Revelados nas categorias de base do Cruzeiro, Cacá e Fabrício Bruno já “se conhecem”, pois, além da parceria nos treinamentos, eles atuaram juntos em quatro oportunidades no Brasileiro: empate com Bahia, por 0 a 0; derrota para Athletico-PR, por 2 a 0; empate com CSA, por 1 a 1; e no segundo tempo da vitória sobre o Santos, por 2 a 0.
Nos dois últimos jogos, Cacá foi titular ao lado de Leo. Ele foi elogiado por Rogério Ceni pelas conduções de bola da defesa ao ataque, mas pecou pela desatenção em lances importantes. Na derrota para o Grêmio por 4 a 1, no Independência, o prata da casa não percebeu a infiltração do atacante Diego Tardelli, autor do primeiro gol em bela finalização de letra. No revés ante o Palmeiras por 1 a 0, em São Paulo, atrapalhou-se com o volante Éderson na tentativa de tirar a bola da grande área e permitiu a conclusão do volante Bruno Henrique.
Já Fabrício Bruno se destacou na bola aérea e na velocidade. Na derrota por 3 a 0 para o Internacional, no Beira-Rio, pela semifinal da Copa do Brasil, o zagueiro de 1,92m correu a 36 km/h do meio-campo até a grande área para impedir um contragolpe de Paolo Guerrero e recuperar a bola. O ponto negativo foi um pênalti cometido em Rossi, atacante do Vasco, no Brasileiro. Fábio acabou defendendo a cobrança de Yago Pikachu. No fim, Maurício marcou o gol da vitória celeste por 1 a 0.
No sábado, o Cruzeiro terá o desafio de conter a força ofensiva do Flamengo, líder isolado do Brasileiro, com 42 pontos, e dono do ataque mais positivo, com 42 gols. Do total, 31 foram anotados pelo trio Gabriel (16), Arrascaeta (8) e Bruno Henrique (7). Por essa razão, o clube tenta acelerar o condicionamento de Dedé. Na terça-feira, ele iniciou o processo de transição para a preparação física com atividades em campo. Sem dores no tornozelo, o zagueiro correu e pulou normalmente. Já na quarta, participou pela primeira vez de trabalho com bola na parte aberta à imprensa.
Fabrício Bruno tem chance de começar jogando contra o Flamengo, no sábado - Foto: Juarez Rodrigues/EM D.A Press
A vontade de Dedé de estar em campo é tão grande que ele tem realizado treinamento em dois períodos na Toca da Raposa 2, enquanto a maioria do grupo trabalha somente à tarde. Além de ser rápido e vigoroso no combate aos adversários, o camisa 26 é opção na bola aérea pela estatura de 1,92m. Ele marcou dois gols na Série A - um em conclusão de cabeça na vitória por 2 a 1 sobre o Goiás, pela segunda rodada, no Mineirão.
Se Rogério Ceni puder de fato contar com Dedé, provavelmente o companheiro de defesa será Fabrício Bruno, com boa rodagem no futebol graças ao empréstimo à Chapecoense, em 2017 e 2018 (60 jogos e dois gols). Outros garotos deverão estar em campo, como o lateral-esquerdo Rafael Santos (21 anos), o volante Éderson (20) e, possivelmente, o meia Maurício (18). Um dos mais experientes do elenco, o capitão Henrique, de 34 anos, diz que as oportunidades podem chegar em “qualquer hora” aos mais jovens.
“Sempre falo quando converso com os meninos que a oportunidade não é como a gente deseja, e sim no momento em que estamos preparados. Ela pode vir a qualquer hora. Pode ser em um momento bom e num momento como esse em que nós nos encontramos. Mas eles estão preparados para isso, é o mais importante. Têm qualidade e competência, senão não estariam trabalhando conosco no dia a dia”, afirmou o camisa 8, que ressaltou também o alto nível do time do Flamengo.
“É o adversário que temos pela frente. Os números dizem que é o melhor ataque do campeonato, então temos de estar preparados. Os desafios são feitos, então temos de enfrentá-los. E nada melhor que um jogo desse nível para os meninos mostrarem sua força, sua capacidade. Eles estão prontos e trabalham para esses momentos, para jogos de grandes proporções. Estão prontos, e isso é o mais importante. Vão entregar o seu melhor em campo para que as coisas aconteçam a favor do Cruzeiro e os resultados apareçam”.
Depois de fazer seu pior turno na era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro e amargar a zona de rebaixamento - 17º, com 18 pontos -, o Cruzeiro terá de alcançar aproveitamento bem superior na segunda metade da competição. Serão necessárias ao menos nove vitórias em 19 jogos para alcançar a campanha de segurança de 45 pontos. Com essa somatória, as chances de queda à Série B, segundo o Departamento de Matemática da UFMG, são de apenas 1,7%.
. Depois de fazer seu pior turno na era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro e amargar a zona de rebaixamento - 17º, com 18 pontos -, o Cruzeiro terá de alcançar aproveitamento bem superior na segunda metade da competição. Serão necessárias ao menos nove vitórias em 19 jogos para alcançar a campanha de segurança de 45 pontos. Com essa somatória, as chances de queda à Série B, segundo o Departamento de Matemática da UFMG, são de apenas 1,7%.