Representantes da Máfia Azul, principal organizada do Cruzeiro, se manifestaram durante o protesto realizado no início da tarde desta terça-feira, na porta da Toca da Raposa II. Eles não se identificaram, mas prometeram novas manifestações “até o fim do Brasileiro”.
“Os jogadores entraram lá por cima, aí fizeram outro portão aqui. A torcida está aqui. O protesto é até o fim do Campeonato Brasileiro agora. Nada contra o treinador que chegou aí agora, o Rogério Ceni. Thiago Neves, vai ter que botar a cara aí. A torcida quer te ver”, disse um integrante da organizada.
Outro membro da Máfia Azul reforçou o apoio ao técnico Rogério Ceni, mas fez críticas ao presidente Wagner Pires de Sá. Ele cobrou mudanças na postura do dirigente, que não concede entrevista coletiva na Toca II desde 27 de maio, há quase quatro meses.
“O que a gente quer é que o Wagner Pires de Sá dê manifestação para o torcedor. Ele tem que botar a cara lá no microfone, falar também.
Jogadores do Cruzeiro, como o atacante David, foram abordados por membros da Máfia Azul antes do treino desta terça-feira, na porta da Toca. Esse foi o segundo dia consecutivo de protestos promovidos pela organizada. Nessa segunda, integrantes da torcida estiveram na Sede Administrativa do clube e na porta do prédio do vice de futebol Itair Machado.
Além de Pires de Sá e Itair Machado, e o diretor-geral, Sérgio Nonato, são alvos dos protestos da torcida celeste.
O Cruzeiro vive profunda crise administrativa desde o fim do mês de maio, quando o Fantástico, da TV Globo, revelou que membros da diretoria celeste eram investigados pela Polícia Civil por suspeitas de falsidade ideológica, falsificação de documento e lavagem de dinheiro.
Nas últimas semanas, com os resultados ruins dentro de campo, a insatisfação dos torcedores ficou ainda mais evidente. O time foi eliminado da Copa Libertadores pelo River Plate, da Copa do Brasil, pelo Internacional, e ocupa a 16ª colocação do Campeonato Brasileiro.