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Ex-presidente Gilvan e grupo de conselheiros do Cruzeiro são barrados na porta do Parque Esportivo durante protesto no Barro Preto

Episódio aconteceu na noite desta terça-feira e foi registrado por conselheiros

Redação
Gilvan e grupo Pró-Cruzeiro Transparente se manifestaram na porta do Parque Esportivo do Barro Preto - Foto: Reprodução
Integrantes do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, incluindo o ex-presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares, foram impedidos de entrar no Parque Esportivo do Barro Preto na noite desta terça-feira. De acordo com Gilvan, a direção capitaneada pelo presidente Wagner Pires de Sá estaria com medo de "sair coisa maior" do movimento promovido pela corrente 'Pró-Cruzeiro Transparente'.

"Estão hoje aqui eu, que fui presidente do clube, Biagio Peluso, ex-vice-presidente do Cruzeiro, o ex-secretário do Conselho Deliberativo, como foi o (Gustavo) Gatti. E vários de nós foram impedidos de entrar no Cruzeiro porque ficaram com medo de a gente reunir e, desse movimento, sair coisa maior. Nós, que já somos cerca de 180 e vamos ultrapassar 200, vamos dar um jeito nesse clube. Nós temos responsabilidade com o Cruzeiro e não vamos deixar que façam isso", prometeu. 

De acordo com Giovanni Baroni, ex-candidato à vice-presidência e um dos líderes da corrente, a determinação partiu do vice-presidente eleito Hermínio Francisco Lemos, aliado do presidente Wagner Pires de Sá. 

“Hoje (terça-feira) estivemos aqui numa manifestação para mostrar aos torcedores que não estamos parados, estamos nos mexendo, tem um grupo grande, de 150 a 180 conselheiros para que isso mude no Cruzeiro”, disse.

O vice-presidente Hermínio (Francisco Lemos) mandou fechou a porta, que sempre abriu às terças-feiras para receber a Confraria da qual ele faz parte. Estamos aqui para falar para todo mundo que seguiremos fazendo manifestação, que quinta-feira vai ser na Sede Campestre e lá ninguém vai poder fechar a porta, porque só fecha às 23h”, prometeu.

Outro líder do grupo, o conselheiro nato Gustavo Gatti também deu sua versão do episódio no Barro Preto. Em vídeo obtido pela reportagem, ele se mostrou revoltado pelo fato de sócios também terem sido barrados na porta do clube

“Hoje viemos aqui fazer um encontro dessa turma e o Cruzeiro Esporte Clube, nossa paixão, fechou o bar para nós não fazermos nossa confraternização”, disse, antes de ser interrompido por Aristóteles Loredo, ex-diretor de TI do clube, e que também integra a corrente.
Fecharam a porta também, não deixaram ninguém mais entrar. Conselheiros e sócios foram impedidos de entrar”, garantiu.

Citado pelos conselheiros de oposição, o vice-presidente do Cruzeiro, Hermínio Lemos, afirmou que o fechamento do clube social foi uma determinação da chefia de segurança.

“Gostaria de esclarecer que em nenhum momento determinei o fechamento do clube. A gerência recebeu orientação do setor de segurança que poderia acontecer manifestações externas com risco de depredações e agressões físicas aos conselheiros. No sentido de preservar as pessoas, o clube encerrou suas atividades”.

Gilvan se pronuncia

Presente na manifestação, o ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares também se pronunciou em vídeo obtido pela reportagem. O ex-mandatário disparou contra a gestão de seu sucessor, Wagner Pires de Sá. Embora tenha apoiado a eleição do antigo aliado, Gilvan rompeu relações dias após o pleito por discordar da decisão de Wagner de nomear Itair Machado para o departamento de futebol.

“É importante que pessoas que têm uma vida dentro do Cruzeiro, dos que conheço aqui muitos têm, são associados, conselheiros do Cruzeiro, já foram diplomados por mais de 25 anos no conselho do Cruzeiro. Hoje esses conselheiros foram convidados para esse encontro, depois que a gente começou a assistir a derrocada do Cruzeiro, como a torcida do Cruzeiro denunciou publicamente essa semana, depois de a gente assustar com o que está acontecendo, medo de receber o Cruzeiro numa segunda divisão, é coisa que nunca aconteceu no Cruzeiro", disse.

"A grandeza do Cruzeiro não pode ficar nas mãos de pessoas irresponsáveis. Temos sido cobrados, inclusive pela imprensa, que conselheiros precisam aparecer, cobrar e mostrar que o Cruzeiro é grande e não pode frequentar zona de rebaixamento", completou.

Wagner diz que oposição terá de "engolir"

Na tarde desta terça-feira, antes do protesto, Wagner divulgou um vídeo institucional, no canal oficial do Cruzeiro no Youtube, em que ataca a oposição do clube. Ele se disse 'perseguido' e afirmou que os adversários políticos 'terão que engolir', uma vez que ele conseguirá provar que tudo que está fazendo é "certo".

“Desde o princípio, desde a nossa campanha para a eleição, e que conseguimos através de nossos conselheiros, nós viemos sofrendo um ataque constante, tentando denegrir a nossa gestão, através de denúncias apócrifas, levar o nome do Cruzeiro com a difamação, atrapalhando todo a nossa administração. Pouquíssimos conselheiros formaram uma rede contra a nossa instituição”, afirmou.

Colocaram 131 nomes que apoiaram o nosso vice-presidente em uma ação de um processo na qual a própria Justiça reconsiderou. O apoio desses conselheiros foi levado como se fossem comprados. Isso é denegrir o Conselho do Cruzeiro Esporte Clube, isso vai contra a nossa instituição. Isso não é coisa de homem, é coisa de bandido. Tudo o que vocês fizeram, vão ter que engolir, porque vai ser comprovado que o que estamos fazendo é certo”, completou. 
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