Conselheiros do Cruzeiro que prestam serviço ao clube pediram na Justiça, para participarem, normalmente, das próximas reuniões e votações do Conselho Deliberativo. Eles alegam que tiveram seus contratos como pessoas jurídicas rompidos entre 31 de maio e 1 de junho. Os conselheiros haviam perdido seu direito de voto por meio de decisão judicial e recorreram ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O processo está em tramitação na 17ª Câmara Cível do TJMG.
No processo, obtido pelo Superesportes, os conselheiros não reconhecem que foram funcionários do Cruzeiro. "A contratação do autônomo afasta a qualidade de empregado, conforme CLT; que para configuração da relação de emprego é necessária a existência dos elementos fáticos jurídicos, descritos na CLT. Não cabe interpretação extensiva ao conceito de empregado", diz trecho do recurso.
Na eleição para o Conselho Fiscal, em 1 de julho, o presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella, reservou uma urna para os associados que prestavam serviço ao clube. Esses votos não foram somados ao resultado final. Apoiada pelo presidente do clube, Wagner Pires de Sá, a chapa ‘Força Azul’ venceu a eleição mesmo sem os votos desses associados.
Perrella já foi intimado da existência do recurso e precisará se pronunciar sobre a liberação ou não dos 22 conselheiros. O Cruzeiro terá, nos próximos meses, reunião para aprovação de contas do primeiro ano de gestão de Wagner Pires de Sá.
Embora tenham afirmado na Justiça que tiveram seus contratos rompidos, alguns conselheiros seguem prestando serviço ao Cruzeiro. Um dos agravantes do processo judicial é Wilmer Zaratini Mendes, filho do ex-presidente do Conselho Deliberativo do clube, Wilmer Santa Luzia, grande aliado de Wagner Pires durante a campanha à presidência, em 2017.
Gerente de futebol de base, Wilmer Zaratini Mendes segue exercendo sua função normalmente na Toca da Raposa I, mesmo com a alegação de que o contrato foi rompido. Nesta terça-feira, por exemplo, o Cruzeiro publicou reportagem em seu site oficial reafirmando o cargo do conselheiro (clique aqui) na estrutura administrativa.
Outros conselheiros que aparecem como agravantes (recorrentes) no processo judicial, conforme apurou o Superesportes, também exercem normalmente seus cargos. Alguns deles, inclusive, publicam quase que diariamente novidades dos trabalhos desempenhados no Cruzeiro.