ter ganhado a Libertadores, também foi campeão da Copa do Brasil e do Mineiro com a gente. (...) Não posso deixar de citar esses jogadores que são muito importantes, como Sassá”, acrescentou o camisa 26.
O Cruzeiro perdeu três jogos consecutivos no Campeonato Brasileiro para adversários considerados favoritos: Grêmio (4 a 1, no Independência), Palmeiras (1 a 0, no Allianz Parque) e Flamengo (2 a 1, no Mineirão). Os tropeços ofuscaram o bom início de Rogério à frente da equipe, com vitórias sobre Santos (2 a 0) e Vasco (1 a 0) e empate com o CSA (1 a 1).
O encontro desta terça-feira coloca frente a frente dois concorrentes na parte de baixo da classificação. Comandado por Enderson Moreira, ex-América, o Ceará é o 14º, com 22 pontos. Ou seja, eventual vitória no Castelão possibilitaria ao Cruzeiro sair do Z4 (caso CSA e Fluminense não vençam) e impediria a “disparada” de um adversário na luta contra a queda. Por isso, o lateral-esquerdo Egídio pede um futebol “bem diferente” do apresentado no primeiro turno da Série A.
“A importância dessa partida é das maiores possíveis, sabemos que uma vitória nos deixa a um ponto atrás do próprio Ceará, então nossa conversa é de união e de respeitar as escolhas do treinador. Nosso grupo é muito vencedor e já provou isso por diversas vezes. Começamos o returno com um bom jogo contra o Flamengo e esperamos por um futebol bem diferente do primeiro turno. Nossa conversa está em prol disso, cada um se ajudar, resgatando a confiança porque assim o coletivo vai sobressair. Cada ponto somado agora tem muita importância”.
Ainda sem repetir a escalação no Cruzeiro, Rogério Ceni deve mandar a campo nesta quarta-feira a oitava formação distinta. Ele adiantou no último sábado, após a partida contra o Flamengo, que poderia sacar o atacante David para colocar Marquinhos Gabriel ou Ezequiel. O técnico voltou a enxergar Dodô mais como volante do que em sua posição de origem, a lateral esquerda. Também existe a chance de retorno do camisa 9 Fred, artilheiro celeste em 2019, com 19 gols.
Foi no Castelão, em Fortaleza, que o Cruzeiro ganhou pela última vez fora de Belo Horizonte pelo Campeonato Brasileiro. E o adversário era justamente o Ceará. No dia 3 de junho de 2018, pela nona rodada, o atacante Sassá marcou o gol da vitória por 1 a 0. De lá para cá, houve 22 jogos longe da capital mineira, com 12 derrotas e 10 empates. O reflexo desse retrospecto é a pior campanha como visitante na Série A 2019: quatro pontos somados em 30 possíveis (13,33% de aproveitamento).
CEARÁ X CRUZEIRO
CEARÁ
Diogo Silva; Samuel Xavier, Tiago Alves, Valdo e João Lucas; Ricardinho, Fabinho e Thiago Galhardo; Leandro Carvalho, Felippe Cardoso e Lima
Técnico: Enderson Moreira
CRUZEIRO
Fábio; Orejuela, Dedé, Fabrício Bruno (Cacá) e Egídio; Henrique e Éderson (Dodô); Robinho, Thiago Neves e Marquinhos Gabriel (Fred ou Ezequiel); Pedro Rocha
Técnico: Rogério Ceni
Motivo: 21ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: quarta-feira, 25 de setembro de 2019
Horário: 19h30
Árbitro: Bráulio da Silva Machado (Fifa/SC)
Assistentes: Helton Nunes e Éder Alexandre (CBF/SC)
VAR: Rafael Traci (CBF/SC)
Assistentes do VAR: William Machado Steffen e Fabiano da Silva Ramires (CBF/SC)